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por Christina Nunes

 

Índigo, cristal, muçulmana etc.


É por isso que se fala que se paga pela língua.

Nunca abordei demasiadamente o tema Crianças ou Adultos índigos porque, particularmente, o assunto não me atraía, de um lado, quanto por outro, guardava sérias restrições com ele.

Explico: em matéria de evolução espiritual, jornada evolutiva de cada ser, no chamado Caminho por outras doutrinas respeitáveis, sempre abominei e repeli rótulos. Pelo fato simples de que, por detrás de cada “rótulo” neste mundo, detecta-se, sub-reptício, o ego e suas mazelas mais infames, na maioria dos casos.

No entanto, por uma eventualidade quase banal, esses dias dei com o teste para adultos índigo e cristal, e, num impulso intuitivo, embora sempre resistente, o fiz. Respondi a bateria algo cansativa de perguntas elaboradas por psicólogos e estudiosos deste tema e – não exatamente surpresa, e isso é o curioso – o teste me identificou, de forma mesmo contundente, como sendo deste grupo de adultos, hoje inclusive mesclados, meio a meio índigo e cristal. Mais cristal do que índigo.

Comentei isso com um amigo ligado às áreas das terapias alternativas, um grande estudioso dos temas espiritualistas e humanitários. Mas deixei claro, logo de saída, que não gostaria que passasse a ser apontada ou identificada deste jeito, porque continuo avessa a qualquer denominação indiciadora de mais uma distinção, de mais um fator diferenciador, num mundo onde a multiplicidade sem fim de diferenças já provoca tanta confusão! Justo porque a humanidade, como criança e adolescente sem senso, persiste em não saber lidar com as diferenças!

Disso, exatamente, derivam todas as guerras, e todas as piores desgraças e mazelas que fazem desta raça, em fase transitória na densidade, certamente, uma das mais destrutivas na sua jornada neste quadrante do Cosmos.

Neste caso, portanto, permitam-me, só para registro útil, e se de fato me enquadro neste grupo ‘azulíneo’ como até admito, com base nas referências e resultados de avaliação, características dos portadores deste perfil, que manifeste como um deles.

Eu possuía sensibilidade mediúnica ostensiva desde a infância. Ouvia vozes, sons que outros não ouviam; via objetos não identificados nos céus e fazia perguntas que embatucavam meus pais, como certa vez em que questionei por qual razão, lá de casa, eu não conseguia ver o que acontecia na casa da amiguinha da vizinhança. Lembro de como aquilo de algum modo me confundia – mas nunca me esqueci da pergunta embaraçosa feita ao meu pai, e, só adulta, e já envolvida com o Espiritualismo, entendi que era o Espírito, ainda desperto para as características da ubiquidade e bilocação, tentando achar correspondente disso dentro de um corpo denso.

Em contrapartida, nunca consegui, desde a infância, compreender a série infindável de disputas, brigas por motivos fúteis, de discriminações entre pessoas apenas diferentes, como devem ser - ou a vida não seria tão maravilhosamente rica! Nunca entendi como, num mundo próspero de recursos e riquezas naturais, uns devem morrer de fome, e, outros, padecer de obesidade nos fast foods dos países ricos!

A relativa impotência quanto à solução destes fatores opressores sempre me maltratou.

Não compreendia direito a razão pela qual seres humanos viventes num mesmo planeta belo, farto e generoso tiveram que ser separados por idiomas, por cor de pele, por fronteiras nacionais, por posses e por religiões e política - a mediunidade ostensiva, e seus conhecimentos associados, que me possibilitaram estudo e convivência multidimensional, com o tempo, me auxiliaram na compreensão destas nuances, sob a ótica de cima da evolução humana a partir das nossas origens cósmicas. Porém, não atinava sobretudo com a razão pela qual tiveram os povos que se meter em guerras, ódios, ressentimentos e incompreensões sem-fim por conta disso!

Algo em mim sempre soube que, de algum modo, tudo poderia ser melhor para todos – não importando se somos índigo, cristal, violeta, muçulmanos, ateus, católicos ou evangélicos, espíritas, japoneses, brancos ou negros... Todos esses com suas características e belezas interiores admiráveis! Não há razão plausível para que estas dádivas sejam causa de sofrimento e ódio, e, no entanto, como num manicômio, é justo esse o efeito que se observa na Terra, a pretexto do que antes é, bênção da riqueza incomensurável da Vida! Por mais que, evoluindo reencarnações afora, essas discrepâncias de consideração ensinem que a Terra se trata de um planeta-escola, onde devemos, justamente, transcender todos esses prismas de ego ilusórios, para se chegar à situação ideal de fazer prevalecer o amor – e, nesta condição, nos tratarmos todos como irmãos!

Mas esse ideal não poderia e não deveria ser eternamente, e apenas, um ideal, mesmo aqui, na densidade transitória – em algum ponto, lugar e momento, o ideal pode, e deve, virar realidade feliz! Para humanidades reencarnadas mais felizes!

Por qual razão as diferenças, dom de origem divina gerador, antes, de razões para prosperidade e alegria, devem mergulhar todos num processo sem-fim de sofrimento enraizado em vaidades ilusórias e ambições?

Por que devem, eternamente, prevalecer na densidade os parâmetros do consumo, do egoísmo, da opressão, que amesquinham seres eternos e constituídos, em essência, da mesma luz que dá equilíbrio e felicidade a toda manifestação de vida no Universo, em civilizações mais harmônicas sem conto espalhadas no infinito?

Por que competitividade e não colaboração, lançando milhares de seres numa crise absurda de inadequação que, em verdade, não existe, quando cada ser humano é um diamante único, com os seus atributos de criatividade a serem aproveitados em favor de uma vida próspera para todos?

Por que não, neste sentido, colaboração em lugar de competição - dando um fim definitivo ao nefasto sistema piramidal de opressão política e social?!

Por que, aqui, deve-se alimentar indefinidamente este padrão obscuro que, num paradoxo estranho, todos de boa-fé reconhecem como findo, falido, ineficiente, e responsável por toda a doença mais grave que rouba, de uma humanidade inteira destinada a progredir, os seus sonhos mais lindos de realização – chegando-se ao absurdo de classificá-los, intencionalmente, como utopia ou ingenuidade?!

A utopia, todavia, deveria ser o nosso grau mais avançado de refinamento íntimo, em sincronia com todas as conquistas do território dos avanços da ciência, para o bem-estar humano!

O assunto comporta um livro. Mas este não é o propósito, aqui. E fica, portanto, um resumo oportuno como informativo benéfico da índole dos índigos, para os que simpatizam ou se interessam pelo tema.

E um testemunho de quem, por um acaso, se descobriu como inclusa nesta definição, que – e ainda! – reputa somente como a classificação conceitual de um ser a mais em aprendizado nesta etapa na densidade, para dar a sua pequena colaboração pessoal para a criação de uma mentalidade de mais leveza, de mais luz, para novos tempos.  Tempos que precisam, com presteza, ter lugar neste lindo planeta necessitado apenas de se despojar das roupas velhas e rotas, para vestir outras, mais leves, através de uma população amorosa que o habite imbuída de torná-lo, de fato, no propalado ‘mundo de regeneração’, sobre o qual tanto se fala.

Que isso se materialize num agora breve, é o que todos esperamos e queremos.
 


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita