O acerto
do tempo pela
reencarnação
É intrínseco aos
Espíritos Puros, fazerem
o certo; nós, que
pertencemos ao conjunto
daqueles menos
adiantados, ou seja, da
categoria dos que são da
classe de Expiações e
Provas, ainda
demoraremos muito a
alcançar a perfeição.
Bem, essa questão
depende do ponto de
vista de cada pessoa. De
nós, seres humanos
comuns, com uma visão
limitadíssima, a qual
temos, podemos enxergar
as coisas como se estas
fossem muito demoradas,
podendo tardar séculos
ou até mesmo milênios.
Da parte de um Puro
Espírito, esse mesmo
tempo pode não
representar maiores
jornadas, mesmo que o
período temporal seja
igual para os dois
indivíduos.
É certo que, para este
último, parece dar-se a
impressão de que os
minutos correm mais
rápido.
Caros leitores, vejamos
as palavras daquele a
quem o Sublime Pegureiro
designou de Cefas, na
sua segunda epístola:
“Mas vós, amados, não
ignoreis uma coisa: que
um dia para o Senhor é
como mil anos, e mil
anos como um dia” (2
Pedro 3,8).
Falando isso, deixou
claro que a percepção do
tempo para os superiores
é muito mais veloz.
Tomemos como exemplo, ou
como base, um jovem com
5 anos de idade e um
senhor sexagenário com
os seus sessenta e
alguma coisa.
Perguntemos a ambos se
30 anos está longe ou
perto? O primeiro, em
uma forma de dizer,
falará que essa
distância é inatingível,
de tão distante que está
para ele. O segundo,
igualmente de forma
alegórica, dirá que nem
tanto assim, pois parece
que foi ontem mesmo de
tão perto. Viram,
leitores? embora o tempo
seja igual para as duas
pessoas, a percepção
delas para ambas em
relação aos anos, que
ainda serão ou que já
foram vividos é
completamente diferente.
Mas não estamos aqui
para falar do “tempo”,
mas sim do “acerto”.
Tranquilamente podemos
dizer que a meta de cada
um de nós, filhos do Pai
Altíssimo, “já que Ele
não faz acepção de
pessoas” (Romanos 2:11),
é evoluir até nos
tornarmos Espíritos
Puros.
Jesus estava certo
quando nos disse: “...
Vós sois deuses!” (João
10:34), querendo assim
dizer que o germe da
perfeição já estava em
nós, e, através da
reencarnação, nós
chegaríamos a ela e
estaríamos com o Pai
Maior.
Deus nos criou simples e
ignorantes[1] e,
quanto mais praticarmos
o bem, fizermos boas
ações, obviamente,
galgaremos o patamar da
“classe seguinte de
Espíritos”, até alcançar
a nossa meta que é
atingir a perfeição
relativa, pois, a
perfeição absoluta
somente Deus a possui.
Apeguemo-nos à expressão
“classe seguinte de
Espíritos”. Ela está
intimamente ligada à
reencarnação. O que
seria do Espírito se não
fosse a palingenesia?
Se não fosse a
reencarnação, Deus não
seria justo e bom como
é. Pois seria
inadmissível nascerem
crianças já doentes, com
aleijões etc., enquanto
outras, nascem
totalmente saudáveis.
Outra coisa: seria
injusto uns virem a este
mundo completamente
desprovidos de recursos
materiais e reencarnarem
em um meio com todos os
tipos de dificuldades,
enquanto outros já
nascessem numa total
opulência; afinal de
contas, eles teriam uma
menor chance de falir em
suas provas. Não seria
isso uma injustiça,
ainda mais vindo de um
ser que tudo sabe e tem
pleno conhecimento do
futuro?
Não irei me alongar,
pois são muitas as
diferenças que permeiam
uns e outros.
Agradeçamos ao Supremo
Criador pelo advento da
reencarnação.
Destarte, tendo o
Magnânimo Criador em sua
infinita sabedoria
criado a reencarnação, é
como falei alhures, galgaremos
o patamar da “classe
seguinte de Espíritos”,
e sendo que o mesmo
nunca regride, no máximo
estaciona, na maioria
das vezes evoluciona,
mesmo estando na
primeira classe dos
Espíritos, seremos
próximos ao Criador
Supremo.
[1] O
Livro dos
Espíritos, q.
115.
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