Certa ocasião, Chico toma conhecimento de uma carta que
lhe é enviada por Wantuil de Freitas, escrita por...
Deduz-se se que o missivista programava levar alguém até
ele, para que este recebesse notícias de entes queridos
daquela pessoa. Chico fala de suas experiências nesse
campo e nos enseja profundas reflexões:
“(...) Em anexo, restituo-te a carta do nosso..., que me
enviaste, em caráter confidencial. Muito grato pela tua
bondosa confiança.
O conteúdo da missiva muito me comoveu e embora respeite
com veneração a consulta do nosso estimado..., a
experiência ensina-me a pensar de outro modo.
Convidar alguém para vir aqui ou promover medidas
tendentes a convencer esse alguém que ele está sendo
convidado a vir, seria envolver-nos em promessas que não
podemos cumprir. A comunicação dos entes amados deve ser
absolutamente espontânea e, sendo assim, se o nosso
amigo de São Paulo (citado pelo .......) merece esse
conforto pessoal, não precisaremos procurar determinado
médium, porque lá mesmo, na Capital Paulista, os nossos
Benfeitores do Alto dispõem de recursos mediúnicos para
fazê-lo.
Muitos amigos nossos têm trazido aqui pessoas de alta
condição social como se eu as tivesse convidado para
receber mensagens desse ou daquele parente desencarnado,
e como as mensagens não vêm com facilidade, na maioria
das vezes, o resultado para todos nós é o desapontamento
e a mágoa maior. De semelhantes iniciativas, que nunca
promovi, tenho colhido lições amargas, inclusive a de
ter apanhado bofetões no rosto, por quatro vezes
diversas, nestes meus trinta anos de mediunidade ativa,
agressões essas que partem de pessoas naturalmente
obsidiadas ou enfermas, para as quais não pude receber a
palavra de afeições queridas do Além. Assim julgo, de
vez que, se não estivessem doentes, teriam tido outro
procedimento, porquanto nunca chamei qualquer pessoa a
PL e de todas as que já vieram nunca pedi favor algum,
nem mesmo o da compreensão.
Creio seja melhor aconselharmos ao... entregar o amigo a
que ele se refere a Nosso Senhor Jesus-Cristo, por
intermédio da oração silenciosa, pois só Jesus pode
interferir num caso assim em que o enfermo espiritual
está premiado por tantos dotes de inteligência e
recursos materiais.
Que Deus nos proteja e abençoe a todos e nos ajude a ver
o nosso irmão de São Paulo procurando a Doutrina
Espírita, como qualquer um de nós, sem ser por ela
cortejado, o que lhe agravaria os problemas de ordem
moral."
Do livro Testemunhos de Chico Xavier, de Suely
Caldas Schubert.
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