Procurando entender mais do pecado contra
o Espírito Santo
Primeiramente, quero informar aos queridos leitores
desta coluna que eu, para fazer as matérias dela,
procuro basear-me nas perguntas e questões mais recentes
que chegam para mim. Por isso, às vezes, alguns assuntos
de matérias anteriores aparecem novamente em outras, às
quais coloco mais clareza.
Recentemente, tratamos dos dois Espíritos Santos de que
fala a Bíblia e do dogmático instituído pelos teólogos,
ou seja, o da Terceira Pessoa Trinitária significando
também Deus. Hoje, qualquer pessoa pode discordar
livremente de qualquer dogma, sem ser punido com
torturas e a morte, pois as igrejas não são mais ligadas
com o poder civil. Porém, a Igreja, à qual pertence um
líder religioso, pode puni-lo disciplinarmente por ele
falar publicamente contra um dogma dela.
Com todo o respeito a esse dogma do Espírito Santo da
Terceira Pessoa Trinitária, que afirma que ele é Deus,
dizemos que ele, pela Bíblia, é o conjunto dos Espíritos
humanos. Vejamos esse ensino feito por São Paulo. “Acaso
não sabeis que vós sois santuários do Espírito Santo? –
em grego, de ‘um’ Espírito Santo?” (1 Coríntios 6: 19).
O Espírito Santo da Terceira Pessoa é, pois, uma espécie
de substantivo coletivo, que significa o conjunto de
todas as almas ou Espíritos que habitam os corpos
humanos. E, como é comprovado à saciedade pela ciência
espírita, são eles que se manifestam a nós através dos
médiuns, chamados também na Bíblia de profetas e
videntes. “Antigamente, os profetas eram chamados de
videntes.” (1 Samuel 9: 9).
Muitos falam que os Espíritos recebidos pelos espíritas
são demônios. E são mesmo, pois demônios (“daimones” em
grego, a língua original do Novo Testamento) são as
almas. Mas elas podem ser más, boas e até santas.
Já o Santo Espírito de Deus ou o Espírito Santo de Deus
é o verdadeiro Espírito Santo, que é o da Primeira
Pessoa Trinitária, o Deus denominado por Jesus de Pai
Dele e de todos nós, o que significa também que Jesus é
nosso irmão. E Jesus, o homem Messias, é Deus sim, como
todos nós o somos, mas relativo. “Vós sois deuses.”
(João 10: 34 e 35, e Salmo 82: 6). Já o Deus Pai, único
e incriado, é o Deus absoluto e verdadeiro. “Porquanto,
há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens,
Cristo Jesus, homem.” (1 Timóteo 2:5).
Até aqui, vimos que, de acordo com a Bíblia, há dois
Espíritos Santos: o de Deus Pai e o que habita em nós e
que é a alma de cada um de nós, chamado também de
centelha divina. Mas os teólogos que criaram o Espírito
Santo da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, que
respeitamos, deram-lhe uma interpretação diferente da
que lhe dá a Bíblia. E exatamente porque ele não tem uma
interpretação bíblica, tonou-se polêmico, e porque se
tornou polêmico, os teólogos transformaram-no em dogma.
E observe-se que Ele é o mais divulgado, pois quando se
fala em Espírito Santo, é Dele que os cristãos mais se
lembram. Seria isso uma espécie de lavagem cerebral?
E quando se fala que o pecado contra o Espírito Santo
não tem perdão, nem nesta vida nem no futuro, quer dizer
que ele, por ser um pecado muito grave, tem que ser
mesmo pago. É o chamado de pecado mortal pela Igreja.
Ele é contra a consciência do Espírito Santo do
indivíduo que o comete. Daí que ele não tem perdão, pois
tem que ser mesmo pago, já que colhemos o que semeamos!
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