Quando
se diz que alguém não é salvo, isso não é para sempre
Nas interpretações de textos é preciso que se observem
bem os modos e os tempos dos verbos, para que sejam
interpretados corretamente. Tanto é verdade isso que,
geralmente, cai interpretação de textos literários nas
provas de português dos vestibulares e concursos. E para
o entendimento de certas passagens bíblicas, então,
valem muito mais essas questões relacionadas com os
modos e os tempos dos verbos empregados.
Quando o Maior dos Mestres usa a figura da ‘porta
estreita’ para explicar a nossa salvação ou libertação,
ao dizer que é difícil nós passarmos por ela, Ele não
quis dizer que quem não passa por ela não passará mais.
Realmente, muitos querem passar por ela e somente
conseguem passar pela porta larga. Isso porque a maioria
das pessoas ainda não tem mérito ou condições para
ultrapassá-la. Quer dizer que elas ainda são Espíritos
impuros, e nada que é ainda impuro pode adquirir o reino
de Deus. E o Evangelho fala muito nos Espíritos impuros,
os que ficaram conhecidos também por demônios, ou seja,
as almas dos mortos, que podem ser más, sim, mas podem
ser boas também, por exemplo, as dos santos da Igreja e
de outras religiões.
Como a vontade de Deus é que todos se salvem, a qual é
sempre presente, o que pode anulá-la? E Deus tem todos
os recursos necessários para que sua vontade soberana se
cumpra integralmente. Por exemplo, Ele criou o Espírito
imortal e com a capacidade de evoluir, ou seja, de ser
hoje o que não foi ontem, e de ser amanhã o que não é
hoje, dependendo de sua vontade. Não existe, pois,
limite de tempo para que o Espírito imortal progrida. Se
isso ocorresse, Deus estaria anulando o livre-arbítrio
que Ele próprio nos deu. Aliás, a nossa mudança ou
conversão para melhor (“metanoia” em grego) pode ocorrer
em qualquer momento das eternidades dos Espíritos que
somos, isto é, em um momento das novas existências
terrenas. Realmente, sem a reencarnação, tudo
relacionado com o amor, a misericórdia e a vontade
soberana, infinitos de Deus implodiriam, como se diz,
tudo iria para o beleléu.
E por que não evoluiríamos, se até o homem Messias, o
Cristo Jesus, evoluiu? “Embora sendo Filho, aprendeu a
obediência pelas coisas que aprendeu, e tendo sido
aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna para
todos os que o obedecem”. (Hebreus 5: 8 e 9).
E não adianta os fanáticos contrários à reencarnação, a
qual nos dá oportunidade de nos regenerarmos, falarem
que ela não existe, pois eles iriam contra o bom senso,
a lógica e traindo sua própria consciência, pois
estariam tentando anular a vontade soberana de Deus de
não perder nenhum de seus filhos. (João 6: 39). E
lembremo-nos do que diz São Tomás de Aquino: “a fé não
pode violentar a razão”. Líderes religiosos tentam
incutir na cabeça de seus fiéis que a reencarnação não
existe e que ela é contra a Bíblia. Na verdade, muitos
deles querem é nos amedrontar, dizendo que há uma só
chance de salvação, ou seja, uma só vida terrena, quando
o seu objetivo principal é não perder seus fiéis e,
consequentemente, o dízimo deles. Mas nosso respeito aos
que são sinceros e não interessados em coisas materiais.
E, por fim, não confundamos uma condenação presente e,
pois, temporária, com uma condenação sempiterna que, por
ser contra a vontade divina, é falsa!