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por Marcus De Mario

 

A paz do Cristo diante da paz do mundo


Profundo e reflexivo texto nos oferta o benfeitor espiritual Emmanuel, através da psicografia de Francisco Cândido Xavier, conforme lemos no livro Vinha de Luz em seu capítulo 105, sobre o tema paz do mundo e paz do Cristo, alertando-nos que a paz do mundo é ilusória e passageira, pois tem por base o egoísmo, o orgulho, a vaidade e a desonestidade, enquanto a paz com Jesus é serena e eterna, tendo por base o amor ao próximo e a prática da caridade. Embora muitos considerem que estar de bem com a vida, ou seja, ter uma boa situação financeira, um bom emprego, uma casa para morar e saúde para se divertir sejam elementos que trazem paz, se equivocam, pois tudo que se baseia em coisas materiais pode amanhã não ser mais do mesmo jeito: as finanças podem ruir, o desemprego pode nos visitar, a casa pode ter sérios problemas e a saúde pode se debilitar seriamente. Então,  que é melhor: a paz do mundo ou a paz do Cristo?

Alegarão a seu favor os partidários da paz do mundo que as condições de vida podem se alterar até para melhor com o passsar do tempo, ou que sua deterioração poderá acontecer somente lá na velhice, já perto da morte, então não teria maior significado, pois foi possível viver do jeito que se queria durante 40, 50, 60 anos ou mais, e isso é o que verdadeiramente importa. Pobres seres humanos que têm no materialismo sua filosofia de viver, não levando em conta a sobrevivência da alma após a morte do corpo. E mesmo que nada considerem sobre esse assunto, de que adianta gozar e ter recursos, se nesse gozo prejudicam a si mesmo e ao próximo? Quantos não morrem prematuramente, ou têm uma decrepitude acentuada por motivo do desgaste abrupto de suas energias? Quantos, para manter seu modo de vida, não apelam para a desonestidade, a corrupção, os desmandos? E quantos, no leito de hospital, ou mesmo no lar, não se arrependem tardiamente de terem feito a opção pela paz enganosa do mundo?

Ainda outra reflexão podemos fazer nesse tema: que paz é essa que não consegue acabar com a violência, com a guerra? E por que estamos sofrendo tanto com guerras, desigualdades sociais e outros males que teimosamente continuam a nos atingir, violentando nossa existência? É que onde há injustiça não pode haver paz. Em contrapartida, onde as necessidades do ser humano são atendidas, não há motivo para a violência.

Informa Emmanuel, no texto a que nos referimos, que a paz do Cristo é a “paz que excede o entendimento, por nascida e cultivada, portas adentro do espírito, no campo da consciência e no santuário do coração”. É a paz do amor colocado em ação, é a paz da caridade socorrendo o próximo, é a paz íntima do dever bem cumprido, é a paz da resignação aos desígnios divinos, trabalhando incessantemente pelo bem e pelo progresso.

Mesmo que a paz do Cristo não nos isente das dores e dos sofrimentos, das provas e das expiações que ainda temos de passar, para nosso aprendizado e crescimento espiritual, ela nos dá a certeza de que com Jesus tudo podemos enfrentar com serenidade, com fé e confiança, e que, se não for neste mundo, a recompensa virá no nosso retorno ao mundo espiritual pelas portas da chamada morte. Contudo, não é preciso esperar esse momento para fruir a paz prometida por Jesus, pois o uso da prece (oração) e o vibrar no amor nos atrairão os bons espíritos, que fortalecerão incessantemente nossa alma diante dos embates da existência terrena.

E como gerar essa paz para os outros? Como influenciar a sociedade para uma convivência mais fraterna, solidária, sem violência? Façamos nossa parte devolvendo o mal com o bem; procurando manter a calma em todas as situações; exercendo nossa cidadania com o cumprimento dos deveres que nos competem; respeitando o direito do outro – e aqui lembramos que perante a lei divina os direitos são iguais para todos; colocando o diálogo fraterno à frente de qualquer diferença com o outro; pensando e agindo sempre para o bem coletivo. São ações individuais que contagiam através dos bons exemplos, paulatinamente modificando a humanidade para melhor.

Como espíritas, sabedores da imortalidade da alma, da continuidade da vida após a morte, e da finalidade superior da reencarnação, não podemos ficar apenas na teoria, pois entendimento e conhecimento sem vivência não trarão a paz que tanto queremos, e o Evangelho, síntese dos ensinos e exemplos de Jesus, requer de cada um a ação positiva no bem.

Convidamos o leitor para conhecer e se engajar, por exemplo, no movimento Você e a Paz, idealizado pelo médium e orador Divaldo Pereira Franco, que há 20 anos leva essa ação aos logradouros públicos, já tendo realizado o evento em mais de 12 países e em mais de 200 cidades brasileiras. E também convidamos para conhecer nossa Carta pela Paz do Mundo, que através da Internet tem instado as pessoas para a opção pela paz, com o objetivo de fazer de nosso planeta um mundo muito melhor. A carta está disponível para leitura, cópia e distribuição em www.marcusdemario.com.

Fiquemos com a paz do Cristo, o legítimo representante de Deus na face da Terra, pois nada melhor do que, ao dormir e ao levantar a cada dia, termos paz de consciência, a verdadeira paz de espírito.

 

Marcus De Mario é do Rio de Janeiro, onde colabora no Grupo Espírita Seara de Luz e na Rádio Rio de Janeiro, a emissora da fraternidade. É escritor, palestrante e consultor.

 



 

     
     

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 Revista Semanal de Divulgação Espírita