Autoconfiança, felicidade
social, autossegurança
Tem-se por adquirido que: «Um dos principais desejos
das pessoas no trabalho é poder mostrar seus
conhecimentos, aptidões, habilidades e competências
ainda que nem sempre saibam manifestar isto, clara e
completamente, para suas chefias e lideranças. Estas,
por sua vez, não possuem o preparo necessário para lidar
de forma mais ampla e eficaz com aptidões, habilidades e
competências dos seus comandados. A consequência
inevitável disto é que as pessoas se sentirão frustradas
e nunca – se a situação não mudar – estarão plenamente
satisfeitas em relação à execução das suas tarefas»(RESENDE,
2000:136).
E se a Confiança e Segurança se vão adquirindo ao longo
da vida, pelo estudo, trabalho e experiência, também é
verdade que a sociedade, as organizações e as pessoas,
estas individualmente consideradas, nos possibilitem as
oportunidades para demonstrarmos do que somos capazes,
porque de contrário nunca sairemos do “anonimato”, ou
seja: terá sempre de haver uma primeira vez, a partir da
qual, e caso a nossa intervenção seja positiva,
iniciarmos, com Confiança e Segurança, novas atividades.
A autoconfiança, a autossegurança e a Felicidade social
conquistam-se paulatinamente, testam-se frequentemente e
acabam por ser reconhecidas pela sociedade, todavia, é
muito perigoso qualquer excesso daquelas atitudes,
porque pode conduzir à exacerbação da própria
autoestima, manifestada em egocentrismo, narcisismo e
vaidade despropositada que, por sua vez, levam, muitas
vezes, à arrogância, ao orgulho e ambição desmedida,
enfim, à prepotência e subjugação dos mais fracos.
Ao longo da vida podem demonstrar-se e exercer-se,
honesta e solidariamente, várias atitudes, que geram
Confiança, Segurança e Felicidade, não só em nós
próprios como nas outras pessoas, e isso é muito
importante e positivo, quaisquer que sejam as nossas
atividades sociais, profissionais e cívicas.
A título de informação, invoque-se, por exemplo, a
Generosidade. Na verdade: «A generosidade com as
pessoas nos faz perceber as suas limitações, tolerar as
suas dificuldades e ter paciência com o seu ritmo de
crescimento; nos faz aceitar o outro como legítimo
outro, o que é uma forma de amor. Se queremos receber
algo do próximo, devemos primeiramente dar-lhe algo. É
pena que tão frequentemente o orgulho e as razões do ego
nos impeçam de fazê-lo» (NAVARRO & GASALLA,
2007:79).
Efetivamente, ao sermos generosos, estamos a revelar ao
nosso semelhante que nos preocupamos com o seu
bem-estar; que desejamos para ele uma vida melhor; que
viveremos sempre do seu lado, nas mais difíceis
circunstâncias da vida; que ele pode contar conosco, com
os nossos valores e sentimentos; com as nossas virtudes
e qualidades, mas também com os nossos defeitos, erros e
imperfeições; que estamos disponíveis para suportar o
infortúnio e partilhar a felicidade. A nossa
generosidade não terá limites e este comportamento,
seguramente, vai gerar Confiança, abertura, entrega e
cooperação recíprocas.
Portanto, a Confiança, a Segurança e a Felicidade
constituem um primeiro tripé para o sucesso pessoal e,
nesse sentido, é crucial abrirmo-nos aos outros, àqueles
em quem realmente confiamos, que nós sabemos que têm
igual comportamento conosco, porque a partilha de
ideias, aspirações, desilusões, sofrimentos, desgostos,
mas também de alegrias e felicidade, torna-nos mais
fortes, mais motivados para concretizar projetos e
dividir sucessos.
Realmente: «Se confiar é uma utopia, bendita seja.
Por ela vale a pena fazer esforços e correr algum risco.
A recompensa, afinal, é um mundo melhor. Mas, como
qualquer outra coisa na vida, a confiança será um tema
importante desde que cada um creia nisso. Eis o caminho:
ir buscando e encontrando os benefícios que nos
incentivam a confiar cada vez mais uns nos outros» (Ibid.:
114).
É claro, numa perspetiva cética ou, se se preferir, de
grande prudência, admitir-se que há certos setores em
que confiar nos outros é muito perigoso, e desde já
talvez não seja pejorativo apontar o mundo dos negócios,
a atividade política, o envolvimento em concursos com
determinados objetivos: um emprego, uma adjudicação de
um trabalho, eventualmente, pormenores da vida mais
íntima, aqui no contexto de um relacionamento pessoal
que, não sendo bem aceito pela sociedade será,
porventura, do agrado e em consonância com valores,
sentimentos e emoções muito profundos, entre duas
pessoas.
No limite, é necessário analisar bem em quem podemos
confiar, que tipo de assuntos, acontecimentos e projetos
poderemos realmente confessar, salvaguardando-se sempre
a solidariedade, a amizade, a lealdade, a consideração e
a gratidão para com as pessoas que já revelaram confiar
em nós.
Em relação a estas, será do mais elementar bom senso e
justa retribuição que a elas confiemos, igualmente, tudo
o que nos faz bem partilhar, que ajuda a consolidar a
nossa Confiança, Segurança e Felicidade.
Bibliografia:
NAVARRO, Leila e GASALLA, José Maria,
(2007). Confiança. A Chave para o Sucesso Pessoal e
Empresarial. Adaptação do Texto por Marisa Antunes. s.
l., Tipografia Lousanense.
RESENDE, Enio, (2000). O Livro das
Competências. Desenvolvimento das Competências: A melhor
AutoAjuda para Pessoas, Organizações e Sociedade. Rio de
Janeiro: Qualitymark.
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