O pouco com Jesus torna-se muito!
Quem faz o que pode a mais não é obrigado
"Vindo, porém, uma pobre viúva,
deitou duas pequenas moedas..."
- Jesus. (Mc., 13:42)
Muitas criaturas, alegando poucas virtudes e misérrimos
recursos de vária ordem, enunciam emuladas pelo trio
constituído por preguiça-comodismo-indiferença: "de
que adiantaria meu insignificante concurso para
modificar os tristes panoramas do mundo? Debalde me
esforçaria e nada conseguiria!..."
Tais criaturas esquecem-se de que o Mestre, com a ajuda
de apenas doze seguidores humílimos, conseguiu alterar
para todo o sempre o perfil sociopsicológico da
humanidade, e não se dão conta de que Ele não prescinde
de nossa movimentação na lavoura do bem, ainda que
baldos de possibilidades mais amplas...
À frente da multidão faminta os discípulos apresentaram
apenas cinco pães e dois peixes a Jesus... No capítulo
XV, item 48 do livro básico do Espiritismo "A Gênese"
(que muitos espíritas ainda não estudaram
convenientemente), Allan Kardec situa a questão,
deslocando-a do eixo milagroso da multiplicação física
dos pães para a essência do ensino que mostra de forma
clara a possibilidade de Seus seguidores passarem a
alimentar com seus próprios recursos a humanidade sempre
faminta de conhecimentos, desdobrando, assim, o
impositivo de trabalho contido na expressão
registrada pelo evangelista:
“dai-lhes vós de
comer”.
“Quem faz o que pode, a mais não é obrigado”,
diz o ditado popular.
Não desconhecendo os esclarecimentos do Mestre Lionês,
Emmanuel elucida:
os pães apresentados pelos discípulos "(...) denunciam a
necessidade de algum concurso para o serviço da
multiplicação. A imagem compele-nos a meditar quanto ao
impositivo de nossa cooperação, para que o Celeste
Benfeitor nos felicite com os Seus dons de Vida
Abundante.
Poderá o Cristo edificar o santuário da felicidade em
nós e para nós, se não puder contar com os alicerces da
boa vontade em nosso coração?
A usina mais poderosa não prescinde da tomada humilde
para iluminar um aposento.
Muitos esperam o milagre da manifestação do Senhor, a
fim de que se lhes sacie a fome de paz e reconforto, mas
a voz do Mestre, no monte, continua ressoando
inesquecível:
‘que tendes?!’
Infinita é a Bondade de Deus, todavia, algo deve surgir
de nosso ‘eu’ em nosso favor. Em qualquer terreno
de nossas realizações para a vida mais alta,
apresentemos a Jesus algumas reduzidas migalhas de
esforço próprio e estejamos convictos de que o Senhor
fará o resto”.