Os valorosos benefícios da doação
“A vida não reclama o teu sacrifício integral, em favor
dos outros, mas, a benefício de ti mesmo, não desdenhe
fazer alguma coisa na extensão da felicidade comum.”
(Emmanuel, no livro “Fonte Viva”, psicografia de
Francisco C. Xavier, item 28.)
Fazer uma doação é quando dispomos de alguma coisa, de
um bem material e o entregamos, de forma definitiva, a
alguém que tem necessidade dele.
Já o doar-se é o gesto de nos doar, isto é, de oferecer
o nosso tempo, trabalho, ideal, alegria, esperança em
favor de uma causa nobre ou de pessoas carentes que
caminham conosco, pois que, afirma o Espírito Emmanuel
que devemos praticar a caridade do suor.
Em ambas as situações os maiores beneficiados somos nós
mesmos, pois que dentro da lei de ação e reação e de
causa e efeito, colheremos sempre os reflexos
decorrentes das ações praticadas.
Dentro do sábio contexto dessas duas leis da natureza, a
criatura que encontra disposição para servir será sempre
servida. Quem ama é amado, quem socorre é socorrido,
quem protege é protegido, quem aplaude é aplaudido, quem
é educado recebe educação, quem respeita é respeitado,
quem abençoa é abençoado. Da mesma forma, e, pelas
mesmas leis, quem agride é agredido, quem calunia é
caluniado, quem maltrata é maltratado, quem ofende é
ofendido, enfim, quem pratica o mal recebe a maldade.
Paulo de Tarso, o fiel e dedicado divulgador das
imprescindíveis lições de Jesus Cristo, afirmou: “cada
um colherá aquilo que tiver semeado”. (Paulo, Gálatas,
6: 8.)
Sabendo disso, age com prudência e bom senso aquele que
vive e pratica o bem e, por certo, atua com pouca
inteligência a criatura que ainda descuida e vivencia o
mal.
Como as justas e sábias leis de Deus nos concedem o
livre-arbítrio, obviamente, cada um tem o direito e a
liberdade de seguir os seus dias pela vida da forma que
melhor lhe aprouver. Somos livres para escolher, mas
fatalmente colheremos as consequências naturais das
escolhas feitas.
Sendo assim, melhor e mais acertado será refletir
demoradamente na qualidade das ações que estamos
deliberando no quotidiano, pois que somos os
construtores de nossa paz e felicidade, ou os artífices
do nosso sofrimento e decepções.
Fazendo doações ou nos doando estaremos construindo a
pilastra forte que sustentará a base da nossa
prosperidade espiritual, que nos permitirá deixar o
mundo íntimo das imperfeições e defeitos, que ainda nos
mantêm em estado de inferioridade moral, para permitir o
nosso acesso às regiões evolutivas de maior graduação,
onde lograremos usufruir de mais serenidade e conforto.
Evidentemente, os tempos são chegados para que
despertemos a consciência e percebamos que, até o
momento, diante de tantas dores e sofrimentos, decepções
e amarguras, caminhamos na contramão da lógica e da
razão. Importa, então, mudar o rumo da nossa vida,
direcionando as nossas metas e objetivos para uma
existência mais espiritualizada e menos material.
Ao nosso redor, bem próximo de nós, existe uma
infinidade de oportunidades e mecanismos que, se bem
observados, poderão, de imediato, nos assegurar amplas
possibilidades para a mudança da direção que temos
seguido até agora.
E, como a proposta das leis divinas é promover a
felicidade e o bem-estar das criaturas, procuremos
atuar, decididamente, de forma a contribuir para que tal
empreitada seja atingida.
Existem crianças pobres precisando de recursos de
sobrevivência, mães desesperadas pela escassez de
alimento no lar, chefes de família desempregados, jovens
trilhando por vielas sombrias e perigosas, casais
vivendo em conflitos, lares desestruturados, criaturas
chafurdadas nos vícios, doentes implorando socorro,
depressivos de mãos estendidas, criminosos arrependidos
esperando novas oportunidades, desesperados e
desiludidos, vivendo na indiferença e muito mais.
Ante o quadro visível de angústias e aflições que se
descortina à nossa frente é preciso ter “olhos de ver” e
“ouvidos de ouvir” para que saibamos como fazer as
nossas doações e nos doarmos também.
Meditemos...