Caráter ou dogmas
mentais!?
Um
dogma
da Igreja é uma verdade revelada
sobre a Fé Absoluta, definitiva, imutável,
infalível, inquestionável e absolutamente
segura sobre a qual não pode pairar nenhuma
dúvida.
(Fonte: Wikipédia)
A meu ver, os dogmas formam a consciência
coletiva da Igreja a que pertencem, servindo de
base ao funcionamento de seus crentes, como
entidade coletiva ou na figura individual de
seus fiéis.
Quando eu acredito em algo como uma verdade
absoluta, guardo-o em meu ser como alicerce
inabalável da realidade, em que nenhum
conhecimento, ação ou pensamento deva ir contra
esta verdade.
Podemos ver claramente e de forma simplificada,
sem discutirmos se este tipo de crença está
correta ou não, a forma de funcionamento mental
que se dá. Isto é uma verdade, portanto,
condiciono minha vida a esta realidade que não
poderá ser abalada. O que for diferente disto
está errado, senão, meu mundo cai.
Allan Kardec mostrou a sua preocupação acerca
deste assunto na Doutrina Espírita por achar que
viria condicionar a doutrina, que desde o
principio se mostrou de carácter científico de
observação. É fácil percebermos o porquê do seu
receio, se eu pesquiso algo com tendência de
conhecimento, este conhecimento levará a ver a
sua continuação; se o fizer com um dogma mental,
não poderei sair do espaço circundante dessa
“veracidade” que poderá não ser assim tão real.
O dogma da Igreja é da Igreja, agora, quando o
aceito para mim ou me apego àquele ensinamento,
passa a ser meu, vivendo como princípio
“verdadeiro” em meu ser. Poderei até não ser
frequentador da igreja, como acontece em muitos
casos, mas implantei-o em minha mente e passou a
ser do funcionamento individual.
Será que nós funcionamos de forma diferente
desta em relação à vida? Será que também existem
Dogmas (refiro-me aos alicerces mentais de
constituição de ser) individuais?
Nós nascemos a cada reencarnação com um véu
sobre nosso passado, abandonando o conhecimento
das vidas anteriores, trazendo como uma pequena
mala as tendências morais que construímos até
ali.
Somos educados pela sociedade, pais, escolas
etc. e educamos, de forma semelhante, há
milhares de anos.
Na verdade nossa sociedade é uma sociedade
doente, a maior prova disso é a doença do século
elegida pela OMS, a depressão. Não é difícil
constatarmos isto, basta apreciarmos o caos em
que vivemos, se temos dificuldade de o verificar
em nós, usemos a regra deixada por Cristo e
vejamos a fruta que nasce da árvore da
sociedade.
Como educamos nossos filhos?
Sou Brasileiro, Português, Chinês etc., e
aprendo com uma sociedade a forma de viver em
que estou inserido, o que é certo ou errado,
ganhando os princípios de Patriotismo,
isolando-nos do resto do mundo. Se agora nasci
no Brasil com os hábitos de minha terra, como
serei na próxima reencarnação ao nascer em um
País muçulmano? Não terei eu os princípios do
povo onde irei nascer?
Desde pequenos, recebemos a educação das
pessoas com que vivemos e convivemos,
transmitindo-nos o que é certo ou errado,
criando em nós princípios mentais que serviram
como base ao desempenho da vida, alterando
constantemente durante esta viagem no tempo e no
espaço.
O Racista, que não suporta os outros pela
diferença, fá-lo apenas por uma ideologia criada
em sua mente que na realidade não existe fora
dela ou dos outros que pensam como ele, embora
possa atribuir a diferença do tom de pele à
justificação ignorante do ódio que vive dentro
de si. Não será este racismo um alicerce mental
desta pessoa? É certo que condiciona sua vida.
Quando falo do racismo incluo no mesmo “pacote”
todo o tipo de xenofobia, seja religiosa,
cultural, sexual etc.
Quando eu digo “eu tenho razão” e discuto com os
outros, em que baseio a minha razão? Não será em
meus princípios mentais que me parecem corretos?
E o outro, que discorda de mim, não o fará com
base em seus princípios mentais?
O que são os nossos princípios mentais, dos
quais opinamos, agimos e exigimos que os outros
sejam idênticos a nós senão “dogmas” criados por
nós, no templo pessoal da vida, a nossa mente?