O que te
impede
de
escolher
o amor?
Essa
indagação
inicial
remete à
ideia de
que a
escolha
acertada
é
puramente
racional,
descontextualizada,
mas
percebe-se
que as
nossas
escolhas
são
fruto de
um longo
processo,
imerso
nas
teias da
reencarnação,
com
dependência
da
trajetória
e forças
atávicas
que
arrastamos,
e que
fazem
com que
a
escolha
pelo
caminho
do bem
não seja
apenas
um
momentâneo
querer,
mas um
esforço
e luta
constante.
1- Meu
sonho de
moço
Na
juventude,
tem-se o
momento
da vida
no qual
alimentamos
a ideia
de um
mundo
melhor,
no qual
o nosso
potencial
fraterno
floresce,
necessitando
ser
regado
para se
manter
na
existência.
Por isso
a beleza
e a
importância
dos
trabalhos
com a
juventude
espírita.
Mas esse
desejo
de um
mundo
melhor
vai se
enfraquecendo,
no
contato
com a
realidade,
com as
dificuldades
da vida,
carecendo
da visão
da
reencarnação,
que nos
permite
entender
que
esses
avanços
se dão
de forma
lenta e
gradual,
com
avanços
que por
vezes
parecem
atrasos.
A
esperança
precisa
ser
cultivada.
2- O
caminho
do bem
Por
isso, o
caminho
do bem é
a porta
estreita,
mais
difícil,
posto
que
ainda
estamos
em um
estágio
evolutivo
atrasado,
na faixa
das
provas e
expiações,
e por
vezes
subestimamos
o
estágio
evolutivo
da raça
humana
encarnada,
e nos
surpreendemos
do que
ainda
somos
capazes.
Para o
caminho
do bem,
é
preciso
viver no
mundo
sem ser
do
mundo,
compreendendo
os
contextos
nos
quais os
avanços
são
possíveis,
e como
eles
podem se
dar. Mas
como
saber se
estamos
no
caminho
do bem?
A regra
áurea de
Jesus,
de fazer
ao
próximo
o que se
deseja a
si mesmo
é uma
boa
medida,
no
sentido
de que
nos
insere
no
mundo,
em um
esforço
evolutivo
que é
pessoal,
mas que
depende
dos
outros.
3- As
pedras
que
arrastamos
Mas
seguir
por essa
porta
estreita
é
difícil,
pesaroso,
e não é
um ato
de
momento.
É um
processo,
que gera
tensões
entre o
nosso
sonho de
moço e a
realidade
espiritual
em que
nos
encontramos.
Apesar
da carne
não ser
fraca, e
sim o
espírito,
não
podemos
desprezar
as
forças
da
matéria
a nos
acorrentar.
São
muitos
os
chamamentos,
o homem
velho
que
habita
em nós,
rodeado
de
antigos
amigos e
hábitos
que nos
pressionam
continuamente
sobre o
que
devemos
fazer.
Como
dito por
Paulo de
Tarso na
sua
Carta
aos
Romanos,
“Pois
o que
faço não
é o bem
que
desejo,
mas o
mal que
não
quero
fazer,
esse eu
continuo
fazendo”,
e nessa
tensão
vem a
culpa, o
sentimento
de
inferioridade
que nos
congela
nesse
processo
evolutivo.
4- Não
olhar
para
trás
Jesus
deu a
senha ao
asseverar
que “todo
aquele
que pega
na
charrua
e olha
para
trás não
serve
para o
reino de
Deus”.
Nesse
sentido,
é
preciso
nos
lembrar
de nossa
dimensão
humana,
e sem
heroísmos
ou
ídolos
de pés
de
barro,
percebermos
os
avanços
realizados
e que a
própria
consciência
do nosso
estado
evolutivo
já é
progresso.
Ficar
preso
aos
fracassos
tem o
potencial
de
estagnar
a nossa
caminhada,
nas
teias do
remorso.
Para
isso
temos a
bênção
do
esquecimento,
o
reinício
pela
nova
encarnação,
para
começar
de novo,
sem, no
entanto,
partir
do zero.
O que
nos
impede
de
escolher
o amor é
o nosso
passado,
que
compõe o
nosso eu.
É também
a nossa
culpa,
paralisante.
E a
nossa
falta de
compreensão
de que o
caminho
é longo,
com
flores e
pedras,
e que se
faz
passo a
passo,
nas
sucessivas
vidas,
na longa
jornada
da
evolução. (1)
(1) Artigo
oriundo
da
palestra
proferida
em abril
de 2018
no
evento
“Praça
florida
de
livros”,
em
Petrópolis-RJ. |