Cinco-marias

por Eugênia Pickina

 

Mensagem de Natal


Durável – apenas o Menininho nas suas palhas, a olhar para este mundo
. Cecília Meireles


Natal é celebração.  

O Menininho Jesus nasceu em um estábulo, identificando-se com a nossa natureza humana simplória e imperfeita.

C. G. Jung considera que o estábulo em que Jesus nasceu é metáfora que diz respeito a cada um de nós, pois nenhum de nós é palácio vultoso, nem casa bela e segura, mas provavelmente cômodo roto, inacabado…

Em nosso confuso tempo, contudo, se perguntarmos às crianças o que é que está sendo celebrado no Natal, muitas não saberão o que responder. Muitas dirão que o Natal tem a ver com o papai Noel, um velho amante do consumo, das compras, do desperdício, do culto aos privilégios, parte importante do calendário dos mercados do mundo.

Celebramos com as crianças qual Natal? O Natal do estábulo do Menininho? Ou o Natal das orgias do consumo?

Precisamos ser adoradores do Menino, porque o sentido do presépio franciscano, do Natal, é ser infantil, deixando-se banhar por essa luz antiga e ao mesmo tempo acabada de nascer...

No Natal, fico com saudade das histórias que remontam ao advento, das antigas músicas natalinas, da confraternização alegre e discreta. 

À noite, no silêncio de casa, observo sobre o balcão o velho presépio, ele que foi montado pela criança da casa, segundo a tradição das mulheres da minha família, e que evoca amor pela trajetória de Maria e José rumo a Belém. E tudo muito singelo: um Menino Jesus pobre, que nasceu em meio a boi, ovelha, burrinho, sob o cuidado de anjo e uma estrela, e aberto à visita de toda gente – pastores, reis magos...

Para o nosso bem, a história diz que quando Jesus nasceu tudo ficou diferente. Quem vê o Menino Jesus se sente renovado, portanto.

Alegremente, vamos então celebrar o Natal com a família, com os amigos – refeição sóbria, pão, frutas secas. Vamos nos deixar guiar pela graça contida neste grande acontecimento e, após rezar juntos, acolher, no coração, o Menininho nas suas palhas, iluminando nosso íntimo com sua mensagem inocente e consoladora.

Feliz Natal!

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita