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por Aylton Paiva

 

Valores reais na vida


Estamos todos à procura de valores e bens, mas essa procura precisa ter critérios.

É necessário que essa avaliação passe pelo prisma da vida eterna, da continuidade da vida na dimensão espiritual.

Em muitos momentos de minha vida tenho pensado, reflexionado sobre essa fundamental questão do existir, porém, em função de palestra que estava preparando, debrucei-me, mais uma vez, sobre o tema.

Os fatos reais da vida permitem reflexões, talvez, mais profundas.

Assim, mergulhei nesta história intrigante, que passo a relatar: “para que trabalhamos tanto e vivemos tão pouco?”

Um empresário americano estava no ancoradouro de uma aldeia costeira, na costa mexicana. Observou um pequeno barco de pesca que atracava, trazendo apenas um pescador.

No barco havia vários peixes grandes.

O americano olhou admirado e deu parabéns ao pescador.

- Quanto tempo você levou para pescá-los?

- Pouco tempo - respondeu o mexicano.

Na sequência, o americano disse-lhe que deveria ter ficado mais tempo no mar e, então, teria conseguido pesca mais abundante.

O mexicano respondeu que tinha o bastante para atender às necessidades de sua família.

Em seu pragmatismo, o empresário americano voltou à carga:

- O que você faz com o resto do seu tempo?

O pescador mexicano, tranquilamente, respondeu:

- Durmo até tarde, pesco um pouco, brinco com os meus filhos, tiro a sesta com a Maria, minha mulher. Vou à noite à aldeia e lá bebo um pouco de vinho e toco violão com meus amigos. Como o senhor vê, minha vida é ocupada e vivida o tempo todo.

O empresário olhou com ar de pouco caso e lhe disse:

- Eu sou formado em administração de empresas em Harvard e poderia ajudá-lo. Observe: você precisa passar mais tempo pescando. Com o lucro, você compra um barco maior. Com a renda aumentada você poderá comprar outros barcos. Logo você poderá ter uma frota de barcos e montar uma empresa. Claro que, então, para administrar a empresa, agora industrial, você terá que mudar-se para a cidade do México. Depois de algum tempo, crescendo você precisará mudar-se para Los Angeles e, ampliando mais seus negócios, necessariamente, você precisará mudar-se para Nova York, de onde dirigirá melhor sua empresa, por certo com clientes em vários países!

Com o olhar admirado, o pescador indagou:

- Senhor, quanto tempo levará isso?

- Quinze ou vinte anos.

- E depois, o que me acontecerá?

- Ah, você estará muito rico. Você terá milhões de dólares!

- Milhões de dólares? E depois?

- Depois?

- Você poderia se aposentar. Mudaria para uma pequena aldeia costeira. Dormiria até tarde. Pescaria um pouco. Brincaria com os seus netos. Faria a sesta com a Maria. Iria à aldeia tomar vinho e tocar violão com os amigos.

Espantado, o pescador mexicano exclamou:

- Mas... Doutor, eu já faço isso! (1)

A história ilustra bem a procura desenfreada pelos bens materiais, em detrimento dos bens intelectuais, morais e espirituais, como os seguintes: não se estressar, trabalhar nos limites do necessário, ter convivência familiar.  Cultivar a diversão e a arte.

Realizações para esta vida e para a vida eterna.

Lembrando Jesus: “Tesouros que a traça não rói e o ladrão não rouba”.

E como nos esclarece o Espiritismo: não somos proprietários materiais de nada, mas usufrutuários dos bens divinos.

 

(1) Fonte: história colhida na internet e adaptada.


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita