Eu choro
Chorar faz bem para a
alma, alivia o emocional
e cura o corpo.
Eu choro quando assisto
a certos filmes.
Quando um homem ama uma
mulher,
que trata do alcoolismo
da mulher e da conversa
do pai com as crianças
na separação do casal.
Ghost, do outro lado da
vida,
onde um dependente
químico pratica o
latrocínio (roubo
seguido de morte), mas
também me divirto com a
personagem Oda Mae Brown
(Woopi Goldberg), a
médium, e com Sam Wheat
(Patrick Swayze), quando
canta: “Um elefante
incomoda muita gente,
dois elefantes incomodam
muito mais”; também nos
emociona o fantasma do
suicida no trem, Subway
Ghost (Vicent
Schiavelli), que daria
tudo por uma tragada no
cigarro. (Morto o corpo
não cessa a vontade do
Espírito fumar.)
Entretanto, não costumo
chorar diante do
falecimento de entes
queridos ou amigos. Ao
contrário, às vezes
agradeço a Deus por
tê-los conduzido de
volta à vida espiritual
e poupado de alguns
sofrimentos ainda na
matéria. O que morreu
foi apenas o corpo, a
alma que fazia parte do
conjunto (corpo físico,
corpo espiritual e
espírito) retorna à vida
espiritual.
Não devemos ter vergonha
de chorar, quando o
momento assim pedir,
seja em particular ou em
público, para não ter
complicações emocionais,
e até um enfarto, por
exemplo. O médium Chico
Xavier também chorava
por si e pelos outros, e
seu guia Emmanuel dizia:
“Acabou? Agora vamos
trabalhar”.
Nosso mestre Jesus
também chorou quando viu
Jerusalém, quando orava,
e também diante de
Lázaro, seu amigo, que
cultivava uma videira em
Betânia. Creio que no
caso de Lázaro o Cristo
chorou pela aflição das
pessoas diante desse
fenômeno tão natural que
é o retorno do Espírito
à vida plena,
espiritual, ao qual nós
chamamos aterrorizados
de “morte”.
Diz Jesus: “Lázaro, o
nosso amigo, dorme, mas
vou despertá-lo do
sono”. O que significa
que fazemos um
treinamento para a morte
todos os dias quando
dormimos.
Arnaldo
Divo Rodrigues de
Camargo é bacharel em
direito, com
especialização em
dependência química pela
USP/SP/GREA.
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