O que as
pessoas
não
gostam
de ouvir
quando
um afeto
“morre”
Faz
algum
tempo
que
trabalho
no tema
referente
à morte
de entes
queridos
e como
podemos/devemos
lidar
com esta
“perda”.
Embora o
espírita
saiba
que a
vida
prossegue
além-túmulo,
impossível
não
ficar
triste
com a
perda da
convivência
com o
ente que
se foi e
a
preocupação
com o
seu
estado
de ânimo
do outro
lado da
vida, se
estará
bem,
tranquilo,
em paz.
Tentar
ocultar
esta
ideia da
tristeza
é, ao
menos em
meu
entendimento,
um grave
equívoco.
A fé na
imortalidade
da alma
não
elimina
a
tristeza
pela
partida
de nosso
afeto.
Esta fé,
ou
melhor,
esta
certeza
na
sobrevivência
da alma,
ameniza
a dor,
mas
jamais a
elimina.
Tive,
inclusive,
a
oportunidade
de
escrever
uma obra
–
Pérolas
devolvidas,
publicada
pela
Editora
CEAC,
2015 -
no
tocante
a este
delicado
assunto.
Desde
então
prossigo
trabalhando
na
temática.
Dia
desses
pedi
para que
os
amigos
da rede
social
escrevessem
o que
não
gostariam
de ouvir
quando
um ente
querido
partisse
para o
outro
lado da
vida.
Cinquenta
e oito
amigos
deixaram
suas
visões
acerca
do que
não
gostariam
de ouvir
quando
um ente
querido
partisse
e, a
partir
de seus
comentários,
pude
colher
algumas
interessantes
informações
que,
agora,
compartilho.
Frases
feitas,
de
efeito,
tais
como -
Ele
descansou!
Virou
uma
estrelinha!
Está
melhor
do que
nós! -
quase
que 100%
dos que
responderam
desaprovam.
Uma
parcela
de 14%
informou
que se
sente
bem
apenas
com um
abraço,
sem
necessidade
de
palavras.
Uma
palavra
que soa
mal, ao
menos
para os
que
responderam,
é -
“pêsames”
- cerca
de 10%
disseram
que não
apreciam
ouvir
esta
palavra.
Eu
jamais
imaginara
que
receber
“meus
pêsames”
poderia
causar
algum
mal-estar.
Algumas
pessoas
disseram
que a
palavra
não tem
uma
sonoridade
bacana.
Um outro
ponto
importante
registrado
é o do
julgamento
em face
de
pertencer
a esta
ou
àquela
religião.
Observei
que as
pessoas
necessitam
sofrer e
chorar,
vivenciar
aquele
momento
de
tristeza
de forma
plena,
sem
terem de
passar
por
comentários
inquisidores
do tipo:
Você é
espírita,
sabe que
ninguém
morre,
portanto,
nada de
choro.
Outro
comentário
na mesma
linha é:
Seja
forte!
Aliás,
esses
julgamentos
merecem
um
capítulo
à parte.
É de uma
enorme
crueldade
alguém
tentar
impedir
que o
outro
“curta”
sua
tristeza
e
vivencie
seu
luto.
Evocar a
religião,
no caso
aqui o
Espiritismo,
é
colocar
o
espírita
como uma
máquina
que não
pode
sentir,
chorar,
estristecer-se.
Frases
assim
mostram
um total
desconhecimento
do
próprio
Espiritismo.
Parece-me
que, em
casos de
partida
de entes
queridos,
o mais
interessante
e que
produz
resultados
mais
eficazes
é o
velho
abraço e
a
simples
presença
física.
Ambos
são
acolhedores,
falam de
alma
para
alma.
Conselhos
e frases
prontas
são
dispensáveis
e causam
mais
desconforto
e
constrangimento
em quem
passa
pelo
delicado
momento
da
partida
do ente
amado.
Mais
prudente
evitá-los
a fim de
não
cometer
as
chamadas
“gafes”.
Fica o
registro,
de modo
a
oferecer-nos
uma
pálida
visão de
como
poderemos
agir
diante
de um
momento
solene e
delicado
como o
da
partida
de
afetos
de
nossos
afetos. |