Mundo e Brasil sem corrupção
Vai acontecer de alcançarmos um dia este patamar?
Teremos que esperar chegar o mundo de regeneração, onde
nós, seres humanos, teremos nos tornado Espíritos com
ética, moral e espiritualidade.
Para isso é necessário que mudemos. Quando formos
melhores criaturas, agindo com honestidade, fraternidade
e desprendimento, nossos filhos verão o exemplo e se
modificarão. E vai muito tempo, porque somos tímidos e
medrosos em fazer o bem e exercer a ética em nossas
relações.
Vejamos por exemplo o apóstolo de Jesus, chamado Judas
Iscariotes (porque tinha nascido na aldeia
de Queriote);
tinha ele o melhor mestre (lavou os pés dos discípulos,
para exemplificar), o melhor psicólogo (“Disse-lhe
Jesus: Teu irmão há de ressuscitar”, João,
11:23),
o melhor líder (“E Jesus lhes respondeu: Meu Pai
trabalha até agora, e eu trabalho também”, João,
5:17),
o melhor amigo (aceitou o abraço e o beijo de Judas ao
ser entregue aos soldados no horto).
E o discípulo, mesmo recebendo tanto, ainda assim
fracassou. Mas Judas não perdeu a vida, apenas o corpo –
ganhou experiência com dor e remorso.
Vemos que o problema não é só de liderança, é conosco
também – ou seja, no Brasil, o problema não são apenas
os políticos, mas nós, população, como um todo.
Não importa a sua formação, sua riqueza, suas crenças ou
sua religião, se sua atitude não for do homem de bem, se
você não mudar em relação à maioria, se o seu caráter
não for transformado, você sempre será a mesma pessoa
velha, egoísta e orgulhosa, pensando no seu nariz e nos
seus imediatos.
No Japão, após o tsunami, a população comprava o
estritamente necessário para não prejudicar o próximo.
No campeonato mundial de futebol, deram o exemplo de
ambientalistas, limpando o campo, após o jogo, no Mané
Garrincha, em Brasília.
Nos Estados Unidos, depois da passagem do furacão
Katrina, com o enorme estrago que provocou, o comércio
reabriu e vendia bens a preço de custo para ajudar as
pessoas afetadas.
Na França, após os atentados terroristas, os táxis
faziam corridas grátis.
Em São Paulo, os dirigentes do Hospital Albert Einstein
fizeram uma campanha em que se pagava a corrida para o
passageiro de táxi que aceitasse parar um quarteirão
antes do seu destino, para se exercitar, esclarecendo os
cidadãos sobre os problemas da obesidade e os riscos de
ataque cardíaco.
Mas agora, no Brasil, com apenas alguns dias de
paralisação dos caminhoneiros, vimos comerciantes
começarem a explorar o preço da gasolina, os preços dos
hortifrutigranjeiros, com aumentos de até 80 por cento.
Da parte da população, vimos a ansiedade que se sobrepõe
à empatia, como no caso de pessoas correndo para comprar
grandes quantidades de mantimentos nos supermercados,
ignorando as necessidades dos outros e pensando primeiro
em si e quase nunca nos demais.
Será que receberemos o digno título de cidadãos do mundo,
um dia?
Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é editor da Editora
EME.
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