Artigos

por Flávio Bastos do Nascimento

 

Amar também se aprende


"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar."– Martin Luther King, Jr.


Muito se fala em cultura do ódio, da violência; e ela existe, sem sombra de dúvida. Basta pensarmos na ideologia nazista, em associações como a Klu-Klux-Klan e nas brigas e confusões ocasionadas pelas torcidas organizadas em estádios de futebol, as quais muitas vezes terminam em pessoas lesionadas gravemente ou até mesmo assassinadas.

As ideias de supremacia da chamada “raça branca” sobre o restante da população terráquea não são página virada da História, infelizmente. Existem partidos políticos inclusive, os quais defendem o neonazismo, como a Aliança Nacional, nos Estados Unidos, a Frente Nacional, na Inglaterra, e o Partido Nacional Democrata, na própria Alemanha.

E existem comunidades virtuais que congregam milhares de pessoas ao redor do globo que apoiam e cultivam tais ideais sombrios. Para ilustrar, apenas nos Estados Unidos, a “terra da liberdade”, há a Stormfront (Frente ou Fronte da Tempestade), a Aryan Nations (Nações Arianas) e a White Aryan Resistance (WAR – Resistência Branca Ariana). Esta última chama a atenção, ainda, pelo detalhe da sigla: WAR, em língua inglesa, quer dizer GUERRA, em português.

Como aprendemos no Espiritismo (vide Emmanuel e Francisco Cândido Xavier em A Caminho da Luz), os arianos formaram na Terra um dos principais troncos civilizatórios, a partir da Índia. Eram exilados do sistema solar da estrela de Capela, massas compactas de Espíritos já bem desenvolvidos intelectualmente e, no entanto, rebeldes e refratários à nobreza de sentimentos.

Belicosos e cheios de si, migraram pela superfície planetária, originando o denominado tronco indo-europeu, o qual culminou na maior parte das nações europeias, atraídas naturalmente pela similitude de tendências e gostos, formando as comunidades dos povos germânicos, ingleses e franceses, principalmente.

O avanço tecnológico, porém, filho direto da Lei do Progresso, uma das Leis Divinas ou Naturais, segue sempre o seu curso e hoje sabemos, pelo mapeamento genético (Projeto Genoma Humano) que as diferenças entre as pessoas são mínimas, mesmo com a diversidade de gênero e de etnias.

Uma vez mais se confirma a sublimidade do ensino do Cristo, ao nos desvelar Deus como Pai e todos nós, portanto, como filhos d’Ele, ou seja, somos todos irmãos, muito próximos uns dos outros, em que pesem os contrastes epidérmicos, superficiais.

Resulta daí que possuímos muitos motivos para nos tratarmos de forma respeitosa, digna e, até, fraternal.

Em meio aos dias tumultuários em que respiramos, é bom verificarmos que os cursos de amorosidade existem: foram implantados pelo Mestre insuperável, há cerca de dois mil anos, à beira do lago de Genesaré, ao redor das mesas em que se assentou com seus seguidores na Galileia distante e em seus jardins e oliveiras, tendo a abóbada estelar como cobertura; os Apóstolos prosseguiram na exemplificação dos seus ensinos de Amor, Paulo de Tarso espalhou as sementes do Cristianismo entre a gentilidade, e os embaixadores do meigo Rabi têm reencarnado em diversas épocas e localidades – portanto, ensinos e exemplificações sobre o Amor não nos têm faltado, aprendizes um tanto relapsos que somos, ao longo dos tempos.

Um dia, a visão do Reverendo Martin Luther King Jr. será concretizada; quando o verbo amar for melhor conjugado por cada um de nós, o ambiente na Terra surgirá naturalmente transformado, sem barreiras, sem distinções baseadas em sexo, classe econômica ou idade e nacionalidade: o Reino de Deus instalado em nossos corações, irmanados finalmente!

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita