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por Hugo Alvarenga Novaes

  

O acerto do tempo pela reencarnação


É intrínseco aos Espíritos Puros, fazerem o certo; nós, que pertencemos ao conjunto daqueles menos adiantados, ou seja, da categoria dos que são da classe de Expiações e Provas, ainda demoraremos muito a alcançar a perfeição.

Bem, essa questão depende do ponto de vista de cada pessoa. De nós, seres humanos comuns, com uma visão limitadíssima, a qual temos, podemos enxergar as coisas como se estas fossem muito demoradas, podendo tardar séculos ou até mesmo milênios.

Da parte de um Puro Espírito, esse mesmo tempo pode não representar maiores jornadas, mesmo que o período temporal seja igual para os dois indivíduos.

É certo que, para este último, parece dar-se a impressão de que os minutos correm mais rápido.

Caros leitores, vejamos as palavras daquele a quem o Sublime Pegureiro designou de Cefas, na sua segunda epístola:

“Mas vós, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia” (2 Pedro 3,8).

Falando isso, deixou claro que a percepção do tempo para os superiores é muito mais veloz.

Tomemos como exemplo, ou como base, um jovem com 5 anos de idade e um senhor sexagenário com os seus sessenta e alguma coisa. Perguntemos a ambos se 30 anos está longe ou perto? O primeiro, em uma forma de dizer, falará que essa distância é inatingível, de tão distante que está para ele. O segundo, igualmente de forma alegórica, dirá que nem tanto assim, pois parece que foi ontem mesmo de tão perto. Viram, leitores? embora o tempo seja igual para as duas pessoas, a percepção delas para ambas em relação aos anos, que ainda serão ou que já foram vividos é completamente diferente.

Mas não estamos aqui para falar do “tempo”, mas sim do “acerto”.

Tranquilamente podemos dizer que a meta de cada um de nós, filhos do Pai Altíssimo, “já que Ele não faz acepção de pessoas” (Romanos 2:11), é evoluir até nos tornarmos Espíritos Puros.

Jesus estava certo quando nos disse: “... Vós sois deuses!” (João 10:34), querendo assim dizer que o germe da perfeição já estava em nós, e, através da reencarnação, nós chegaríamos a ela e estaríamos com o Pai Maior.

Deus nos criou simples e ignorantes[1] e, quanto mais praticarmos o bem, fizermos boas ações, obviamente, galgaremos o patamar da “classe seguinte de Espíritos”, até alcançar a nossa meta que é atingir a perfeição relativa, pois, a perfeição absoluta somente Deus a possui.

Apeguemo-nos à expressão “classe seguinte de Espíritos”. Ela está intimamente ligada à reencarnação. O que seria do Espírito se não fosse a palingenesia?

Se não fosse a reencarnação, Deus não seria justo e bom como é. Pois seria inadmissível nascerem crianças já doentes, com aleijões etc., enquanto outras, nascem totalmente saudáveis.

Outra coisa: seria injusto uns virem a este mundo completamente desprovidos de recursos materiais e reencarnarem em um meio com todos os tipos de dificuldades, enquanto outros já nascessem numa total opulência; afinal de contas, eles teriam uma menor chance de falir em suas provas. Não seria isso uma injustiça, ainda mais vindo de um ser que tudo sabe e tem pleno conhecimento do futuro?

Não irei me alongar, pois são muitas as diferenças que permeiam uns e outros. Agradeçamos ao Supremo Criador pelo advento da reencarnação.

Destarte, tendo o Magnânimo Criador em sua infinita sabedoria criado a reencarnação, é como falei alhures, galgaremos o patamar da “classe seguinte de Espíritos”, e sendo que o mesmo nunca regride, no máximo estaciona, na maioria das vezes evoluciona, mesmo estando na primeira classe dos Espíritos, seremos próximos ao Criador Supremo.


 

[1] O Livro dos Espíritos, q. 115.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita