Agradecendo
Muitas vezes, Senhor, brandindo a espada,
Junquei o campo de amargosas dores,
Estendendo medalhas e favores
Sobre o sangue da presa abandonada.
A golpes vis, assinalei a estrada
Do meu carro de falsos resplendores
E, buscando lauréis enganadores,
Desci, gemendo, à sombra ilimitada...
Mas, por lavar-me as trevas de outras vidas,
Deste-me a cruz de pranto e de feridas
No desprezado monte da aflição;
E, hoje, na doce luz com que me afagas,
Agradeço a lição de angústia e chagas
Com que me deste a paz da redenção.
Do livro Cartas do Coração, obra mediúnica
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.