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por Rogério Coelho

 

O pouco com Jesus torna-se muito!

 

Quem faz o que pode a mais não é obrigado

"Vindo, porém, uma pobre viúva, deitou duas pequenas moedas..." - Jesus.  (Mc., 13:42)

 

Muitas criaturas, alegando poucas virtudes e misérrimos recursos de vária ordem, enunciam emuladas pelo trio constituído por preguiça-comodismo-indiferença: "de que adiantaria meu insignificante concurso para modificar os tristes panoramas do mundo? Debalde me esforçaria e nada conseguiria!..."

Tais criaturas esquecem-se de que o Mestre, com a ajuda de apenas doze seguidores humílimos, conseguiu alterar para todo o sempre o perfil sociopsicológico da humanidade, e não se dão conta de que Ele não prescinde de nossa movimentação na lavoura do bem, ainda que baldos de possibilidades mais amplas...

À frente da multidão faminta os discípulos apresentaram apenas cinco pães e dois peixes a Jesus... No capítulo XV, item 48 do livro básico do Espiritismo "A Gênese" (que muitos espíritas ainda não estudaram convenientemente), Allan Kardec situa a questão, deslocando-a do eixo milagroso da multiplicação física dos pães para a essência  do ensino que mostra de forma clara a possibilidade de Seus seguidores passarem a alimentar com seus próprios recursos a humanidade sempre faminta de  conhecimentos, desdobrando, assim, o impositivo de  trabalho contido na   expressão registrada pelo evangelista[1]: “dai-lhes vós de comer”.

“Quem faz o que pode, a mais não é obrigado”, diz o ditado popular.

Não desconhecendo os esclarecimentos do Mestre Lionês, Emmanuel elucida[2]: os pães apresentados pelos discípulos "(...) denunciam a necessidade de algum concurso para o serviço da multiplicação. A imagem compele-nos a meditar quanto ao impositivo de nossa cooperação, para que o Celeste Benfeitor nos felicite com os Seus dons de Vida Abundante.

Poderá o Cristo edificar o santuário da felicidade em nós e para nós, se não puder contar com os alicerces da boa vontade em nosso coração?

A usina mais poderosa não prescinde da tomada humilde para iluminar um aposento.

Muitos esperam o milagre da manifestação do Senhor,  a fim de que se lhes sacie a fome de paz e reconforto, mas a voz do Mestre, no monte, continua ressoando inesquecível[3]‘que tendes?!’

Infinita é a Bondade de Deus, todavia, algo deve surgir de nosso ‘eu’ em nosso favor. Em qualquer terreno de nossas realizações para a vida mais alta, apresentemos a Jesus algumas reduzidas migalhas de esforço próprio e estejamos convictos de que o Senhor fará o resto”. 


 


[1] - Mt., 15:16.

[2] - XAVIER, F. Cândido. Fonte Viva. 10. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1982, cap. 133.

[3] - Mt., 15:34.

 


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita