Nosso melhor momento
André Luiz assevera, no livro Coragem: você está
agora em seu melhor tempo – o tempo de hoje. O
recado do autor é enviado diretamente a cada um de seus
leitores, ou seja, a cada um de nós. Estamos em nosso
melhor momento! Acreditamos, com André Luiz, que nunca
tivemos uma encarnação como esta, tão rica de
possibilidades! Provavelmente, em nossa longa história
pessoal, nunca tivemos acesso a informações tão precisas
a respeito da vida e de nós mesmos. Possivelmente, nunca
nos foram oferecidas tantas companhias sinceras e
bem-intencionadas, exemplos de integridade e altruísmo.
Quantas pessoas boas e amorosas ao nosso lado! Quantas
relações ricas em sentimentos nobres! Quantas
oportunidades de crescimento afetivo!
O pensamento do autor espiritual nos remete também às
óbvias mudanças psicossociais decorrentes do movimento
humanista. Nenhuma cultura na história jamais deu tanta
importância aos sentimentos, desejos e experiências
humanas.
A visão humanística da vida como uma sequência de
experiências tornou-se o mito que fundamenta todas as
atividades humanas. Não nos vendem passagens aéreas ou
jantares elegantes – eles nos vendem experiências
prazerosas ou inovadoras.
Enquanto as narrativas antigas se concentravam nos
eventos e ações exteriores, hoje, os romances, filmes e
poemas giram em torno de sentimentos. Os heróis nunca
passavam por um processo significativo de mudança
interior. Eram guerreiros destemidos e mantinham-se
assim até o fim, sem alterar sua visão de mundo. Eles
pouco aprendiam com os bandidos que matavam, ou com as
donzelas que salvavam. O foco humanista em sentimentos e
experiências transformou a arte e as expectativas
humanas. Pouco nos importam cavaleiros corajosos e sua
bravura. Queremos saber dos sentimentos das pessoas
comuns, suas emoções e seus sonhos, suas carências e sua
necessidade de realização pessoal. Esse meio de cultura
favorece, de forma particular, o desenvolvimento das
potências do Espírito.
Acrescenta-se a isso a especialíssima encarnação que
vivemos. Uma longa preparação precedeu o nosso retorno à
Terra: estudos continuados, treinamento de habilidades e
assunção de compromissos no bem. Equipes de técnicos na
dinâmica reencarnatória disponibilizaram-nos os seus
melhores recursos. Nossa chegada ao planeta foi saudada
com alegria e esperança pelos avalistas da nova
existência, que continuam nos assistindo da dimensão
espiritual. Nunca nos faltou suporte! No momento
preciso, foram se aproximando de nós Espíritos afins,
vinculados aos mesmos compromissos reencarnatórios, e as
diferentes tarefas pertinentes à nossa programação foram
eclodindo, nos momentos adequados, quando nos
encontrávamos prontos para recebê-las.
Estamos agora devidamente aparelhados para fazer o que
nos compete: aglutinar nossas melhores forças para
produzir mais e melhor.
Comenta a teósofa Annie Besant, segundo o relato de
Willian James (Livro: Variedades da experiência
religiosa), que muitas pessoas nutrem bons sentimentos
para com qualquer boa causa, mas poucas se esforçam por
ajudá-la, e muito poucas arriscarão alguma coisa para
apoiá-la.
- “Alguém deve fazê-lo, mas por que eu?” - é a pergunta
sempre repetida por pessoas amáveis, mas acomodadas.
- “Alguém deve fazê-lo, por que não eu?” - é o grito de
algum zeloso servo do homem, que se atira, animoso, para
frente a fim de enfrentar algum dever perigoso. Entre
essas duas sentenças jazem séculos inteiros de evolução
moral. Homens que assumem o segundo pensamento não se
limitam a criticar e conhecer com o intelecto. Suas
ideias os possuem e eles as impõem aos companheiros ou à
sua época.
Ao tomarmos ciência de toda a dinâmica das vidas
sucessivas, visualizando a nós mesmos como almas em
busca do “algo mais”, não podemos dizer: Alguém deve
fazê-lo, mas por que eu? Conhecimento implica
responsabilidade e as informações amealhadas precisam
produzir frutos. Só uma assertiva, em virtude do
exposto, cabe no pensamento de quem se identifica com o
sentido da reencarnação: Alguém deve fazê-lo, por que
não eu?
Não há quem sobreviva sem um significado na vida. Os que
não encontraram um significado na vida deram cabo dela,
pelo autoextermínio. Muitos buscam esse sentido nos
prazeres primários, definidos pela evolução biológica, e
que visam à sobrevivência da espécie: comer, beber ou
fazer sexo. Alguns vão buscá-los em gozos um pouco mais
sofisticados: beleza, patrimônio, destaque e poder.
Outros ainda, extrapolando tudo isso, acreditam encontrá-lo
nas drogas, e verificam, não muito tardiamente, que era
ilusão. Nossa proposta é outra: buscar esse sentido na
construção de uma personalidade respeitosa, nobre e
generosa. Sermos, enfim, tudo aquilo que podemos ser.
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