A. Devemos
ao acaso a
direção dos
fenômenos da
Natureza?
Assim pensam
os que negam
a existência
de um plano
na obra da
Criação. Aos
estudiosos
sensatos,
tal ideia
parece um
absurdo.
“Depois da
constatação,
tão
evidente, da
ordem que
preside à
economia
física do
planeta –
disse o
comandante
Maury –
poder-se-ia
admitir que
as rodas e
peças de um
relógio
foram
construídas
e
articuladas
por acaso,
dando-se ao
mesmo acaso
uma direção
nos
fenômenos da
Natureza?
Tudo obedece
a leis
conformadas
ao fim
supremo, tão
claramente
indicado
pelo
Criador, que
quis fazer
da Terra uma
habitação
para o
homem.” [i] (Deus
na Natureza
– Quarta
Parte. Plano
da Natureza
- Construção
dos Seres
Vivos.)
B. Em face
das ideias
citadas na
questão
precedente,
qual a
posição dos
materialistas
e negadores?
Para eles,
nem ao menos
conjeturar a
respeito
disso era
admissível.
As ideias de
finalidade
deveriam ser
recusadas
como
fermento
azedo, dizia
G. Foster. E
o autor de Lehre
der
Nahrungsmittel
für das Volk,
reiterando
essa
declaração,
acrescentou:
“quanto mais
nos
habituamos a
combater,
mais devemos
temer as
tentativas
surdamente
feitas para
introduzir
na Ciência a
ideia de uma
finalidade,
a fim de
esclarecer
os fenômenos
da
Natureza”.
Eis, numa
palavra, o
que eles
tanto temiam
– a luz! (Deus
na Natureza
– Quarta
Parte. Plano
da Natureza
- Construção
dos Seres
Vivos.)
C. Na origem
das espécies
vegetais e
animais, o
mar
representou
algum papel
relevante?
Sim. Diz
Flammarion
que, tendo o
mar
recoberto
outrora
todas as
regiões do
globo, é
natural
conjeturar
que todas as
espécies,
vegetais e
animais,
inclusive o
homem,
começaram
pela vida
dos peixes.
Não há
animal
volátil ou
rasteiro que
não tenha no
mar espécies
semelhantes,
ou
aparentadas,
e cuja
transição de
um para
outro
elemento
seja
impossível
e,
dir-se-ia,
até provável
com exemplos
numerosos. (Deus
na Natureza
– Quarta
Parte. Plano
da Natureza
- Construção
dos Seres
Vivos.)
Texto para
leitura
915. O que
acabamos de
expender com
relação à
vista pode
também
aplicar-se
ao ouvido,
que não é
menos
admiravelmente
construído,
conforme as
leis da
Acústica.
Poderíamos,
quiçá,
conceder que
os
ignorantes,
os que
jamais
fizeram
observações
anátomo-fisiológicas
e
desconhecem
a Física,
tivessem a
fantasia de
acreditar
que olhos e
ouvidos não
foram feitos
para ver e
ouvir. Mas,
que homens
instruídos,
depois de
escalpelarem,
de
observarem e
tatearem
esses
órgãos, nos
venham dizer
que eles são
produto de
forças
cegas, isso
é o que nos
parece
aberração de
espírito,
dificilmente
justificável.
Não teriam
visto que a
só modelagem
ceroplástica
de um desses
maravilhosos
aparelhos
basta para
exaltar-nos
o espírito e
levá-lo a
reconhecer a
existência
de um
mecânico
conhecedor
das leis da
Natureza?
Quem já se
não sentiu
tomado de
admiração
emocional em
contemplando
o mecanismo
auditivo? O
pavilhão
exterior,
cujas
graciosas
ondulações
carreiam as
ondas
sonoras até
o centro,
mais não é
que
destinado a
servir ao
conduto
auditivo. (Deus
na Natureza
– Quarta
Parte. Plano
da Natureza
- Construção
dos Seres
Vivos.)
916. Este,
transportando
o som, do
orifício do
ouvido à
membrana do
tímpano, o
transmite
integral ao
nervo que
deve
realizar a
sensação,
forrado de
uma
substância
mucosa, onde
as glândulas
segregam um
humor
destinado a
moderar a
impressão
muito
irritante do
ar, bem como
a interditar
a entrada de
corpos
estranhos.
Atrás do
tímpano fica
uma pequena
câmara com
duas
janelas, uma
redonda e
outra oval,
contrapostas
ao tímpano e
comunicando-se
com o ouvido
interno.
Este
compõe-se,
em primeiro
lugar, de
uma cavidade
óssea
contornada
em espiral,
chamada
caracol, em
seguida, de
três
cavidades
semicirculares
e,
finalmente,
de uma
cavidade
central,
cheia de
líquido
aquoso, no
qual se
banha o
nervo
acústico que
lá termina.
As vibrações
sônicas
chegam às
membranas da
janela oval
e da
redonda,
deslizam
pela rampa
do caracol,
daí pelos
canais
semicirculares,
chegando,
finalmente,
à cavidade
central
cheia do
líquido
aquoso, que
transmite as
vibrações ao
nervo
acústico.
Este é
apenas
timbrado e a
impressão
transmitida
ao cérebro é
o que
constitui a
audição.
Tal, em seu
conjunto, o
mecanismo da
audição. (Deus
na Natureza
– Quarta
Parte.Plano
da Natureza
- Construção
dos Seres
Vivos.)
917. Não
entramos em
pormenores,
para não
aumentar
complicações.
Mesmo nos
limites
desta
singela
descrição,
que espírito
culto ousará
contestar, a
sério, que
um tal
mecanismo
não prova
que seu
construtor
soubesse que
o som
consiste em
vibrações, e
que estas
não poderiam
transmitir-se
senão
mediante uns
tantos
dispositivos,
bem como
que, para
torná-lo
integralmente
perceptível
ao cérebro,
impunha-se
um aparelho
acústico
fronteiro ao
nervo? Que
homem
sensato
recusará
admitir que
esse
instrumento
não podia
construir-se
de si mesmo,
por acaso,
sob o
impulso de
qualquer
força bruta
e sem plano
preconcebido
de
construção? [ii] (Deus
na Natureza
– Quarta
Parte. Plano
da Natureza
- Construção
dos Seres
Vivos.)
918.
Ademais, se
abstraindo-se
do aspecto
físico do ser
pensante
déssemos aos
adversários
a honra
embaraçosa
de
penetrarem
no caráter
íntimo do
pensamento?
Se lhes
perguntássemos
como pode um
som falar ao
espírito e
este atender
ao ouvido?
Se os
convidássemos
a demonstrar
que o homem
não é uma
inteligência
servida
pelos
órgãos,
duvidamos
pudessem
eles
safar-se
airosamente,
a menos que
se não
valessem dos
subterfúgios
próprios dos
maus
combatentes.
Mas, ainda
quando
estivessem
com a
verdade
acerca das
relações de
órgão e
função,
ainda mesmo
que provado
ficasse
serem os
órgãos
desenvolvidos
e
constituídos
pelo jogo
das funções,
ainda assim,
restaria por
explicar um
fato bem
mais geral e
considerável.
Que função
explicaria a
organização
total da
vida
terrestre?
Vede essas
massas
flocosas
suspensas no
firmamento
como
edifícios de
prata,
vaporosos,
nuvens cuja
sombra
tempera o
calor
mortificante
do dia. Elas
nos vêm dos
mares,
trazidas
sobre as
vagas da
atmosfera,
dirigidas
pelos ventos
para os
continentes
e terras
habitadas.
Sob ação de
uma força
cega, que
sucederia se
elas
deixassem de
espalhar a
chuva
fecundante
nos campos e
nos prados?
Prestes, uma
seca
impiedosa
crestaria o
solo, a
vegetação se
fanaria,
toda a seiva
de vida
estaria
morta. (Deus
na Natureza
– Quarta
Parte. Plano
da Natureza
- Construção
dos Seres
Vivos.)
919. Se a
organização
geral da
planta não é
regulada por
um espírito
superior,
ousarão
presumir que
foi à força
de rolar no
espaço que a
Terra
adquiriu
sucessivamente
a faculdade
de viver e
renovar-se
em sentido
constante e
progressivo?
Ainda nisto,
opomos aos
antagonistas
ignorantes,
ou
sistemáticos,
o testemunho
dos
exploradores
do mundo
físico, dos
que
descobriram
o regime das
correntes
aéreas e
marítimas.
“Depois da
constatação,
tão
evidente, da
ordem que
preside à
economia
física do
planeta –
diz o
comandante
Maury –
poder-se-ia
admitir que
as rodas e
peças de um
relógio
foram
construídas
e
articuladas
por acaso,
dando-se ao
mesmo acaso
uma direção
nos
fenômenos da
Natureza?
Tudo obedece
a leis
conformadas
ao fim
supremo, tão
claramente
indicado
pelo
Criador, que
quis fazer
da Terra uma
habitação
para o
homem.” [iii] (Deus
na Natureza
– Quarta
Parte.Plano
da Natureza
- Construção
dos Seres
Vivos.)
920. O
panorama das
obras da
Natureza, de
eloquente e
irresistível
beleza, não
lhes fala ao
coração nem
à razão.
Depois de o
contemplarem
declaram,
sem
cerimônia,
que “os
fatos apenas
atestam
formações
orgânicas e
inorgânicas,
em
renovações
permanentes,
sem que haja
nisso ação
direta de
inteligência
qualquer”. O
instinto
natural de
criar é
prescrito
formalmente,
afirmam
eles,[iv] sem
perceberem
que suas
mesmas
afirmativas
deixam
entrever a
necessidade
de uma lei
ordenadora
na
Natureza. (Deus
na Natureza
– Quarta
Parte. Plano
da Natureza
- Construção
dos Seres
Vivos.)
921. De
resto, com
eles, não há
conjeturar
explicações
de um plano
qualquer na
Natureza. As
ideias de
finalidade
devem ser
recusadas
como
fermento
azedo, já o
dizia G.
Foster; e o
autor de Lehre
der
Nahrungsmittel
für das Volk,
reiterando
essa
declaração,
acrescenta:
“quanto mais
nos
habituamos a
combater,
mais devemos
temer as
tentativas
surdamente
feitas para
introduzir
na Ciência a
ideia de uma
finalidade,
a fim de
esclarecer
os fenômenos
da
Natureza”.
Eis, numa
palavra, o
que eles
tanto temem
– a luz!
Quanto mais
escuro o
labirinto,
quanto mais
cerrado o
nevoeiro,
tanto melhor
para os
alemães.
Quiséssemos
levar a
defesa da
nossa causa
ao âmago das
suas
trincheiras,
ficaríamos
de antemão
tão bem
colocados
que as
nossas
perguntas
haveriam de
parecer
ridículas. (Deus
na Natureza
– Quarta
Parte. Plano
da Natureza
- Construção
dos Seres
Vivos.)
922.
Explicai-nos,
por exemplo,
conspícuos
juízes, por
que os olhos
não brotaram
nos pés e os
ouvidos nos
joelhos.
Circunstâncias
devidas à
medula
espinal...
Vamos lá,
pois: será
que a medula
saiba o que
faz? Dizei
porque as
pálpebras e
sobrancelhas
não se
formaram com
o pavilhão
auricular e
porque este,
à sua vez,
não se
contrai como
aquelas.
Sorrides,
creio...
Ainda bem,
pois é a
mais
espiritual
das
respostas
que nos
pudestes dar
até o
presente. (Deus
na Natureza
– Quarta
Parte. Plano
da Natureza
- Construção
dos Seres
Vivos.)
923. A
adaptação do
órgão às
funções que
devem
preencher o
estado
orgânico do
ser, segundo
a sua função
na economia
geral,
constitui
exemplo tão
evidente do
plano da
Natureza,
que é
preciso
limitar-se a
uma
observação
muito
completa
para
desautorizar
a nossa
tese. Por
qualquer
aspecto que
encaremos os
seres vivos,
esse plano
se evidencia
em
caracteres
bem
legíveis.
Sem a ideia
de
finalidade
geral, o
fisiologista
não poderia
determinar o
jogo de
qualquer
órgão e a
Ciência se
esterilizaria.
Elevando-nos
dos fatos
particulares
aos fatos
gerais, se
considerarmos
não já um
órgão
especial,
mas um ser
na sua
individualidade
integral,
segundo a
sua função
na Natureza
– o sexo,
por exemplo
– haveremos
de
reconhecer
que tudo
nesse
indivíduo
concorre
para um fim
determinado. (Deus
na Natureza
– Quarta
Parte.Plano
da Natureza
- Construção
dos Seres
Vivos.)
924. Não
precisamos
estender-nos
mais sobre
esse
delicado
aspecto da
questão,
ainda que
previamente
seguros da
vitória,
sobretudo se
tomarmos por
estalão o
tipo médio
do gênero
humano,
sensivelmente
diferente do
nosso, quer
no seu
caráter
anatômico,
quer na sua
maleabilidade
espiritual.
De fato, o
plano
criacional
está tão
universalmente
assinalado,
que Rabelais
poderia
provar a
existência
de Deus pela
imoralidade
de umas
tantas
descrições. (Deus
na Natureza
– Quarta
Parte. Plano
da Natureza
- Construção
dos Seres
Vivos.)
925. O velho
problema da
origem das
espécies
interessa
mais ainda
que o da
adaptação
dos órgãos
aos seus
fins. Já
vimos que a
vida
planetária
só se pode
explicar
mediante uma
causa
primária. Do
ponto de
vista das
causas
finais, aqui
falamos
somente da
organização
das espécies
segundo o
clima e o
meio, e do
enigma de
sua
transformação
segundo os
períodos
geológicos.
Os que negam
a existência
de um poder
inteligente
na direção
do mundo,
pretendem
que as
espécies
podem
transformar-se
umas nas
outras, a
partir do
mais baixo
nível da
escala
zoológica,
impelidas
pelo meio e
circunstâncias
dominantes.
É uma
hipótese
que, por
incidir
imediatamente
no ponto
nodal do
problema,
explica a
adaptação ao
meio, pois
ensina que
os seres são
o produto
desse meio.
Vede, por
exemplo,
esta girafa:
se tem um
pescoço
assim longo,
é porque a
primitiva
espécie de
que descende
habitou
regiões onde
não havia
frondes
baixas.
Obrigada a
levantar
constantemente
a cabeça, o
pescoço se
foi
sucessivamente
alongando
até chegar
ao que é
hoje. Tal
pescoço não
foi,
portanto,
dado à
girafa tendo
em vista a
natureza da
alimentação,
mas é o
resultado
definitivo
desse
processo
alimentar. (Deus
na Natureza
– Quarta
Parte.Plano
da Natureza
- Construção
dos Seres
Vivos.)
926. Uma
águia cinde
o espaço em
voo rápido:
admirais a
construção
engenhosa
desse
aparelho,
até agora
inimitável
aparelho
complexo,
que faculta
aos
voltívolos o
domínio dos
ares. Pois
bem: as asas
não foram
dadas às
aves para
que voassem
e elas só
voam porque
tem asas.
Como as
adquiriram?
Uma primeira
espécie
teria
começado a
saltitar e
ter-se-ia
comprazido
com essa
novidade.
Primeiro,
pulinhos
curtos.
Depois,
exercitando-se,
foi dando
maior
desenvolvimento
aos membros
anteriores e
assim
prosseguindo,
por milhões
de anos,
acabaria
provendo-se
de uma
transformação
radical nos
ditos órgãos
anteriores.
E aí está
como as asas
são o
resultado do
voo. Essa
gente coloca
o Criador em
situação
embaraçosa,
visto que
ele, o bom
Deus, dera
as asas para
voar e eis
que elas,
por se
adaptarem
perfeitamente
ao seu fim,
acabam por
não provar,
mas
contraprovar
a
inteligência
de quem as
fez! (Deus
na Natureza
– Quarta
Parte. Plano
da Natureza
- Construção
dos Seres
Vivos.)
927. Tendo o
mar
recoberto
outrora
todas as
regiões do
globo, é
natural
conjeturar
que todas as
espécies,
vegetais e
animais,
inclusive o
homem,
começaram
pela vida do
peixe.
Admira-vos a
transformação
de peixes em
cavalos e
homens? Pois
não há
motivo, que
fatos há,
mais
maravilhosos
na Natureza.
Dignai-vos,
ao menos,
prestar um
pouco de
atenção ao
editor
responsável
desta
teoria, o
falecido Sr.
Maillet. Não
há animal
volátil ou
rasteiro que
não tenha no
mar espécies
semelhantes,
ou
aparentadas,
e cuja
transição de
um para
outro
elemento
seja
impossível
e,
dir-se-ia,
até provável
com exemplos
numerosos.
Não nos
referimos
somente aos
anfíbios,
serpentes,
crocodilos,
lontras,
focas e
muitos
outros que
vivem tanto
n'água como
em terra, ou
no ar, mas
também aos
de vida
aérea
exclusiva. (Deus
na Natureza
– Quarta
Parte.Plano
da Natureza
- Construção
dos Seres
Vivos.) (Continua
no próximo
número.)
[i] Não
podemos,
a
propósito,
deixar
de
assinalar
a
confissão
de
um
navegador
ao
comandante
Maury:
–
“Vossas
descobertas
–
diz
ele
–
não
nos
ensinam
apenas
a
seguir
as
rotas
marítimas
mais
diretas
e
mais
seguras,
como
também
a
conhecer
as
melhores
manifestações
da
sabedoria
e
bondade
divinas,
que
nos
rodeiam
constantemente.
Há
muito
comando
um
navio
e
jamais
fui
insensível
aos
espetáculos
da
Natureza.
Contudo,
confesso
que,
antes
de
ler
vossos
trabalhos,
atravessava
o
oceano
como
um
cego.
Não
via,
não
concebia
a
magnífica
harmonia
das
obras
daquele
a
quem
tão
justamente
denominais
– o
grande
Pensamento
primário.
Sinto,
muito
acima
da
satisfação
e
dos
benefícios
devidos
aos
vossos
trabalhos,
que
eles
fizeram
de
mim
um
homem
melhor.
Ensinastes-me
a
ver
por
toda
parte,
em
torno
de
mim,
e a
reconhecer
a
Providência
em
todos
os
elementos
que
me
rodeiam.”
(Geographie
Physique)
Ajuntaremos,
com
dois
outros
oficiais
de
marinha,
os
Senhores
Zurcher
e
Margollé,
que
o
estudo
das
obras
de
Maury
exalça
a
sua
elevação
de
vistas,
a
sua
fé
religiosa,
para
aproximá-lo
dos
gênios
que,
como
Cersted,
Herschel,
Geoffroy
Saint
Hilaire,
Ampère,
Goethe,
nos
revelam
a
suprema
sabedoria,
com
o
desvelarem
a
magnificência
das
obras
divinas.
Herschel
dizia:
Quanto
mais
se
alarga
o
campo
da
ciência,
mais
numerosas
e
irrecusáveis
se
tornam
as
demonstrações
de
uma
vida
eterna,
de
uma
inteligência
criadora
e
onipotente.
Geólogos,
matemáticos,
astrônomos,
naturalistas,
todos
carrearam
a
sua
pedra
para
o
grande
templo
da
ciência,
erguido
ao
mesmo
Deus.”
[ii]
Voltaire
não
podia
sopitar
a
sua
admiração
diante
dos
negadores
de
uma
causalidade
geral.
Em
Filosofia,
diz
ele
(Diccionaire
Fhilosophique,
Dieu).
confesso
que
Lucrécio
me
parece
muito
inferior
a um
porteiro
de
colégio.
Afirmou
que
olho,
ouvido,
estômago,
não
foram
feitos
para
ver,
ouvir
e
digerir;
não
é o
maior
dos
absurdos,
a
mais
revoltante
das
loucuras
do
espírito
humano?
Por
muito
céptico
que
sou,
essa
loucura
me
parece
evidente
e
não
vacilo
em
apontá-la.
[iii] Não
podemos,
a
propósito,
deixar
de
assinalar
a
confissão
de
um
navegador
ao
comandante
Maury:
–
“Vossas
descobertas
–
diz
ele
–
não
nos
ensinam
apenas
a
seguir
as
rotas
marítimas
mais
diretas
e
mais
seguras,
como
também
a
conhecer
as
melhores
manifestações
da
sabedoria
e
bondade
divinas,
que
nos
rodeiam
constantemente.
Há
muito
comando
um
navio
e
jamais
fui
insensível
aos
espetáculos
da
Natureza.
Contudo,
confesso
que,
antes
de
ler
vossos
trabalhos,
atravessava
o
oceano
como
um
cego.
Não
via,
não
concebia
a
magnífica
harmonia
das
obras
daquele
a
quem
tão
justamente
denominais
– o
grande
Pensamento
primário.
Sinto,
muito
acima
da
satisfação
e
dos
benefícios
devidos
aos
vossos
trabalhos,
que
eles
fizeram
de
mim
um
homem
melhor.
Ensinastes-me
a
ver
por
toda
parte,
em
torno
de
mim,
e a
reconhecer
a
Providência
em
todos
os
elementos
que
me
rodeiam.”
(Geographie
Physique)
Ajuntaremos,
com
dois
outros
oficiais
de
marinha,
os
Senhores
Zurcher
e
Margollé,
que
o
estudo
das
obras
de
Maury
exalça
a
sua
elevação
de
vistas,
a
sua
fé
religiosa,
para
aproximá-lo
dos
gênios
que,
como
Cersted,
Herschel,
Geoffroy
Saint
Hilaire,
Ampère,
Goethe,
nos
revelam
a
suprema
sabedoria,
com
o
desvelarem
a
magnificência
das
obras
divinas.
Herschel
dizia:
Quanto
mais
se
alarga
o
campo
da
ciência,
mais
numerosas
e
irrecusáveis
se
tornam
as
demonstrações
de
uma
vida
eterna,
de
uma
inteligência
criadora
e
onipotente.
Geólogos,
matemáticos,
astrônomos,
naturalistas,
todos
carrearam
a
sua
pedra
para
o
grande
templo
da
ciência,
erguido
ao
mesmo
Deus.”
[iv] Force
et
Matiêre,
capítulo
6º.