Artigos

por Jane Martins Vilela

 
Eles vivem


No livro Luz Viva, Joanna de Ângelis, pela psicografia de Divaldo Pereira Franco, comenta que a mediunidade, colocada a serviço do bem com Jesus, enxuga lágrimas de saudade, diminui as dores, equaciona enfermidades complexas, dirime dúvidas, sustenta a fé, conduzindo à caridade luminosa e libertadora. Como é bom ter a certeza da imortalidade da alma! Bendito seja Jesus, que após o martírio e a morte, voltou em Espírito, para demonstrar aos seus seguidores a vida imortal!

Que farol se acendeu na noite tormentosa da Terra quando Allan Kardec fez brilhar a luz do Espiritismo, enviada pelo Cristo aos homens sofredores!

A morte, que tanto temor causa à humanidade, deixa de ser mistério para ser certeza da imortalidade, para um futuro melhor, à medida que as encarnações se sucedem e o Espírito vai galgando degraus de luz. Milhares de lágrimas foram enxugadas com a mediunidade a serviço do bem e da consolação. Como nem sempre se tem acesso aos médiuns, o amor de Deus permite que os Espíritos que se amam possam encontrar-se em sonhos.

Dizem os Espíritos, na questão 402 de O Livro dos Espíritos, que a liberdade do Espírito durante o sono pode ser avaliada pelos sonhos. O Espírito no sono adquire mais poder e pode entrar em comunicação com outros Espíritos, seja deste mundo, seja de outro. Por efeito do sono, comentam, os Espíritos encarnados estão sempre em relação com o mundo dos Espíritos, e é isso o que faz que os Espíritos superiores consintam, sem muita repulsa, em encarnar-se entre nós. O sono é a porta que Deus lhes abriu para o contato com os seus amigos do céu. O sonho é a lembrança do que o Espírito viu, durante o sono.

Quantas mães veem seus filhos queridos já desencarnados no sonho? Conhecemos muitas delas. Acordam tão felizes depois de verem os filhos nos sonhos! Quantos filhos veem seus pais e têm a certeza de que realmente os abraçaram! Os relatos são inumeráveis e as pessoas de diversas religiões que nos procuram, independente da crença religiosa, têm a certeza absoluta de que realmente estão encontrando os seus queridos nesse momento.

A morte com sua aflição desmedida do passado está perdendo terreno para a serenidade, na certeza de um futuro reencontro. Aqueles que se amam se procuram e, como o amor é lei do universo, e por amor Deus criou os seres, um dia todos os Espíritos afinizados e amorosos estarão reunidos.

Há poucos dias, conversando com uma jovem enfermeira, ela nos veio contar que o seu filhinho de três anos tem um “amigo imaginário”, chamado Filipe. Ela lhe perguntou como é o Filipe, se é do tamanho dele. Ele lhe disse: - Não, mamãe, o Filipe é grande! Descreveu o Filipe, para ela. Pela descrição, percebeu tratar-se de um irmão desencarnado por acidente, afogado. Ele se chamava Filipe. Eles eram muito unidos e ela sempre sonha com ele. No sonho, tão vívido, comenta ela, ele a chama até pelo apelido que ele usava para ela. São sonhos nítidos e ela lembra todos os detalhes. Queria saber se seria possível que o “amigo imaginário” de seu filho fosse ele.

Respondemos que poderia ser sim, se eles eram tão unidos e a morte não acaba com a vida. Se ele estiver bem e recuperado, pode ser um Espírito amigo, ajudando a cuidar do sobrinho, e, quem sabe, se nos desígnios de Deus ele não haverá de reencarnar-se por ali? Nada é impossível para Deus e esses “amiguinhos imaginários” costumam sumir quando um irmão mais novo nasce, o que faz com que a maioria dos observadores atentos pense que ele parou de aparecer para a criança porque reencarnou.

A consolação que o Espiritismo dá é muito grande. Recomendamos à jovem enfermeira, depois de uma longa conversa, a pedido dela, que buscasse O Livro dos Espíritos, particularmente o capítulo sobre o sono e os sonhos. Ela tem, verdadeiramente, sonhos muito interessantes. O conhecimento lhe esclarecerá. Ela ficou muito feliz com o pouco esclarecimento que lhe demos. Nunca tinha imaginado isso, que seria assim, disse ela. A vida é uma dádiva e a morte apenas um retornar para a verdadeira vida. Isso consola. A certeza de um amanhã junto àqueles que amamos é um reconforto.

Preparemo-nos para a vida real, além da matéria, a cada dia melhorando um pouco mais, crescendo nas virtudes, para que, quando voltarmos, estarmos em paz e podermos abraçar a quem amamos na condição de vencedores na reencarnação que recebemos, por misericórdia divina.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita