Horas de dor
Tantas pessoas estão passando por sofrimentos, tantos
Espíritos em dor! O momento é crucial. Hora de
testemunhos de variadas ordens.
É preciso se fortalecer, recordar a imortalidade e
aumentar a fé. As tribulações estão inúmeras, para
muitos. Lembramos do Cristo Consolador, n’O Evangelho
segundo o Espiritismo, nas palavras do Espírito de
Verdade, quando ele diz: Venho ensinar e consolar os
pobres deserdados; venho lhes dizer que elevem sua
resignação ao nível de suas provas; que chorem, porque a
dor foi sagrada no Jardim das Oliveiras; mas que
esperem, porque os anjos consoladores virão enxugar suas
lágrimas.
O Espiritismo é o consolador. Um parágrafo como o acima
reergue um coração alquebrado! Jesus também sofreu,
também chorou! E ele era o justo, o Espírito puro que
desceu para socorrer os homens e ensinar o amor!
Lendo e relendo Léon Denis, compreendemos por que a uma
leitura de “Depois da Morte”, de sua autoria, Eurípedes
Barsanulfo se levantou e ergueu a bandeira da caridade
com o Espiritismo.
Diz Léon Denis, nesse livro, que todos os males da vida
concorrem para o nosso aperfeiçoamento. Pela dor, pela
prova, pela humilhação, pelas enfermidades, pelos
reveses, o melhor desprende-se lentamente do pior. A
prova, diz ele, retempera os caracteres, apura os
sentimentos, doma as almas fogosas ou altivas.
Comenta, ainda, que a dor física também tem sua
utilidade: desata quimicamente os laços que prendem o
Espírito à carne; liberta-o dos fluidos grosseiros que o
retêm nas regiões inferiores que o envolvem, mesmo
depois da morte...
Pede que não imitemos esses que maldizem a dor e que,
nas suas imprecações contra a vida, recusam admitir que
o sofrimento seja um bem.
Que mudança de visão e de entendimento! A dor não é um
mal, mas sim um bem. Possibilita ao Espírito galgar
degraus de luz e avançar em direção a virtudes, retornar
à casa do Pai, de onde se afastou no pretérito, por
escolhas que o distanciaram do amor. O amor o chama de
volta e o remédio muitas vezes é a dor.
Quando os preceitos do Cristo estiverem gravados no
Espírito e vivenciados por ele, quando a reencarnação se
tornar aceita pela maioria dos homens, haveremos de ver
mais resignação e compreensão, mais serenidade, menos
queixas.
A compreensão fortalece. Temos visto muitos em
sofrimentos, ora morais, ora físicos, que estão dando
verdadeiras lições de luz para aqueles que os rodeiam,
grandes mestres.
Quando a humanidade se tornar melhor, haveremos de, nas
próprias reuniões mediúnicas, ver que as comunicações de
rebeldia e sofrimento, ódio e vingança, irão
desaparecer. Teremos comunicações de conteúdo mais
elevado, de ensinamentos profundos.
A hora é de testemunhar, perante inumeráveis dores que
estão entre os homens! Tenhamos fé! Mantenhamos o
archote da esperança aceso e não desaminemos! A
tempestade pode ser acalmada pela doce e suave presença
do Mestre Jesus, que alivia os sofrimentos de seus
irmãos.
Cada um de nós, cedo ou tarde, passará pelo cadinho de
sofrimento, que faz parte deste mundo de provas e
expiações. Que saibamos fazê-lo bem, com dignidade e
resignação, pedindo a Jesus forças para ultrapassar os
obstáculos. Por certo, Ele nos ouvirá.
E o que é o sofrimento? Para cada um, de acordo com sua
capacidade de sentir ou de pensar. Para um, um fio de
cabelo que cai é um tormento. Outro, com um câncer em
tratamento, sorri e canta as glórias de Deus. A dor de
um pode não ser a dor de outro. Depende do ponto de
vista. No entanto, sabemos, pela conjuntura do planeta,
que um dia ela nos surgirá. Que saibamos recebê-la bem,
sem revolta, em paz, lembrando que Jesus acalmou a
tempestade. Estejamos com Jesus, que ele estará
conosco.
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