Chico Xavier estava certa vez muito fatigado quando, à
hora da prece costumeira, aparece-lhe Dona Maria João de
Deus.
— Minha mãe, — roga ao Espírito carinhoso — como fazer para
alcançar a vitória no cumprimento de meus deveres?
— Meu filho, só conheço um remédio — servir.
— Mas e as dificuldades de entendimento com os outros? Como
espalhar as bênçãos do Espiritismo com quem não as deseja, se,
às vezes, oferecendo o melhor que possuímos, apenas recolhemos
pedradas?
— Servir é a solução.
— Entretanto, há pessoas que nos odeiam gratuitamente.
Malsinam-nos as melhores intenções detestam-nos sem motivo e
dificultam-nos o mínimo trabalho. Que me diz a senhora? Julga
que existe algum recurso para fazer a paz entre elas e nós?
— Sim, há um recurso — servir sempre.
— Então, a senhora considera que, para todos os males da vida,
esse é o remédio?
— Sim, meu filho, remédio essencial. Sem que aprendamos a
servir, ainda mesmo quando tenhamos boas intenções, tudo em nós
será simples palavras que o mundo consome.
E, depois de semelhante receita, o Espírito de Dona Maria
retirou-se como quem não tinha outro remédio a ensinar.
Do livro Lindos Casos de Chico Xavier, de Ramiro Gama.
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