As figuras de linguagem, cuja finalidade é conferir expressividade ao texto, foram objeto do texto publicado em nossa edição 448, em que examinamos as chamadas figuras de palavras, que o leitor pode rever clicando aqui
Veremos hoje as figuras de pensamento.
Nove são os casos:
1 – Paradoxo: figura que engloba ao mesmo tempo duas ideias opostas. Exemplo: "Ainda me lembro daquele silêncio ensurdecedor”.
2 – Eufemismo: figura que consiste em atenuar uma expressão chocante. Exemplo: “Meu amigo foi para o céu” (em vez de “Meu amigo morreu”).
3 – Hipérbole: consiste na expressão exagerada de uma ideia; é o oposto de eufemismo. Exemplo: “Morto de sono”.
4 – Clímax ou gradação: consiste em dispor as ideias em ordem gradativa; se a gradação é descendente, configura-se o anticlímax. Exemplo: “Uma pessoa, dez pessoas, mil pessoas, um milhão... foram atingidos pelo tsunami”.
5 – Prosopopeia ou personificação: consiste na atribuição de predicativos próprios de seres animados a seres inanimados. Exemplo: “O sol está tímido”.
6 – Apóstrofe: consiste na interpolação emotiva de pessoas ou coisas personificadas. Exemplo: “Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal” (Fernando Pessoa).
7 – Onomatopeia: figura na qual o próprio som da palavra, ou de uma sequência de palavras, lembra de certo modo a coisa representada. As onomatopeias servem para descrever os sons do mundo, como o latido de um cachorro, o tocar de um telefone, o apito do trem, o canto de pássaros etc. Exemplo: “Célia mal abriu a janela e atchim!” (ou seja, resfriou-se).
8 – Antífrase ou ironia: expressão que, em sentido restrito, revela significado oposto ao significado habitual e, em sentido amplo, qualquer expressão que satírica. Exemplo: “... nossa vizinha dedilhava admiravelmente mal ao piano alguns estudos de Liszt” (Murilo Mendes).
9 – Antítese: figura que consiste em confrontar ideias opostas entre si. Exemplo: “Tristeza não tem fim / Felicidade sim” (Vinícius de Moraes). |