A bula
“Não procuremos orientação com os outros para assuntos
claramente solucionáveis por nosso esforço (...). Cada
Espírito possui o roteiro que lhe é próprio.” (Emmanuel).
Cada Espírito carrega
consigo um roteiro próprio; orientaçõesadequadas
para cada situação: passada a prescrição por insigne
Médico e adquirido o medicamento, lá estará a bula
referendando como deve ou não agir o paciente.
Mas a que bula, roteiro, ou orientação nos
referimos? Onde estão eles impressos? “Na [nossa]
consciência!” (Questão 621 de O Livro dos Espíritos.)
Foi lendo a bula que o bom Samaritano compreendeu que
deveria assistir, anônimo, isento, dedicado, ao
assaltado, na estrada que descia para Jericó.
Foi por deixarem de ler a bula que o sacerdote e o
levita passaram ao largo, desatendendo o mesmo infeliz.
Foi por ler a bula que Zaqueu subiu ao topo do sicômoro,
para melhor poder ver e ouvir o Mestre.
Foi por não ler integralmente a bula que o agoniado
“jovem rico” não conseguiu acompanhar por inteiro o
Rabi.
Foi por ler a bula que a hemorroíssa (que sangrava há
doze anos) tocou com sua fé as vestes do Mestre.
Foi por não lerem a bula que muitos condenaram a atitude
daquela “impura...”
Foi por ler a bula que Maria (irmã do amigo Lázaro), ao
“escolher a melhor parte”, lavou os pés de Jesus com
suas lágrimas, ungiu-os com perfumes e os secou com seus
cabelos.
E foi por não ler a bula que Marta censurou a atitude da
irmã, enquanto preparava e servia o jantar.
Foi lendo a bula que os “cinco mil” assimilaram as
verdades do Sermão do Monte; e também foram saciados da
fome do corpo...
... Mas, os mesmos “cinco mil”, ao bradarem
“crucifica-o; crucifica-o!”, já haviam esquecido de todo
o ensinamento que haviam encontrado na bula.
Foi por ler a bula que o centurião pediu ao Mestre que
curasse seu servo, porém que não precisaria ir até a sua
casa, pois disso não era digno.
Foi por não ler a bula que Longino espetou a lança cruel
no peito do divino Sentenciado.
É por ler a bula que afirmamos: “darei uma boa palavra e
o pagamento ao meu guardador de carro, mesmo correndo o
risco de que venha a, novamente, se embriagar!”
Mas quando não lemos a bula, “temerariamente,
precipitados e desdenhosamente”, categoricamente nos
questionamos: “por que contribuir com este ‘desocupado’
se, novamente, irá se embriagar?”
É por lermos a bula que dirigimos palavra de conforto e
estímulo à prestimosa que deixou o hall de entrada de
nosso bloco limpo e cheiroso.
Mas é por não lermos a bula que julgamos que ela está
justamente ali, “sendo paga para isso”; e então
emudecemos...
E a história nos vai relatando que muitos, por lerem a
bula, foram entregando seus corpos para serem queimados,
para iluminação de seus Espíritos; doaram seus bens
terrenos e deram preferência aos não perecíveis;
consumiram suas existências ensinando, pesquisando,
exemplificando; doaram-nas aos “pequeninos”, pois
tinham-lhes preferência...”
E por ainda ignorarem a bula, dado a qualidade doentia
do Planeta, muitos outros ainda se sentem desorientados
quanto à eficácia dos medicamentos do Pai, anunciados
por Jesus e os seus Profetas de todos os tempos.
* * *
O “Doutor” é confiável; o diagnóstico contundente; a
prescrição é clara... e a bula está à nossa
disposição para retirarmos quaisquer dúvidas: nela está
escrito “o que devemos fazer ou deixar de fazer”. E “só
somos infelizes quando dela nos afastamos”. (Questão 614
de O Livro dos Espíritos.)
Bibliografia:
(Sintonia: Xavier, Francisco Cândido, Fonte
Viva, ditado por Emmanuel, Cap. 138, O justo
remédio, 1ª edição da FEB.)
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