Presença do maniqueísmo em alguns segmentos cristãos
atuais
O maniqueísmo é uma religião fundada por Maniqueu na
antiga Pérsia e que deixou algumas influências em
correntes religiosas de algumas religiões. O seu
princípio filosófico admite dois deuses, um do bem
chamado de Mazda, e outro do mal a que foi dado o nome
de Ariman.
Como os dois princípios do bem e do mal existem, de
fato, e estão presentes na filosofia e na moral de todas
as crenças, o maniqueísmo, apesar de sua
incompatibilidade com o monoteísmo, deixou sentimentos
de natureza religiosa muito fortes nas pessoas, embora
isso aconteça de um modo silencioso, por ser
frontalmente contra a filosofia e a teologia
judaico-cristãs muito fortes de um Deus único.
Antes de sua conversão ao cristianismo, santo Agostinho
foi um adepto do maniqueísmo, o que, sem dúvida, é um
grande aval para a importância da filosofia dessa
crença, pois esse santo católico é mundialmente
reconhecido na História Universal, principalmente do
Ocidente, como um grande gênio da inteligência e da
intelectualidade.
Os leitores, por mais uma vez, já depararam com o que
vamos dizer: Fizeram com o diabo uma confusão dos
diabos. Diabo, “diabolôs” em grego, é um símbolo do mal
ou de um Espírito mau. Em hebraico, com o mesmo
significado, é “satan”, do que se originou satanás. Já
Lúcifer, que em grego é “eosforo” e em latim é “lucis
ferre” é o porta-luz, que quer dizer alegoricamente
inteligência, portanto, não é também Espírito. E tanto
pode ser porta-luz do bem, como do mal, ou seja, a favor
de Cristo ou contra Cristo, pois a inteligência tem
livre-arbítrio.
Já demônio, “daimon” em grego, no Novo Testamento da
Bíblia, é espírito humano ou alma e não outra categoria
de Espírito. Trata-se, pois, de um irmão nosso, podendo
ser mau (atrasado) ou bom (adiantado) e até um santo,
conforme seu nível de evolução. Até Jesus evoluiu para
se tornar o Jesus Cristo. “E, tendo sido aperfeiçoado,
tornou-se o Autor da salvação eterna para todos que lhe
obedecem” (Hebreus 5: 9).
Quando se diz que uma pessoa tem um satanás ou um diabo
nela significa que ela está com um adversário, um mal ou
pecado, podendo ser também um Espírito que, neste caso,
é um demônio, e como já dissemos, é um “daimon” (no
plural “daimones”), que é um espírito humano, que deve,
pois, ser tratado com caridade, com preces em favor dele
e dialogando com ele, como fez Jesus com o espírito
chamado “Legião” (Marcos 5: 9) e como fazem também os
espíritas.
Como se sabe, por muito respeito a Jeová, os judeus
tinham medo de dizer o nome dele, evitando, pois, falar
essa palavra Jeová. Os maniqueístas não respeitavam
apenas o seu deus do bem Mazda, mas também o seu deus do
mal Ariman, este, de certo modo, equivalente ao diabo ou
satanás do cristianismo. Pois bem, há cristãos, hoje,
principalmente, os nossos irmãos evangélicos e
carismáticos católicos, que têm medo de falar as
palavras diabo e satanás, o que não deixa de ser também
certo medo deles por esses nomes e mesmo respeito a
eles. E isso acontece também com relação aos chamados
demônios (almas humanas), os quais, como já dissemos,
são para os cristãos, a que nos referimos, como que
sinônimos do deus do mal do maniqueísmo, ou seja, o
Ariman, fazendo realmente com todos esses nomes uma
confusão dos diabos!
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