Ecos do 3º Encontro da Família Espírita
Quem diria?!. Calor de 28 graus em Londres, com sensação
térmica de 35º. Não fosse um dia comum de semana, uma
semana comum no mês, diria eu que as férias de verão do
Nordeste brasileiro transferiram-se para o hemisfério
norte, nesta parte sulina do Reino Unido. Calor à parte,
uma semana intensa de muito proveito doutrinário, com
pinceladas de universidade. Falo do casal que visita
Londres pela primeira vez, e que trouxe nas malas um
conhecimento iluminado, que foi dividido com os
participantes nas 7 palestras oferecidas aos grupos que
os receberam nos diversos pontos de Londres. Refiro-me à
Dra. Marcia Leon e Dr. Arismar Leon, ambos da
AME-Brasília. As palestras em inglês e português deram
um sabor de acolhimento aos participantes brasileiros e
aos de fala inglesa. O seminário preparado para
enobrecer os pais e atendentes, no 3º Encontro da
Família Espírita no Reino Unido, atendeu às
expectativas. Falou-se muito de famílias com crianças
autistas ou com espectro do autismo; falou-se da
prevenção do suicídio em adolescentes e, ainda, sobre a
mediunidade na infância. Uma riqueza o evento do dia 23
de junho!
Pais e crianças juntos, em atividades que foram
elaboradas sobre os mesmos temas, respeitando as idades
das crianças e jovens. Tínhamos 4 crianças com espectro
autista nas salas de aulas, num total de 29 crianças.
Que beleza a interação! A preocupação em dar o melhor.
Mesmo assim, aprendi algo muito sério, que às vezes, por
falta de informação ou porque as aparências não mostram
o verdadeiro estado emocional da criança, deixamos de
fazer o impossível. Sempre comento que o possível todos
fazem; o impossível é o que devemos tentar e, ainda,
tentar o melhor.
Conversamos com uma mãezinha que, não sendo espírita,
não foi ao evento e não conhece ainda as benesses do
esclarecimento espírita. Disse-me ela: - Tenho evitado
que minha filha fique mais de uma hora em qualquer local
fechado que seja. Ela precisa, a cada meia hora, sair ao
ar livre, ver o céu, tocar em plantas, ou simplesmente
correr, correr, correr, até acalmar a energia em seu
cérebro, que é de uma constância, dia e noite.
Contou-me ela tanta coisa e, dizendo que, às vezes,
quando acontece de a filhinha ficar duas horas em uma
sala fechada em algum evento, consegue manter a
aparência de tranquila ou menos agitada. Com isso, os
instrutores não detectam que é uma criança com o
espectro do autismo e que depois, mais tarde, estoura,
extravasa tudo o que ficou preso, causando stress para
mãe e filha, seja a caminho de casa, ou horas depois.
Ouvi com calma toda a história, mais fatos e
acontecimentos, que pensei com meus botões: - Se eu
fosse da área da ciência, estaria aí uma oportunidade de
elaborar um manual prático para eventos com crianças,
nos quais todos pudessem, a cada meia hora, a cada 40
minutos, mudar de ambiente, sair para um jardim e depois
retornar. Creio que já li algo parecido que acontece em
escolas de alguns países.
Assim, por mais que elaboremos, planejemos os mínimos
detalhes em nossos eventos espíritas, penso em
considerar a possibilidade de conversar com as
educadoras sobre isso, e já para o ano que vem, no 4º
Encontro da Família Espírita no Reino Unido, possamos
ter condições de trazer também essa mãezinha e sua
filha, além dos nossos que já frequentam nossas casas
espíritas.
Pais espíritas com filhos com necessidades especiais
conhecem a Lei de Causa e Efeito, fazem o Evangelho no
Lar, levam os filhos para a fluidoterapia na Casa
Espírita, e com isso dão uma nova sustentação à paz
interior com o benefício que se absorve pelo
perispírito, trazendo um conforto para o corpo físico.
Bendita Doutrina Espírita! Seja Kardec louvado sempre
por ser o nosso Codificador e trazer os ensinos dos
Espíritos para nos ajudar em nossa vida diária a caminho
da evolução, aqui e em todas as terras além-mar...
Elsa Rossi, escritora e palestrante
espírita, reside em Londres, Inglaterra.
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