Ferramentas espíritas para solucionar problemas
existenciais da humanidade
Os Espíritos são criados por Deus, simples e ignorantes,
mas já portadores do livre-arbítrio e, como “sementes”,
os princípios evolutivos a serem cultivados e
desenvolvidos individualmente pelas vidas sucessivas.
Com o uso do livre-arbítrio, cometem erros e acertos e
tornam-se devedores ou credores diante das leis divinas.
Como o Espírito é destinado à perfeição, a prática de
erros cometidos em vidas passadas traz no seu íntimo as
marcas destes, e sofrem, por isso, muitos problemas
causadores de profundos sofrimentos, os quais só serão
amainados por meio das vidas sucessivas ou
reencarnações, dando ensejo à correção dos erros e
crescimento dos acertos.
Tais problemas causadores de profundos sofrimentos levam
o homem, amiúde, ao desequilíbrio anímico provocador de
tristeza, angústia, ansiedade e também à depressão,
causa de muitos suicídios, complicando ainda mais as
suas dificuldades espirituais e o desespero dos
familiares.
Quando o Espírito sofredor, agora encarnado, tem a
oportunidade de encontrar-se com os conhecimentos
proporcionados pelo Espiritismo, pode ser aliviado, pois
o consolador prometido por Jesus, quando estudado e bem
compreendido, leva ao entendimento da razão do
sofrimento. Passa a saber de onde veio, a razão do viver
e para onde vai após a morte do corpo físico. É pela
carência desses conhecimentos que o homem se
desequilibra e, amiúde, sofre e se desespera.
O primeiro caminho para resolver tais problemas é
entender a razão pela qual eles existem. Partindo do
principio que Deus não erra – ensinamento básico do
Espiritismo – o homem passa a aceitar que é o grande
responsável pelo seu sofrimento ou felicidade, segundo o
que nos ensinou Jesus: “de acordo com os seus méritos”.
Compreende assim que é o único responsável pelos atos
futuros nos moldes do ensinamento de Jesus: “A cada um
segundo suas obras”.
É sempre difícil exigir que alguém aceite, apenas por
resignação, algo que lhe parece injusto,
desproporcional, ou que não guarda coerência com os
episódios da existência atual. Mas quando se detém com
informações mais profundas acerca das leis que regem os
acontecimentos passados, presentes e futuros, sente-se
mais forte para aceitar e colaborar para a solução mais
adequada dos seus problemas.
Com a correta orientação sobre as tarefas necessárias
para a sua renovação, compreende que não se encontra
desamparado e, tendo aprendido ser indispensável, para
colaborar no alívio de suas dores, ir ao encontro dos
sofredores amparando-os, usando as ferramentas
fornecidas pelo conhecimento da doutrina espírita: “fora
da caridade não há salvação” e “amai-vos é o primeiro
mandamento, instruí-vos o segundo”.
Para complemento do exposto, conhecimento e reflexão do
assunto, transcrevemos página muito instrutiva, contida
no livro MÃOS UNIDAS, de Emmanuel, psicografada por
Chico Xavier, que tem o título TROPEÇOS E DESGOSTOS. Ela
contém algumas regras úteis para solução dos problemas
que afligem a humanidade.
“Beneficência raramente observada, poupar aos outros a
participação nos tropeços ou desgostos que nos afetem a
vida.”
“Pensa na inquietação que experimentas quando
familiares e amigos te comunicam um problema pessoal,
que não consegues resolver, e, tanto quanto possas,
procura dissipar, por ti mesmo, as nuvens de aflição
que, porventura, te ensombrem o campo íntimo. Para isso,
entrega-te às tarefas novas, cuja execução se te faça
compatível com as próprias forças e nas quais te
reconheças útil aos demais. Se não puder efetuar, de
imediato, semelhante esforço, desloca-te, pouco a pouco,
do mundo mental menos ajustado ao encontro de atividades
diferentes das obrigações rotineiras, suscetíveis de
propiciar-te refazimento ou renovação.
“A leitura de um livro edificante... Uma visita
construtiva... O passo na direção daqueles que
atravessam dificuldades maiores, no objetivo de
auxiliá-los. O aprendizado de técnicas que enriqueçam a
personalidade... Tudo o que deves esquecer, tanto aquilo
que te compete lembrar, é de suma importância, não
somente em socorro da restauração própria, como também
no apoio a essa beneficência genuína, em que o teu
silêncio é valioso fator de imunização da paz, naqueles
que te rodeiam, principalmente naqueles a quem mais
amas.
“Se a criatura a quem confias no capítulo da perturbação
ou da enfermidade não dispõe de recursos suficientes
para melhorar-te a situação, a queixa em que extravasas
é tão somente um processo de amargurar os entes amados
ou um meio de expulsá-los de teu convívio.
“Guarda o teu sofrimento, e, mostra-o unicamente àqueles
amigos que te possam medicar com segurança, para não
destruíres o apoio e a colaboração daqueles sobre os
quais te sustentas.
“Basta que o desejes e a vida te revelará múltiplos
caminhos de reajuste e libertação.
“Sai de ti mesmo, carregando a tua dor, ao encontro de
dores maiores que nos cercam, em todas as direções, a
fim de minorá-las, e regressarás cada dia, a ti mesmo,
trazendo uma partícula nova a mais de compreensão - da
bendita compreensão de que todos somos irmãos, sob a
paternidade de Deus -, com dever claro e simples de
auxiliar-nos uns aos outros, a fórmula mais alta de
assegurar-nos o equilíbrio constante ou o reequilíbrio
integral.”
Esperamos que o exposto no presente artigo, embora
despretensioso, possa servir de reflexão e colaborar no
alívio e solução dos problemas que nos tempos atuais
tanto afligem a humanidade.
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