Observemos estas frases, todas absolutamente corretas:
- João está aprendendo um novo idioma.
- Este ano vou aprender a dirigir.
- Aprenda de mim, caro neto; a honestidade compensa sempre.
- Vim para cá imbuído do desejo de aprender e progredir.
Os exemplos acima mostram que o verbo aprender se submete, conforme a situação, a regências diversas, podendo, conforme se vê, ser transitivo, relativo ou intransitivo.
Tratando do tema, um amigo pergunta-nos qual a necessidade da preposição “a” na frase “Este ano vou aprender a dirigir”.
A norma relativa a esse caso é conhecida e Francisco Fernandes dela trata no seu conceituado Dicionário de Verbos e Regimes (ed. Globo, 41ª ed., p. 88):
Quando o complemento é um verbo no infinitivo, vem este regido da preposição a: "Em que posição ficam às vezes as crianças, quando tentam aprender a patinar?" (Rui, Lições de coisas, 77.) "Nas próprias mágoas aprendera a compadecer as alheias." (R. Silva, apud Aulete.)
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Post mortem ou post-mortem – qual a forma correta?
Sem hífen é a forma correta. Trata-se de uma locução latina que significa após a morte e é utilizada em frases do tipo: “Exame post mortem”.
No VOLP existe a forma pós-morte, escrita assim mesmo, com hífen, a qual exerce na fala a função de adjetivo ou substantivo. |