Aproximação do
Espiritismo
Um conhecido meu me confessou que depois de se aproximar
do Espiritismo começaram a surgir contrariedades na sua
vida, com as quais não contava. Pequenos problemas e
contratempos apareciam com frequência perturbadora.
Coisas mesquinhas, às vezes irrelevantes, o irritavam. A
convivência familiar se alterou e a tolerância educada
que sempre existiu em família sofreu abalos.
Segundo seu depoimento, era como se todos estivessem
energizados e a menor aproximação um do outro provocasse
curto-circuito. Não estava encontrando a paz que
procurava e já questionava se teria valido a pena se
interessar pela tal doutrina que eu dissera a ele ser
tão instrutiva e consoladora.
Queixou-se que não conseguia ir com regularidade ao
grupo espírita, pois sempre aparecia um impedimento de
última hora. Até as reuniões semanais de estudo moral
que eu recomendara que ele fizesse em casa, não
“deslanchavam”. Eram frequentemente interrompidas:
tocava o telefone, o vizinho chamava, a visita aparecia,
o som funk na rua, uma dor incômoda...
Dentro do possível, dei a ele as orientações cabíveis, e
disse que continuar estudando o Espiritismo dependeria
só dele. Mas que, se aceitasse mais uma sugestão minha,
deveria persistir, pois os “resultados” viriam com o
tempo e seriam duradouros.
Na realidade, esses episódios não acontecem com todas as
pessoas que se interessam pelo Espiritismo. Muitas
começam a estudá-lo, acabam se integrando
voluntariamente a frentes de serviço ao próximo e levam
vida absolutamente normal.
Apenas em alguns casos ocorrem situações, digamos
anormais, mas que são explicáveis e podem ser superadas.
Assim como nós na família, na sociedade em geral,
estamos envolvidos por uma gama enorme de sentimentos
bons e maus, nas relações naturais que temos com os
Espíritos isso também acontece, pois eles fazem parte da
nossa mesma humanidade e participam do nosso cotidiano.
Motivados pelo ciúme, inveja, despeito, Espíritos
problemáticos podem nos influenciar, tentando frustrar
nosso projeto de melhoramento e renovação interior.
Querem nos manter longe daquilo que nos possa trazer
conhecimentos novos, paz e liberdade que, muito
provavelmente, eles não tiveram quando viviam no corpo
físico. Também há casos em que o ódio e o rancor gerados
em vidas anteriores fazem desencadear uma perseguição,
que usam como desforra ou vingança.
Nestas ou em outras situações, o certo é que estamos
sendo testados e precisamos conservar a calma, a
paciência e a perseverança para manter o equilíbrio
geral, afinal, é nosso interesse progredir sempre,
conhecendo os mecanismos e as leis que regem a vida. O
estudo do Espiritismo e a prática do ensino moral de
Jesus trazem luzes para a alma e isso, além de modificar
nossa postura perante a vida, faz melhorar tudo ao nosso
redor, inclusive aos Espíritos que antipatizam conosco.
Ou eles se modificam também, ou desistem de nós, vendo
que a nossa disciplina e persistência no bem estão lhes
fazendo perder o seu tempo.
Foi o que eu disse ao meu conhecido. Ele achou
plausíveis as explicações e tem procurado saber mais
sobre o assunto. Ingressou num programa de estudos no
centro espírita e tem lido muito.
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