Em defesa dos animais
O homem tem que se alimentar conforme o reclame a sua
organização
“Qualificamos de hipócritas os que apenas aparentemente
se privam de alguma coisa.” - O Livro dos Espíritos
– questão nº. 724.
Existiu nos Estados Unidos da América do Norte, mais
especificamente no Estado de Utah, um agrupamento de
jovens radicais-vegetarianos, conhecidos pela alcunha de
“Straight Edge”, que durante alguns anos
aterrorizaram a capital do Estado.
Tinham um grupo de “rock heavy metal”, tatuagens
espalhadas pelo corpo, pregavam a abstinência sexual
antes do casamento, diziam-se contra as drogas e
abstinham-se de bebidas alcoólicas; na verdade, eram
nada mais nada menos que uma modalidade de terroristas:
terroristas-urbanos-vegetarianos-radicais, vez que
atacavam pessoas, explodiam e incendiavam
estabelecimentos comerciais que vendiam carne de
animais.
Ao ser preso, declarou o líder desses jovens equivocados
que nenhum deles tem dramas na consciência por agredir
seres humanos, porque o direito dos bois e das vacas vem
em primeiro lugar.
Existe sempre uma incoerência muito grande em todo tipo
de fanatismo e o desses jovens consiste em defender a
vida dos animais destruindo o meio de vida dos seres
humanos. Mas o contrassenso não fica só por aí, vez que
todos usam botas, roupas e adereços feitos de couro de
animais. Já que a filosofia deles é proteger os animais,
por coerência deveriam utilizar somente material
sintético nos seus usos e costumes.
Allan Kardec obtém, dos Espíritos
Superiores, informações detalhadas sobre a alimentação
animal, onde eles afirmam:
“(...) não é racional a
abstenção de certos alimentos prescrita a diversos
povos, porque permitido é ao homem alimentar-se de tudo
o que não lhe prejudique a saúde. A alimentação animal,
além de não ser contrária à Natureza, dada a nossa
constituição física, a carne alimentando a carne evita
que o homem pereça.
A Lei de Conservação prescreve ao homem, como um dever,
que mantenha suas forças e sua saúde para cumprir a Lei
de Trabalho. Portanto, ele tem que se alimentar conforme
o reclame a sua organização.
Abster-se de alimentação animal só é meritório se se
pratica essa privação em benefício de outrem. Aos olhos
de Deus, porém, só há mortificação, havendo privação
séria e útil. Por isso é que qualificamos de hipócritas
os que aparentemente se privam de alguma coisa”.
Naturalmente, não fica nada difícil concluir que na
filosofia de vida dos confusos “Straight Edge” só
coexistem: fanatismo, incoerência, completa ausência de
senso lógico e altas dosagens de pura hipocrisia.
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 8.ed. Rio
[de Janeiro]: FEB, 2006, questões722 a 724.