A voz da verdade
“Eu nasci e vim a este mundo para dar testemunho
da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a
minha voz” (João, 18: 33 a 37). Com este
pensamento Jesus diz ao mundo por que encarnou
na Terra.
Ele não foi um teórico, mas viveu, exemplificou
a doutrina que trouxe à humanidade.
Por que um Espírito da envergadura moral do
Cristo, de altíssima evolução, se abalaria a
descer num mundo inferior para mostrar como
deveríamos viver? Por certo, o amor por seus
irmãos da Terra estava na essência da sua santa
preocupação.
Conhecendo bem a natureza e as necessidades
humanas, aplicou-se essencialmente ao trabalho
de educar as crianças espirituais que éramos,
preparando-nos para o conhecimento da vida
espiritual.
Embora, nas suas parábolas, recorresse sempre a
elementos materiais como instrumentos
pedagógicos, para ele a vida material
propriamente dita tinha a importância limitada
às engrenagens naturais dos relacionamentos,
familiar e social.
Em seu apostolado Jesus reduziu a proporções
necessárias os fenômenos de ordem física que
provocou, utilizando a capacidade incomum do seu
Espírito, com o desejo incessante de fazer o
bem. Evidentemente poderia tê-los produzido em
muito maior número e mais poderosos se o
quisesse.
Jesus curou cegos, surdos, paralíticos, doentes,
obsidiados, se mostrou útil em todas as
circunstâncias, tocando assim o coração do povo,
“anunciando o Evangelho aos pobres”.
Mas, além de socorrer os sofredores com seus
fluidos puros, fez da sua missão divina um
projeto glorioso de educação moral visando ao
progresso espiritual da humanidade. Amando e
esclarecendo, encheu de esperanças quanto ao
futuro àqueles que “ouvissem a sua voz”.
Todo o seu ensino se baseou fundamentalmente nos
princípios de justiça, amor e caridade. “Se, em
lugar de oferecer princípios sociais e
regeneradores, fundados sobre o futuro
espiritual do homem, ele não tivesse a oferecer
à posteridade senão alguns fatos maravilhosos,
hoje mal seria conhecido pelo nome”, disse Allan
Kardec ¹.
Jesus permanece atual pela força das suas obras
totalmente conectadas com as leis divinas. Por
isso seu Evangelho não passará e nós
precisamos dele hoje mais do que em qualquer
tempo.
¹
Kardec, Allan. A Gênese. “Os milagres do
Evangelho”, Edicel, 1977.
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