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por Luiz Guimarães Gomes de Sá

 
A caridade no lar


Se nos abstivermos do mundo externo e nos vincularmos com atenção ao ambiente do lar onde iniciamos nossa convivência social, iremos perceber quão rico e promissor ele se apresenta para a nossa caminhada evolutiva. A princípio, é naquele local que convivemos e divergimos constantemente por conta da nossa falta de compreensão, tolerância e indulgência com aqueles que nos circundam no dia a dia. Quando partilhamos de um mesmo ambiente devemos ter em mente que somos individuais e, por conseguinte, diferentes.

A partir da aceitação dos preceitos de Jesus, que nos ensina as virtudes do bem culminando com o maior delas, o amor, devemos atentar para essa oportunidade que nos é concedida para nosso aprimoramento moral.

Quantas divergências ocorrem naquele ambiente por conta das nossas intransigências cristalizadas no orgulho e egoísmo? Ao nos envolvermos com a Doutrina Espírita que professa as orientações do Cristo, despertamos para a importância desses desafios que são provas que nos fortalecem para a elevação espiritual. Sabemos que nossas existências são múltiplas e em cada uma delas trazemos de forma inconsciente as experiências boas e os equívocos do passado.

Nosso caráter petrificado na ancestralidade e encoberto pelo véu do esquecimento manifesta-se em nossas existências, onde buscamos nesse “arquivo confidencial” tudo que já experimentamos para darmos continuidade à vida presente. É inconteste que só fazemos aquilo que sabemos e esses conhecimentos e práticas permitem-nos tão somente praticá-los como capítulos de uma nova vida corpórea...

Seguindo a Doutrina Espírita e consciente da realidade do processo reencarnatório, devemos conceber esses desafios como sendo a misericórdia do Pai, que nos oportuniza reencontros com aqueles que temos diferenças para reconciliar nossos sentimentos.

Recebemos essas dádivas a princípio como agruras, mas pelo entendimento buscamos a construção em nosso lar de um novo caminho em nossa estrada evolutiva, cujos benefícios serão estendidos ao convívio social externo. Observemos que regra geral essa prática não ocorre de forma plena, por nos mantermos ainda fincados no dédalo do orgulho e egoísmo.

Essa ausência de percepção dificulta os nossos passos a caminho da redenção. Temos nas palavras de Jesus, segundo Mt 5:25-26: “Concilia-te depressa com teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te encerram na prisão. Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil”. Ao praticarmos a paciência, indulgência e tantas outras virtudes edificantes que nos elevam ao Criador, estaremos vivenciando a caridade moral que esquecemos ou postergamos.

Tenhamos em mente que a nossa parentela espiritual é imensa e nossos reencontros sempre ocorrerão de forma harmoniosa com aqueles que já temos afinidade, e também os controversos nos sentimentos para os devidos resgates.

Essa é a Lei Divina do amor que agrega e soma diferentemente do ódio e rancor, que desestabilizam e destroem. “O lar é um canteiro fértil para semearmos a caridade.”



 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita