Força
mediúnica
“Tendo-se completado o
dia de Pentecostes,
estavam todos reunidos
no mesmo lugar. De
repente veio do céu um
ruído como o agitar-se
de um vendaval impetuoso
que encheu toda a casa
onde se encontravam.
Apareceram-lhe, então,
línguas como de fogo,
que se repartiam e que
pousaram sobre cada um
deles. E todos ficaram
repletos do Espírito
Santo e começaram a
falar em outras línguas
conforme o Espírito lhes
cedia se exprimirem.” (Atos,
2:1-4.)
A mediunidade está
presente em todas as
épocas da humanidade
independentemente da
crença religiosa ou da
sociedade onde
estivermos inseridos. A
ideia de que é um dom
divino, privilégio de
alguns, vem de épocas
nas quais imperavam a
falta de informações e o
desvio de conceitos, a
fim de benefícios
apropriados a
determinados grupos.
Entretanto, com a vinda
do Espiritismo, somos
alertados sobre o
verdadeiro significado
do que é ser médium. No
livro O Consolador,
questão 382, o Espírito
Emmanuel pergunta sobre
esse verdadeiro
significado e tem como
resposta que “é uma
das mais belas
oportunidades de
progresso e de redenção
concedidas por Deus aos
Seus filhos misérrimos.
É atributo do Espírito,
patrimônio da alma
imortal, elemento
renovador da posição
moral da criatura
terrena, enriquecendo
todos os seus valores no
capítulo da virtude e da
inteligência, sempre que
se encontre ligada aos
princípios evangélicos
na sua trajetória pela
face do mundo”.
Partindo-se dessa
definição podemos dizer
que médiuns são almas
que fracassaram no curso
da Lei Divina ao longo
de suas existências e
que estão tendo a chance
de resgatar seus
débitos, sob o dever de
severos compromissos e
responsabilidades.
Então, a mediunidade
nunca deve ser encarada
como dom ou privilégio
e, sim, como bendita
possibilidade de reparar
enganos de outrora,
muitas vezes graves, que
causaram o tombamento do
próprio Espírito ou da
coletividade.
Existências pela qual
passamos, nas quais
fizemos uso
preponderante do poder,
da autoridade, da
fortuna ou da
inteligência.
Hoje retornamos cada
qual na sua tarefa,
reorganizando
sacrifícios e
aprendizados, buscando
na prece o equilíbrio
para iluminar o coração
e a fé para seguir
adiante. O Pai, que é
toda bondade e
misericórdia, não faz
distinção entre Seus
filhos, pois a ocasião é
para todos. Cada um tem
sua história, seus
resgates, suas
colheitas...
A mediunidade se
apresenta com variedades
quase infinitas, desde
as formas mais comuns
como as mais raras;
nunca é idêntica em dois
indivíduos, porém, o
mais importante não é o
tipo de mediunidade ou o
seu grau e, sim, o que
fazemos com ela, ou
seja, o seu rumo
dependerá da orientação
que lhe dermos.
Poderemos entender,
assim, que se estivermos
distantes da caridade e
ausentes da educação,
ela nem edifica e nem
ajuda e, mesmo assim,
por pura misericórdia de
Deus, todos nós
receberemos essa
oportunidade.
Compreendendo a extensão
da nossa
responsabilidade nos
deveres para a obtenção
do êxito no trabalho, é
fundamental que façamos
luz à confiança que nos
foi depositada para a
caminhada, cumprindo com
severidade e nobreza as
obrigações, mantendo a
consciência serena e o
foco no objetivo maior.
O burilamento da nossa
personalidade é
constante e por isso o
trabalho no bem sempre
encontra resistência,
pois somos assediados
por tentações e ciladas
diárias. Somos seres
humanos precisando
administrar o egoísmo e
o orgulho que são
devastadores em nós.
Vivemos em um mundo que
ainda acredita na
felicidade material,
tornando difícil nosso
desprendimento, pois os
vícios ainda nos cutucam
cotidianamente. O tempo
concedido ao Espírito
para uma reencarnação
por mais longa que
pareça é sempre curta se
comparada ao serviço que
somos chamados a
realizar. Daí a
importância das horas e
do que estamos fazendo
da nossa força
mediúnica, uma vez que
nos foi concedida para a
nossa própria melhoria,
progresso e
aprimoramento.
Esqueçamos as mágoas, os
medos, abrindo a janela
do coração para que a
alma se encha de brilho
e energia, tornando-se
um ponto de luz a
serviço do próximo.
Sejamos firmes no nosso
caminhar porque nosso
principal companheiro é
Jesus.
No livro Emmanuel,
psicografado pelo médium
Francisco Cândido
Xavier, Capítulo 1, item
11.6, o benfeitor
espiritual Emmanuel faz
a seguinte advertência: Apelo
aos Médiuns: “Médiuns,
ponderai as vossas
obrigações sagradas!
Preferi viver na maior
das provações a cairdes
na estrada larga das
tentações que vos
atacam, insistentemente,
em vossos pontos
vulneráveis.
Recordai-vos de que é
preciso vencer, se não
quiserdes soterrar vossa
alma na escuridão dos
séculos de dor
expiatória. Aquele que
se apresenta como
vencedor de si mesmo é
maior que qualquer dos
generais terrenos. O
homem que se vence faz o
seu corpo espiritual
apto a ingressar em
outras esferas e,
enquanto não
colaborardes pela
obtenção desse organismo
etéreo, através da
virtude e do dever
cumprido, não saíreis do
círculo doloroso das
reencarnações”.
Bibliografia:
XAVIER. C. Francisco – Seara
dos Médiuns – ditado
pelo Espírito Emmanuel –
20ª edição – Editora FEB,
Brasília /DF – 2015 –
lição 16.
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