Indispensável vigiar e orar!
“(...) a Humanidade terrena aproxima-se, dia a dia, da
esfera de vibrações dos invisíveis de condição inferior,
que a rodeia em todos os sentidos. Mas, segundo
reconhecemos, esmagadora percentagem de habitantes da
Terra não se preparou para os atuais acontecimentos
evolutivos. E os mais angustiosos conflitos se verificam
no sendal humano. A Ciência progride vertiginosamente no
planeta, e, no entanto, à medida que se suprimem
sofrimentos do corpo, multiplicam-se aflições da alma.”
1
Espíritos amigos admoestam-nos quanto à necessidade da
vigilância e da oração constantes, em todos os momentos
de nossa vida. Especialmente nos dias turbulentos ora em
curso, em todo o planeta, mas, de modo especial, onde
vivemos: no Brasil.
Aconselham-nos fugir da maledicência, das críticas
mordazes, das discussões exacerbadas, para evitarmos o
mau uso da mente e da palavra.
Cumpre-nos construir a paz à nossa volta e aonde formos!
Assim criaremos e preservaremos, com acendrado zelo,
“abrigos antitrevosos”.
No livro que contém o excerto acima, recebido em 1944, o
mentor Aniceto, prevendo acontecimentos futuros – e as
dores próprias dessas mudanças –, assinalava: “É
indispensável socorrer os que enfrentam, corajosos, as
profundas transformações do planeta”. 1
E revela algumas causas desses sofrimentos: “(...) a
criatura terrestre assoberbada de problemas graves, não
só pelas deficiências de si própria, senão também
pela espontânea aproximação psíquica com a esfera
vibratória de milhões de desencarnados, que se
agarram à Crosta planetária, sequiosos de renovar a
existência que menosprezaram, sem maior consideração aos
desígnios do Eterno”. 1
Na mesma obra, colhemos outras passagens para nossas
reflexões – eis que contêm preciosos comentários que
devemos observar num mundo cada vez mais atribulado.
Referindo-se a fatos da Segunda Grande Guerra mundial,
registra ponderações de Alfredo, Espírito:
“Sangrentas batalhas estão sendo travadas na superfície
do globo. Os que não se encontram nas linhas de fogo,
permanecem nas linhas da palavra e do pensamento.
Quem não luta nas ações bélicas, está no combate das
ideias, comentando a situação. Reduzido número de
homens e mulheres continuam cultivando a espiritualidade
superior. É natural (...) que se intensifiquem, ao
longo da Crosta, espessas nuvens de resíduos mentais
dos encarnados invigilantes, multiplicando as tormentas
destruidoras”. 1
“Enquanto houver discórdia entre nós, pagaremos
doloroso preço em suor e lágrimas. (...) avançados
núcleos de espiritualidade superior, dos planetas
vizinhos, desde as primeiras declarações desta guerra,
determinaram providências de máxima vigilância, nas
fronteiras vibratórias mantidas conosco. Ensinam-nos
os vizinhos beneméritos que devemos suportar, nos
próprios ombros, toda a produção de mal que levarmos a
efeito. (...)” 1
O mesmo Espírito, assinala (p. 101 a 102): “Nestes
tempos (...), a prece é uma luz mais intensa no coração
dos homens”. 1
E conta haver participado de missões de socorro, na
Europa, a desencarnados em desespero. Numa delas, viveu
comovente experiência nos céus de Bristol (Inglaterra),
onde aviões pesados de bombardeios eram assustadoras
ameaças de destruição: “No seio da noite (...)
destacava-se, à nossa visão espiritual, um farol de
intensa luz. Seus raios faiscavam no firmamento,
enquanto as bombas eram arremessadas ao solo”. 1
Ao descerem no ponto luminoso, verificou tratar-se de
uma igreja, onde:
“(...) alguns cristãos corajosos reuniam-se ali e
cantavam hinos. O Ministro do Culto lera a passagem dos
Atos, em que Paulo e Silas cantavam à meia-noite, na
prisão, e as vozes cristalinas elevavam-se ao Céu, em
notas de fervorosa confiança. Enquanto rebentavam
estilhaços lá fora, os discípulos do Evangelho cantavam,
unidos, em celestial vibração de fé viva. Nosso chefe
mandou que nos conservássemos de pé, diante daquelas
almas heroicas, que recordavam os primeiros cristãos
perseguidos, em sinal de respeito e reconhecimento. Ele
também acompanhou os hinos e depois nos disse que os
políticos construiriam os abrigos antiaéreos, mas que os
cristãos edificariam na Terra os abrigos antitrevosos”.
1
De lá para cá os problemas avolumaram-se em todos os
países, pelas guerras e por outras violências:
desconhecimento da realidade espiritual, da Lei de Causa
e Efeito; proliferação do uso das drogas; truculência de
governantes que malbaratam recursos escassos! E por
inúmeras outras causas!
Para nos conscientizar da extrema responsabilidade que
nos cabe – sobretudo aos espíritas! –, eis outras
revelações:
“Vivendo encarnados no Planeta quase dois bilhões
de individualidades humanas
– dados de 1949, quando se realizou essa psicografia –,
esclareceu o benfeitor que mais de um bilhão é
constituído por Espíritos semicivilizados ou bárbaros e
que as pessoas aptas à espiritualidade superior não
passam de seiscentos milhões, divididas pelas várias
famílias continentais. (...)
Compreensíveis, desse modo, se tornam as sombras que
rodeiam a moradia da mente encarnada (...)”. 2
E Emmanuel, Espírito, em livro ditado em 1952,
esclarece:
“Mais de vinte bilhões de almas conscientes,
desencarnadas, sem nos reportarmos aos bilhões de
inteligências subumanas que são aproveitadas nos
múltiplos serviços do progresso planetário, cercam o
domicílio terrestre, (...)”. 3
Concluindo as citações, ouçamos o Instrutor Eusébio:
“– Se o patrimônio da fé religiosa representa o
indiscutível fator de equilíbrio mental do mundo, que
fazeis de vosso tesouro, esquecendo-lhe a utilização,
numa época em que a instabilidade e a incerteza vos
ameaçam todas as instituições de ordem e de trabalho, de
entendimento e de construção? Não vos assombra,
porventura, acordando-vos a consciência, a borrasca
renovadora que refunde princípios e nações? Supondes
possível uma era de paz exterior, sem a preparação
interior do homem no espírito de observância e aplicação
das Leis Divinas?
Por admitir semelhante contrassenso, a máquina, filha de
vossa inteligência, vos anula as possibilidades de mais
alta incursão no reino do Espírito Eterno. 4
(...) Diante do mundo periclitante, alucinado por
ambições rasteiras e dominado pelo ódio e pela miséria,
sequências das guerras incessantes e aniquiladoras,
harmonizemo-nos em Jesus-Cristo, a fim de equilibrarmos
a esfera carnal”.
4
Certamente não houve alteração no percentual de pessoas
‘aptas à espiritualidade superior’. Mas o aumento da
população pressupõe ser crescente o número de encarnados
que ignoram a realidade espiritual, agravando os
problemas que todos vivenciamos.
É, pois, importante para a Espiritualidade –
facilitando-lhes a exaustiva tarefa –, a participação
ativa e consciente de todos os espiritualistas,
sobretudo de nós, os espíritas, na vigilância e na
oração.
Neste ano de 2018 (e nos próximos) – pleno de conflitos
e turbulências de variada ordem, em muitas esferas da
vida na Terra –, é indispensável buscarmos o equilíbrio
crescente, até que se conclua essa travessia dolorosa!
Que o façamos, por amor à nossa Casa Planetária, à nação
brasileira – e de todos aqueles que a formam –, por amor
do Evangelho e, sobretudo, por nossa descendência e por
nós mesmos!
Nos dias hoje vivenciados é, pois, indispensável vigiar
e orar!
Notas:
A. Todos os grifos são nossos.
B. Registramos aqui nossa imensa gratidão
a Chico Xavier, que nos trouxe tantos esclarecimentos do
mundo espiritual, certamente preparando-nos, também,
para esses tempos turbulentos. Seus livros merecem
reiterados estudos e reflexões!
Referências:
1. XAVIER,
Francisco C. Os Mensageiros. Pelo Espírito André
Luiz. 12. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1980. Cap. 5, pp. 33;
32 e 34, respectivamente; Cap. 18, pp. 97; 100; 101/102;
Cap. 5, p. 32; p. 34, respectivamente.
2. XAVIER,
Francisco C. Voltei. Pelo Espírito Irmão Jacob.
7. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1979. Cap. 9, pp. 93 e 94.
3. XAVIER,
F.
Cândido. Roteiro. Pelo Espírito Emmanuel. 4. ed.
Rio de Janeiro: FEB, 1978. Cap. 9, p. 43.
4. XAVIER,
Francisco C. No Mundo Maior. Pelo Espírito André
Luiz. 8. ed. FEB: Rio de Janeiro, 1947. Cap. 15, pp. 202
e 208.
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