Estudando as obras
de André Luiz

por Ana Moraes

 
Sol nas Almas

Parte 3


Continuamos a apresentar o estudo do livro Sol nas Almas, obra de autoria de André Luiz, psicografada pelo médium Waldo Vieira e publicada originalmente pela Comunhão Espírita Cristã de Uberaba (MG).


Questões preliminares


A. Por que essa ou aquela deficiência na condução de uma Casa Espírita não nos devem surpreender?

O Espiritismo – diz André Luiz – na condição de doutrina é um conjunto de ensinamentos lógicos, visando ao aperfeiçoamento moral, sem que lhe possamos desfigurar a grandeza; contudo, no setor da interpretação, não esqueçamos que a visão da verdade não é igual para todas as inteligências que transitam na Terra, em múltiplos graus evolutivos. Devemos, portanto, contar em qualquer organização espírita com senões e deficiências que nos refletem as falhas e imperfeições de consciências gravadas ainda por dívida ou ignorância, com necessidade de resgate ou lição perante a vida. (Sol nas Almas: capítulo 4 – Noutras searas.)

B. Podemos dizer, tal como André Luiz, que o Espiritismo imprime feição nova à alegria?

Sim. Contudo, diferentemente do senso comum, diz André que a alegria, consoante os preceitos espíritas, nasce e vive no clima do trabalho de quem obedece servindo à felicidade comum de todos. (Sol nas Almas: capítulo 5 – Espiritismo e alegria.)

C. Como, na visão espírita, definir alegria?

Alegria – em uma perspectiva espírita – é regozijar-se estendendo fatores de regozijo a benefício dos que nos cercam; é dar-se às boas obras; é receber vantagens distribuindo-as; é amar sem reclamar amor de ninguém; é agir de forma permanente no domínio dos impulsos inferiores, na movimentação construtiva, na administração criteriosa daquilo que possuímos e na ternura que possamos oferecer de nós para edificação dos semelhantes. (Sol nas Almas: capítulo 5 – Espiritismo e alegria.)


Texto para leitura


39. Noutras searas – O companheiro de ação doutrinária, em certas ocasiões, é defrontado por grave problema — o que transparece da visita efetuada por ele ao templo espírita diferente daquele em que se lhe vinculam os costumeiros serviços. Algumas vezes surpreende diretrizes diversas e hábitos que julga inadequados ao cultivo dos princípios que esposa e deixa que descontentamento e desânimo se lhe implantem na alma. (Sol nas Almas: capítulo 4 – Noutras searas.)

40. Devemos, contudo, raciocinar. O Espiritismo é religião de livre exame, sem poderes humanos que lhe domestiquem as manifestações. Na condição de doutrina é um conjunto de ensinamentos lógicos, visando ao aperfeiçoamento moral, sem que lhe possamos desfigurar a grandeza, contudo, no setor da interpretação, não esqueçamos que a visão da verdade não é igual para todas as inteligências que transitam na Terra, em múltiplos graus evolutivos. (Sol nas Almas: capítulo 4 – Noutras searas.)

41. Devemos, portanto, contar em qualquer organização espírita, inclusive naquela a que nos ajustamos pelos fatores da afinidade, com senões e deficiências que nos refletem as falhas e imperfeições de consciências gravadas ainda por dívida ou ignorância, com necessidade de resgate ou lição perante a vida. (Sol nas Almas: capítulo 4 – Noutras searas.)

42. Em penetrando a seara espírita de que não partilhamos, em sentido direto, lembremo-nos disso. Provavelmente estão aí nossos velhos enigmas humanos: insatisfação, discórdia, fraquezas, competição. (Sol nas Almas: capítulo 4 – Noutras searas.)

43. Talvez que raízes de crenças do passado com inúmeros preconceitos aí nos desafiem a discussões e protestos, com resultados negativos para a edificação da fraternidade. (Sol nas Almas: capítulo 4 – Noutras searas.)

44. Visitemos, pois, os irmãos de ideal e trabalho que militam noutros campos de nossa sementeira, mantendo-nos no clima de solidariedade construtiva, sem deixar de sermos nós mesmos. (Sol nas Almas: capítulo 4 – Noutras searas.)

45. Leais à nossa identidade de kardecistas, isto é, abraçando a Doutrina Espírita como sendo a escola da fé raciocinada, com alicerces na "verdade que nos fará livres", segundo a conceituação de Jesus, não precisamos aplaudir o erro para sermos agradáveis, exaltando a mentira, e nem nos compete o papel de censores para sermos cruéis, aniquilando a esperança. (Sol nas Almas: capítulo 4 – Noutras searas.)

46. Seja esse ou aquele o método adotado nessa ou naquela instituição ligada às nossas atividades, aproximemo-nos delas, com respeito e apreço fraterno, sabendo que o programa de nossa tarefa em qualquer ambiente a que formos chamados, se resume em duas legendas distintas e inevitáveis: "compreender" e "auxiliar".  (Sol nas Almas: capítulo 4 – Noutras searas.)

47. Espiritismo e alegria – Imprime o Espiritismo feição nova à alegria. Alegria será rejubilar-se. Rejubilar-se, contudo, não é licenciar os sentidos; será dar-se. Dar-se, todavia, não é engrossar a injustiça; será receber. Receber, porém, não será envilecer a dádiva; será amar. Amar, entretanto, de modo algum significaria rendição à sombra. (Sol nas Almas: capítulo 5 – Espiritismo e alegria.)

48. Alegria nasce e vive no clima do trabalho de quem obedece servindo à felicidade comum de todos. (Sol nas Almas: capítulo 5 – Espiritismo e alegria.)

49. Enquanto usufruirmos a alegria do convívio espiritual, analisemos as causas que no-la favorecem, no plano das cousas simples. (Sol nas Almas: capítulo 5 – Espiritismo e alegria.)

50. Todos os elementos se mostram em ação, disciplinados a fim de serem úteis. Pedras no alicerce do abrigo que nos reúne estão a postos assegurando o equilíbrio da casa. (Sol nas Almas: capítulo 5 – Espiritismo e alegria.)

51. O papel assume a posição de que necessitamos para que se nos grave o pensamento em forma de palavras. Objetos de serventia usual jazem no posto que lhes compete para atender-nos. Vigas do teto sustentam-se de atalaia garantindo asilo contra a intempérie. Nada fora do equilíbrio necessário, nada fora da lei do auxílio. (Sol nas Almas: capítulo 5 – Espiritismo e alegria.)

52. Alegria, assim, na esfera da consciência que dispõe de suficiente vontade para exaltar-se no discernimento do bem e do mal, com capacidade de ajudar ilimitadamente, será regozijar-se estendendo fatores de regozijo a benefício dos que nos cercam; dar-se às boas obras; receber vantagens distribuindo-as e amar sem reclamar amor de ninguém; alegria constituída de ação permanente no domínio dos impulsos inferiores, na movimentação construtiva, na administração criteriosa daquilo que possuímos e na ternura que possamos oferecer de nós para edificação dos semelhantes. (Sol nas Almas: capítulo 5 – Espiritismo e alegria.)

53. Jesus resumiu os deveres religiosos na síntese:- "Ama a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo". E compreendendo-se que em nossa presente situação evolutiva, não dispomos de mais alta fórmula para amar o Criador que não seja amá-lo nas criaturas, a Doutrina Espírita nos define felicidade como sendo a alegria dos que possuem a alegria de cumprir o dever de auxiliar os outros para o bem, com base na consciência tranquila. (Sol nas Almas: capítulo 5 – Espiritismo e alegria.)

54. Jesus, horas antes da crucificação e sabendo que caminhava para o sacrifício, exclamou para os amigos: - "Tende bom ânimo, eu venci o mundo". Dizia isso quem para o mundo não passava de fracassado vulgar. (Sol nas Almas: capítulo 5 – Espiritismo e alegria.)

55. Certifiquemo-nos de que alegria é triunfo íntimo da alma sobre si, paz de quem aceitou a luta digna para elevar-se elevando a vida em torno, honra dos que procuram a aprovação do Criador no serviço às criaturas sem esperar que as criaturas lhes alterem o serviço ao Criador, e trabalhemos sempre. (Sol nas Almas: capítulo 5 – Espiritismo e alegria.) (Continua no próximo número.)


 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita