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por Édo Mariani

 

Ferramentas espíritas para solucionar problemas existenciais da humanidade


Os Espíritos são criados por Deus, simples e ignorantes, mas já portadores do livre-arbítrio e, como “sementes”, os princípios evolutivos a serem cultivados e desenvolvidos individualmente pelas vidas sucessivas.

Com o uso do livre-arbítrio, cometem erros e acertos e tornam-se devedores ou credores diante das leis divinas.

Como o Espírito é destinado à perfeição, a prática de erros cometidos em vidas passadas traz no seu íntimo as marcas destes, e sofrem, por isso, muitos problemas causadores de profundos sofrimentos, os quais só serão amainados por meio das vidas sucessivas ou reencarnações, dando ensejo à correção dos erros e crescimento dos acertos.

Tais problemas causadores de profundos sofrimentos levam o homem, amiúde, ao desequilíbrio anímico provocador de tristeza, angústia, ansiedade e também à depressão, causa de muitos suicídios, complicando ainda mais as suas dificuldades espirituais e o desespero dos familiares.

Quando o Espírito sofredor, agora encarnado, tem a oportunidade de encontrar-se com os conhecimentos proporcionados pelo Espiritismo, pode ser aliviado, pois o consolador prometido por Jesus, quando estudado e bem compreendido, leva ao entendimento da razão do sofrimento. Passa a saber de onde veio, a razão do viver e para onde vai após a morte do corpo físico. É pela carência desses conhecimentos que o homem se desequilibra e, amiúde, sofre e se desespera.

O primeiro caminho para resolver tais problemas é entender a razão pela qual eles existem. Partindo do principio que Deus não erra – ensinamento básico do Espiritismo – o homem passa a aceitar que é o grande responsável pelo seu sofrimento ou felicidade, segundo o que nos ensinou Jesus: “de acordo com os seus méritos”. Compreende assim que é o único responsável pelos atos futuros nos moldes do ensinamento de Jesus: “A cada um segundo suas obras”.

É sempre difícil exigir que alguém aceite, apenas por resignação, algo que lhe parece injusto, desproporcional, ou que não guarda coerência com os episódios da existência atual. Mas quando se detém com informações mais profundas acerca das leis que regem os acontecimentos passados, presentes e futuros, sente-se mais forte para aceitar e colaborar para a solução mais adequada dos seus problemas.

Com a correta orientação sobre as tarefas necessárias para a sua renovação, compreende que não se encontra desamparado e, tendo aprendido ser indispensável, para colaborar no alívio de suas dores, ir ao encontro dos sofredores amparando-os, usando as ferramentas fornecidas pelo conhecimento da doutrina espírita: “fora da caridade não há salvação” e “amai-vos é o primeiro mandamento, instruí-vos o segundo”.

Para complemento do exposto, conhecimento e reflexão do assunto, transcrevemos página muito instrutiva, contida no livro MÃOS UNIDAS, de Emmanuel, psicografada por Chico Xavier, que tem o título TROPEÇOS E DESGOSTOS. Ela contém algumas regras úteis para solução dos problemas que afligem a humanidade.

“Beneficência raramente observada, poupar aos outros a participação nos tropeços ou desgostos que nos afetem a vida.”

 “Pensa na inquietação que experimentas quando familiares e amigos te comunicam um problema pessoal, que não consegues resolver, e, tanto quanto possas, procura dissipar, por ti mesmo, as nuvens de aflição que, porventura, te ensombrem o campo íntimo. Para isso, entrega-te às tarefas novas, cuja execução se te faça compatível com as próprias forças e nas quais te reconheças útil aos demais. Se não puder efetuar, de imediato, semelhante esforço, desloca-te, pouco a pouco, do mundo mental menos ajustado ao encontro de atividades diferentes das obrigações rotineiras, suscetíveis de propiciar-te refazimento ou renovação.

 “A leitura de um livro edificante... Uma visita construtiva... O passo na direção daqueles que atravessam dificuldades maiores, no objetivo de auxiliá-los. O aprendizado de técnicas que enriqueçam a personalidade... Tudo o que deves esquecer, tanto aquilo que te compete lembrar, é de suma importância, não somente em socorro da restauração própria, como também no apoio a essa beneficência genuína, em que o teu silêncio é valioso fator de imunização da paz, naqueles que te rodeiam, principalmente naqueles a quem mais amas.

“Se a criatura a quem confias no capítulo da perturbação ou da enfermidade não dispõe de recursos suficientes para melhorar-te a situação, a queixa em que extravasas é tão somente um processo de amargurar os entes amados ou um meio de expulsá-los de teu convívio.

“Guarda o teu sofrimento, e, mostra-o unicamente àqueles amigos que te possam medicar com segurança, para não destruíres o apoio e a colaboração daqueles sobre os quais te sustentas.

“Basta que o desejes e a vida te revelará múltiplos caminhos de reajuste e libertação.

“Sai de ti mesmo, carregando a tua dor, ao encontro de dores maiores que nos cercam, em todas as direções, a fim de minorá-las, e regressarás cada dia, a ti mesmo, trazendo uma partícula nova a mais de compreensão - da bendita compreensão de que todos somos irmãos, sob a paternidade de Deus -, com dever claro e simples de auxiliar-nos uns aos outros, a fórmula mais alta de assegurar-nos o equilíbrio constante ou o reequilíbrio integral.”

Esperamos que o exposto no presente artigo, embora despretensioso, possa servir de reflexão e colaborar no alívio e solução dos problemas que nos tempos atuais tanto afligem a humanidade.  


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita