Meditação
No mundo ocidental
existe uma onda
crescente entusiasmante
acerca da meditação; as
pessoas aperceberam-se
dos benefícios
crescentes com este
saudável hábito
existente há milhares de
anos no Oriente.
Vemos a criação de novos
espaços convidarem-nos a
experimentar a meditar.
Não só de forma sentada,
mas também no Yoga, uma
arte de origem indiana
que tem como objetivo o
sossego da mente.
Nos Estados Unidos da
América, país que
iniciou e mantém os
estudos médicos acerca
deste tipo de exercício,
constataram enormes
vantagens que advêm do
hábito da meditação,
criaram nomes novos
acompanhando movimentos
modernos tal como o
mindfulness,
desenvolvimento da
inteligência emocional.
Neste momento, parte dos
profissionais ligados ao
estudo da mente humana,
tal como psicologia,
psiquiatria e
neurociência, aconselha
as pessoas a meditar
para que possam
reequilibrar suas
emoções e estabilizar as
suas vidas. As grandes
empresas, como por
exemplo a GOOGLE,
utilizam cursos de
inteligência emocional
para os seus
funcionários, para que
possam tirar partido da
estabilidade emocional
no rendimento laboral.
Jesus Cristo meditava
afastando-se de todos e
aconselhou-nos a fazer o
mesmo, quando nos
indicava o recolhimento
aos aposentos e em
silêncio orarmos.
Existe uma frase muito
bonita que nos diz que a
prece é falar com Deus,
a meditação é escutar
Deus.
Afinal, o que é
meditação?
A meditação na verdade
ultrapassa o ato de
estar sentado sem pensar
em nada. Estes
exercícios que nos
aconselham são
exercícios de
concentração, onde
desenvolvemos um
silêncio forçado pela
mente. Não me entendam
erradamente, se me
perguntarem se são
importantes, responderei
positivamente. Sem eles
certamente não
conseguiríamos atingir o
estado meditativo.
A principal ação no
estado meditativo é a
observação ou atenção
plena. Os exercícios
servem como meio para
desenvolver esta
atenção.
O Budismo, pai da
meditação, mostra-nos em
sua doutrina a
importância da ação
correta. Na quarta nobre
verdade, Buda fala-nos
do Óctuplo Caminho que é
descrito da seguinte
forma:
“Agora, bhikkhus,
esta é a nobre verdade
do caminho que conduz à
cessação do sofrimento:
é este Nobre Caminho
Óctuplo: entendimento
correto, pensamento
correto, linguagem
correta, ação correta,
modo de vida correto,
esforço correto, atenção
plena correta,
concentração correta".
O estado meditativo sem
uma mente pura ou um
“coração puro”,
expressão usada por
Jesus, não é possível
porque a mente sem as
condições descritas no
Óctuplo Caminho não
poderá estar em
serenidade suficiente
para que possa meditar.
Os exercícios que
fazemos sentados com
atenção em algum objeto
ou respiração são muito
importantes para
podermos serenar nossa
mente e lidar de forma
mais calma com a vida,
mas não nos levam a uma
serenidade natural
suportada pela ausência
da tribulação mental.
Para termos uma
verdadeira mudança em
nós, teremos que correr
o Óctuplo Caminho ou,
por outras palavras,
Vigiar e Orar para que
não entremos em tentação
e deixemos de ter a ação
correta, tal como o
conselho do Mestre da
Vida, Jesus Cristo.
Este caminho traz-nos a
uma tarefa de
autoconhecimento árdua
que não poderá ser
elaborada com êxito sem
a ajuda do estudo.
O processo de
autoconhecimento
premeia-nos com a
consciência das ilusões
causadas pelo nosso Ego,
libertando-nos das ações
repetitivas mentais e os
impulsos primitivos de
nosso ser que nos
embrutecem e prendem à
ignorância.
Os exercícios de atenção
plena ou chamados
vulgarmente de meditação
serenam nossa mente de
forma a termos tempo
para observar as nossas
ações.
O estudo serve para
aquisição de
conhecimento que, quando
entra em estado de
consciência na prática
da vida, se transformará
em sabedoria.
Penso que podemos
afirmar que, sem estudo,
autoconhecimento e
exercícios de plena
atenção não poderemos
chegar ao estado pleno
de meditação.
É importante para nós
fazermos os exercícios
de atenção plena, mas
será que conseguiremos
chegar a paz e
serenidade sem
expurgarmos de nós os
impulsos da Ignorância,
seguindo o caminho
correto? |