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por Gebaldo José de Sousa

 

Indispensável vigiar e orar!



“(...) a Humanidade terrena aproxima-se, dia a dia, da esfera de vibrações dos invisíveis de condição inferior, que a rodeia em todos os sentidos. Mas, segundo reconhecemos, esmagadora percentagem de habitantes da Terra não se preparou para os atuais acontecimentos evolutivos. E os mais angustiosos conflitos se verificam no sendal humano. A Ciência progride vertiginosamente no planeta, e, no entanto, à medida que se suprimem sofrimentos do corpo, multiplicam-se aflições da alma.” 1


Espíritos amigos admoestam-nos quanto à necessidade da vigilância e da oração constantes, em todos os momentos de nossa vida. Especialmente nos dias turbulentos ora em curso, em todo o planeta, mas, de modo especial, onde vivemos: no Brasil.

Aconselham-nos fugir da maledicência, das críticas mordazes, das discussões exacerbadas, para evitarmos o mau uso da mente e da palavra.

Cumpre-nos construir a paz à nossa volta e aonde formos! Assim criaremos e preservaremos, com acendrado zelo, “abrigos antitrevosos”.

No livro que contém o excerto acima, recebido em 1944, o mentor Aniceto, prevendo acontecimentos futuros – e as dores próprias dessas mudanças –, assinalava: “É indispensável socorrer os que enfrentam, corajosos, as profundas transformações do planeta”. 1

E revela algumas causas desses sofrimentos: “(...) a criatura terrestre assoberbada de problemas graves, não só pelas deficiências de si própria, senão também pela espontânea aproximação psíquica com a esfera vibratória de milhões de desencarnados, que se agarram à Crosta planetária, sequiosos de renovar a existência que menosprezaram, sem maior consideração aos desígnios do Eterno”. 1

Na mesma obra, colhemos outras passagens para nossas reflexões – eis que contêm preciosos comentários que devemos observar num mundo cada vez mais atribulado.

Referindo-se a fatos da Segunda Grande Guerra mundial, registra ponderações de Alfredo, Espírito:

“Sangrentas batalhas estão sendo travadas na superfície do globo. Os que não se encontram nas linhas de fogo, permanecem nas linhas da palavra e do pensamento. Quem não luta nas ações bélicas, está no combate das ideias, comentando a situação. Reduzido número de homens e mulheres continuam cultivando a espiritualidade superior. É natural (...) que se intensifiquem, ao longo da Crosta, espessas nuvens de resíduos mentais dos encarnados invigilantes, multiplicando as tormentas destruidoras”. 1

“Enquanto houver discórdia entre nós, pagaremos doloroso preço em suor e lágrimas. (...) avançados núcleos de espiritualidade superior, dos planetas vizinhos, desde as primeiras declarações desta guerra, determinaram providências de máxima vigilância, nas fronteiras vibratórias mantidas conosco. Ensinam-nos os vizinhos beneméritos que devemos suportar, nos próprios ombros, toda a produção de mal que levarmos a efeito. (...)” 1

O mesmo Espírito, assinala (p. 101 a 102): “Nestes tempos (...), a prece é uma luz mais intensa no coração dos homens”. 1

E conta haver participado de missões de socorro, na Europa, a desencarnados em desespero. Numa delas, viveu comovente experiência nos céus de Bristol (Inglaterra), onde aviões pesados de bombardeios eram assustadoras ameaças de destruição: “No seio da noite (...) destacava-se, à nossa visão espiritual, um farol de intensa luz. Seus raios faiscavam no firmamento, enquanto as bombas eram arremessadas ao solo”. 1

Ao descerem no ponto luminoso, verificou tratar-se de uma igreja, onde:

“(...) alguns cristãos corajosos reuniam-se ali e cantavam hinos. O Ministro do Culto lera a passagem dos Atos, em que Paulo e Silas cantavam à meia-noite, na prisão, e as vozes cristalinas elevavam-se ao Céu, em notas de fervorosa confiança. Enquanto rebentavam estilhaços lá fora, os discípulos do Evangelho cantavam, unidos, em celestial vibração de fé viva. Nosso chefe mandou que nos conservássemos de pé, diante daquelas almas heroicas, que recordavam os primeiros cristãos perseguidos, em sinal de respeito e reconhecimento. Ele também acompanhou os hinos e depois nos disse que os políticos construiriam os abrigos antiaéreos, mas que os cristãos edificariam na Terra os abrigos antitrevosos”. 1

De lá para cá os problemas avolumaram-se em todos os países, pelas guerras e por outras violências: desconhecimento da realidade espiritual, da Lei de Causa e Efeito; proliferação do uso das drogas; truculência de governantes que malbaratam recursos escassos! E por inúmeras outras causas!

Para nos conscientizar da extrema responsabilidade que nos cabe – sobretudo aos espíritas! –, eis outras revelações:

“Vivendo encarnados no Planeta quase dois bilhões de individualidades humanas – dados de 1949, quando se realizou essa psicografia –, esclareceu o benfeitor que mais de um bilhão é constituído por Espíritos semicivilizados ou bárbaros e que as pessoas aptas à espiritualidade superior não passam de seiscentos milhões, divididas pelas várias famílias continentais. (...)

Compreensíveis, desse modo, se tornam as sombras que rodeiam a moradia da mente encarnada (...)”. 2

E Emmanuel, Espírito, em livro ditado em 1952, esclarece:

“Mais de vinte bilhões de almas conscientes, desencarnadas, sem nos reportarmos aos bilhões de inteligências subumanas que são aproveitadas nos múltiplos serviços do progresso planetário, cercam o domicílio terrestre, (...)”. 3

Concluindo as citações, ouçamos o Instrutor Eusébio:

“– Se o patrimônio da fé religiosa representa o indiscutível fator de equilíbrio mental do mundo, que fazeis de vosso tesouro, esquecendo-lhe a utilização, numa época em que a instabilidade e a incerteza vos ameaçam todas as instituições de ordem e de trabalho, de entendimento e de construção? Não vos assombra, porventura, acordando-vos a consciência, a borrasca renovadora que refunde princípios e nações? Supondes possível uma era de paz exterior, sem a preparação interior do homem no espírito de observância e aplicação das Leis Divinas? Por admitir semelhante contrassenso, a máquina, filha de vossa inteligência, vos anula as possibilidades de mais alta incursão no reino do Espírito Eterno. 4

(...) Diante do mundo periclitante, alucinado por ambições rasteiras e dominado pelo ódio e pela miséria, sequências das guerras incessantes e aniquiladoras, harmonizemo-nos em Jesus-Cristo, a fim de equilibrarmos a esfera carnal”. 4

Certamente não houve alteração no percentual de pessoas ‘aptas à espiritualidade superior’. Mas o aumento da população pressupõe ser crescente o número de encarnados que ignoram a realidade espiritual, agravando os problemas que todos vivenciamos.

É, pois, importante para a Espiritualidade – facilitando-lhes a exaustiva tarefa –, a participação ativa e consciente de todos os espiritualistas, sobretudo de nós, os espíritas, na vigilância e na oração.

Neste ano de 2018 (e nos próximos) – pleno de conflitos e turbulências de variada ordem, em muitas esferas da vida na Terra –, é indispensável buscarmos o equilíbrio crescente, até que se conclua essa travessia dolorosa!

Que o façamos, por amor à nossa Casa Planetária, à nação brasileira – e de todos aqueles que a formam –, por amor do Evangelho e, sobretudo, por nossa descendência e por nós mesmos!

Nos dias hoje vivenciados é, pois, indispensável vigiar e orar!

 

Notas:

A. Todos os grifos são nossos.

B. Registramos aqui nossa imensa gratidão a Chico Xavier, que nos trouxe tantos esclarecimentos do mundo espiritual, certamente preparando-nos, também, para esses tempos turbulentos. Seus livros merecem reiterados estudos e reflexões!

 

Referências:

1. XAVIER, Francisco C. Os Mensageiros. Pelo Espírito André Luiz. 12. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1980. Cap. 5, pp. 33; 32 e 34, respectivamente; Cap. 18, pp. 97; 100; 101/102; Cap. 5, p. 32; p. 34, respectivamente.

2. XAVIER, Francisco C. Voltei. Pelo Espírito Irmão Jacob. 7. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1979. Cap. 9, pp. 93 e 94.

3. XAVIER, F. Cândido. Roteiro. Pelo Espírito Emmanuel. 4. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1978. Cap. 9, p. 43.

4. XAVIER, Francisco C. No Mundo Maior. Pelo Espírito André Luiz. 8. ed. FEB: Rio de Janeiro, 1947. Cap. 15, pp. 202 e 208.
 


 

     
     

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 Revista Semanal de Divulgação Espírita