Amor é o remédio
Impressionante vermos doenças que pareciam eliminadas
voltando e com intensidade enorme. É um alerta. Somente
há cura de fato quando o amor impera, quando o orgulho
desaparece, quando o egoísmo cessa. A febre amarela
retorna. A tuberculose preocupa novamente. Gripes
avassaladoras, dengue, chikungunya, zika... A grande
parte dessas, evitável, pela conscientização e
despertar, vencendo o egoísmo. A existência delas mostra
a nossa ignorância e nossa enfermidade espiritual.
Doenças crônicas, como, diabetes, hipertensão... Doenças
psiquiátricas em nível intenso, cânceres em todas as
famílias, doenças e doenças...
O cerne de tudo é o Espírito imortal. Nos estudos
espíritas vemos os instrutores a nos orientar que a
usina é a mente. Que a mente equilibrada evitaria
problemas, que a psicosfera sombria é caldo de
fermentação de micróbios, que muitas tempestades são
limpeza da atmosfera psíquica, e, caso não houvesse esse
socorro divino, as doenças alcançariam um grau
inimaginável.
Sabemos que o Espírito milenar se cura, muitas vezes,
quando resignado, com doenças que lhe depuram o
perispírito, retirando-lhe as arestas, deixando-o limpo.
Isso não seria necessário se já vivêssemos o amor mais
pleno. As doenças desaparecerão quando nos tornarmos
melhores. O que vemos no mundo, ao nosso redor, em nós
mesmos, nos revela o grau moral em que ainda nos
encontramos. O remédio para isso é nos melhorarmos. A
dor é cadinho libertador. Bendita a dor que redime!
Ainda elevaremos cânticos de amor e gratidão a Deus,
quando passarmos por provações que nos alcancem e
melhorem. Foi assim com muitos maravilhosos Espíritos
que passaram no mundo e hoje nos instruem. Hoje, são
luz.
Cada um de nós anseia pelo mundo melhor, de regeneração,
quando não mais haveremos de ver provações tão intensas,
necessárias a Espíritos na condição moral em que nos
encontramos.
Um dia, quando estivermos sãos em Espírito, quando o
amor vencer na Terra, muitos males não existirão, serão
apenas história, parte de uma civilização a ser estudada
no futuro, como hoje fazemos com as civilizações do
passado. O espírita, através dos mecanismos de
comunicação mediúnica, tem grande chance de, como
observador atento, buscar melhorar e amar mais. As
enfermidades se revelam. Há mais ignorância do que
maldade. Há desejos de vingança por não compreensão da
Justiça Divina e do amor que cobre a multidão de
pecados. Há falta de perdão por incompreensão.
A reunião mediúnica é o retrato dos sofrimentos humanos
não resolvidos, da frase lapidar de Jesus “onde estiver
teu tesouro, aí estará teu coração”.
A hora é de despertar para o amor. Chega de violência,
de agressão, de crime! A sociedade evolui e um coração
misericordioso, compassivo, elimina muitos males! A hora
é de piedade, mansidão, paz!
Em reuniões mediúnicas temos ouvido depoimentos de
Espíritos carregados de ódio, tentando atingir seus
adversários de ontem, com toda a fúria. Vemos líderes
das regiões abissais revelando seu comando, sua sede de
poder, seu desejo de dominação, seu antagonismo com os
ensinamentos de Jesus, sua não aceitação do bem. Todos
eles revelam motivos que, no seu entendimento doentio,
parecem justos. Contudo, quando compreendem a beleza do
amor, quando seus corações aflitos e sobrecarregados
ouvem a voz amorosa do Mestre, quando as lágrimas
torrenciais afloram, quando o amor que grita em seu ser
interno é ouvido, todos se rendem! O amor é a solução
para todos os nossos males e só haverá alegria real na
sua vivência, na obediência aos ensinamentos de Jesus.
Da obra O Evangelho segundo o Espiritismo, no
capítulo V, item 19, eis as sábias e belas palavras de
Santo Agostinho, que convidamos o leitor a analisar:
“Será a Terra um lugar de gozo, um paraíso de delícias?
Já não ressoa mais aos vossos ouvidos a voz do profeta?
Não proclamou ele que haveria prantos e ranger de dentes
para os que nascessem nesse vale de dores? Esperai,
pois, todos vós que aí viveis, causticantes lágrimas e
amargo sofrer e, por mais agudas e profundas sejam as
vossas dores, volvei o olhar para o Céu e bendizei do
Senhor por ter querido experimentar-vos.
(...) Que remédio, então, prescrever aos atacados de
obsessões cruéis e de cruciantes males? Só um é
infalível: a fé, o apelo ao Céu. Se, na maior acerbidade
dos vossos sofrimentos, entoardes hinos ao Senhor, o
anjo, à vossa cabeceira, com a mão vos apontará o sinal
da salvação e o lugar que um dia ocupareis... A fé é o
remédio seguro do sofrimento; mostra sempre os
horizontes do infinito diante dos quais se esvaem os
poucos dias brumosos do presente. Não nos pergunteis,
portanto, qual o remédio para curar tal úlcera ou tal
chaga, para tal tentação ou tal prova.
(...) Os momentos das mais fortes dores lhe serão as
primeiras notas alegres da eternidade. Sua alma se
desprenderá de tal maneira do corpo, que, enquanto se
estorcer em convulsões, ela planará nas regiões
celestes, entoando, com os anjos, hinos de
reconhecimento e de glória ao Senhor. Ditosos os que
sofrem e choram! Alegres estejam suas almas, porque Deus
as cumulará de bem-aventuranças. - Santo Agostinho”.
(Paris, 1863.)
O amor é a solução eficaz. Quando ele imperar, não mais
tantas dores. Enquanto ainda não o conquistamos e
enquanto a dor for ainda o nosso remédio, envolvamo-nos
na resignação e na fé, para nos livrarmos dos males que
carregamos. Nosso perispírito será limpo, as impurezas
desaparecerão e, no futuro, não mais provações. Mais
amor, a libertação do ser. Enquanto não alcançarmos esse
estágio, enquanto ainda precisarmos de provações,
exercitemos os ensinamentos de Jesus no coração e
aproveitemos o Espiritismo, para a cura real, para
alcançarmos a paz.
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