O que
devemos,
nós,
esperar
diante
da vida?
É muito
comum
considerarmos
que por
ocuparmos
esta ou
aquela
posição,
fazer
parte
desta ou
daquela
família,
religião,
país, ou
estar
nesta ou
naquela
condição
devemos
experimentar
algum
“privilégio”
na
passagem
por este
mundo.
Um favor
dos
“céus”
aqui,
uma
“facilitada”
“acolá”
ou, quem
sabe,
uma
“carteirada”
da
espiritualidade
para que
sejamos
beneficiados
de
alguma
forma.
Afinal,
merecemos,
praticamos
o bem,
passamos
um tempo
na
igreja,
centro,
templo
e,
segundo
nossa
visão,
ficamos
quites
com o
Pai do
Céu, o
que nos
possibilitaria
alguns
benefícios
extraordinários.
Quando
não
somos
atendidos,
frequentemente
exclamamos:
Nossa!
Mas eu
fiz
tanta
coisa,
ajudei
tanta
gente e
recebo
isto da
vida?
E
fulano,
então?
Ótima
pessoa,
vejam o
que
ocorreu
com ele!
Ah,
dizem
alguns,
vida
ingrata!
A
questão
625 de O
Livro
dos
Espíritos,
em que
os
invisíveis
apontam
ser
Jesus o
modelo
de
comportamento
a que o
homem
deve
aspirar
na Terra
é das
mais
interessantes.
E esta
questão
é,
também,
por uma
série de
razões,
reveladora
do que o
homem
pode
esperar
em sua
passagem
pela
Terra.
Vou me
ater
apenas a
um
ponto.
Sendo
Jesus o
ser mais
evoluído
que aqui
esteve,
o que
lhe
ocorreu?
Teve,
por
acaso,
uma
estrada
repleta
de
alegrias
e gente
grata
por tudo
quanto
ele fez
pela
humanidade?
Acaso
Jesus
teve
tranquilidade
para
ministrar
sua
mensagem?
Estenderam-lhe
o tapete
vermelho
dando-lhe
boas-vindas?
Certamente
você,
leitor e
leitora,
conhecem
bem a
saga de
Jesus, o
que lhe
fizeram.
Creio
ser,
portanto,
desnecessário
trazer
aqui
detalhes
da
traição,
negação
por
parte
dos
amigos,
crucificação,
calvário
etc.
Como se
costuma
dizer: a
vida de
Jesus
não foi
bolinho.
Alguns
poderão
discordar
dizendo
que
Jesus
veio dar
o
exemplo,
por isso
passou
por
todos
aqueles
constrangimentos.
Esqueçamos,
então,
Jesus.
Vamos
para os
grandes
missionários,
mas que
estão,
numa
escala,
abaixo
do
Galileu.
Como
morreu
Mahatma
Ghandi?
Ironia
do
destino,
pereceu
seu
corpo
físico
justamente
da forma
contrária
a que
devotou
sua
vida.
Pregou a
paz,
desencarnou
pela
violência,
assassinado.
O que
dizer,
então,
de Chico
Xavier,
o
brasileiro
do
século?
Não
obstante
sua
bondade
e
dedicação
ao
próximo,
teve a
existência
marcada
pela
ingratidão
de
alguns
familiares,
amigos
próximos,
limitações
físicas
e
financeiras.
Ao invés
de tecer
reclamações,
informava
ser
grato às
dificuldades,
pois
graças a
elas
conseguiu
avançar.
Basta
uma
pálida
observação
na vida
de
grandes
figuras
da
humanidade
para
constatar
que,
apesar
da
enorme
missão,
não
contaram
com
nenhum
tipo de
privilégio
ou
regalia.
Ao
contrário,
tiveram
de
“ralar”
um
bocado
para
atingir
seus
objetivos,
ultrapassar
barreiras
quase
intransponíveis,
testar a
capacidade
de
resignação,
ressignificar
suas
vidas
diante
dos
percalços,
enfim,
trabalhar
o
Espírito
para que
pudessem
sair
vitoriosos.
Até
porque é
sabido
que as
facilidades
acabam
por
distrair
as
pessoas
dos
objetivos
que
vieram
desempenhar
no mundo.
Quando
estamos
ali,
imersos
em
alguns
desafios,
não nos
sobra
tempo
para
desvio,
perda de
focos
sempre
tão
prejudiciais.
Claro
que
poderia
ser
diferente,
ou seja,
facilidades
deixarem
as
coisas
ainda
mais
fáceis.
Contudo,
em boa
parte
dos
casos
não é
assim, e
as
facilidades
tornam-se
caminhos
para
dificuldades
no
porvir.
Como diz
o jargão
popular:
mar
calmo
não faz
um bom
marinheiro.
Pois sim,
se não
teve
privilégio
para o
maior de
todos,
Jesus, o
que
devemos,
nós,
ainda
distantes
da
qualidade
moral de
Jesus,
esperar
diante
da vida
e seus
desafios?
Fica a
indagação
para
refletirmos. |