Lastros
de
aflições
Quem
muito
sofre
deve
reconhecer
que
muito
tinha a
expiar
"As
vicissitudes
da vida
derivam
de uma
causa e,
pois,
que Deus
é justo, justa
há de
ser essa
causa." -
Allan
Kardec
No
magnífico
e
incomparável
discurso
das
Bem-aventuranças,
Jesus
exaltou
o
sofrimento
ao
enunciar: "bem-aventurados
os que
choram,
pois que
serão
consolados.
-
Bem-aventurados
os
famintos
e
sequiosos
de
justiça,
pois que
serão
saciados.
-
Bem-aventurados
os que
sofrem
perseguições
pela
justiça,
pois que
é deles
o Reino
dos Céus.
-
Bem-aventurados
vós, que
sois
pobres,
porque
vosso é
o Reino
dos Céus.
-
Ditosos
sois vós
que
agora
chorais,
porque
rireis...”.
Esclarece
ainda o
Mestre
Lionês na
obra
citada
em
epígrafe:
"somente
na vida
futura
podem
efetivar-se
as
compensações
que
Jesus
promete
aos
aflitos
da
Terra.
Sem a
certeza
do
futuro,
estas
máximas
seriam
um
contrassenso;
mais
ainda:
seriam
um
engodo.
Mesmo
com essa
certeza,
dificilmente
se
compreende
a
conveniência
de
sofrer
para ser
feliz.
É,
dizem,
para se
ter
maior
mérito.
Mas,
então,
pergunta-se:
por que
sofrem
uns mais
do que
outros?
Por que
nascem
uns na
miséria
e outros
na
opulência,
sem
coisa
alguma
haverem
feito
que
justifique
essas
posições?”
Responde
Kardec:
"por
virtude
do
axioma
segundo
o qual todo
efeito
tem uma
causa, tais
misérias
são
efeitos
que hão
de ter
uma
causa e,
desde
que se
admita
um Deus
justo,
essa
causa
também
há de
ser
justa.
Ora, ao
efeito
precedendo
sempre a
causa,
se esta
não se
encontra
na vida
atual,
há de
ser
anterior
a essa
vida,
isto é,
há de
estar
numa
existência
precedente.
Mas o
homem
nem
sempre é
punido,
ou
punido
completamente,
na sua
existência
atual;
entanto,
não
escapa
nunca às
consequências
de suas
faltas.
A
prosperidade
do mau é
apenas
momentânea;
se ele
não
expiar
hoje,
expiará
amanhã,
ao passo
que
aquele
que
sofre
está
expiando
o seu
passado.
Os
sofrimentos
devidos
a causas
anteriores
à
existência
presente,
como os
que se
originam
de
culpas
atuais,
são,
muitas
vezes a
consequência
da falta
cometida,
isto é,
o homem,
pela
ação de
uma
rigorosa
justiça
distributiva,
sofre o
que fez
sofrer
aos
outros.
Assim se
explicam
pela
pluralidade
das
existências
e pela
destinação
da
Terra,
como
mundo
expiatório,
as
anomalias
que
apresenta
a
distribuição
da
ventura
e da
desventura
entre os
bons e
os maus
neste
Planeta.
Semelhante
anomalia,
contudo,
só
existe
na
aparência,
porque
considerada
tão só
do ponto
de vista
da vida
presente.
Aquele
que se
elevar,
pelo
pensamento,
de
maneira
a
apreender
toda uma
série de
existências,
verá que
a cada
um é
atribuída
a parte
que lhe
compete,
sem
prejuízo
da que
lhe
tocará
no mundo
dos
Espíritos,
e verá
que a
justiça
de Deus
nunca se
interrompe”.
Continua
Kardec:
"(...)
mediante
as
diversas
existências
corpóreas
é que os
Espíritos
se vão
expungindo,
pouco a
pouco,
de suas
imperfeições.
As
provações
da vida
os fazem
adiantar-se,
quando
bem
suportadas.
São o
medicamento
que
limpa as
chagas e
cura o
doente.
Quanto
mais
grave é
o mal,
tanto
mais
enérgico
deve ser
o
remédio.
Aquele,
pois,
que
muito
sofre,
deve
reconhecer
que
muito
tinha a
expiar e
deve
regozijar-se
à ideia
da sua
próxima
cura.
Dele
depende,
pela
resignação,
tornar
proveitoso
o seu
sofrimento
e lhe
não
estragar
o fruto
com suas
impaciências,
visto
que, do
contrário,
terá de
recomeçar”.
"Por
estas
palavras: bem-aventurados
os
aflitos,
pois que
serão
consolados, Jesus
aponta a
compensação
que hão
de ter
os que
sofrem e
a
resignação
que leva
o
padecente
a
bendizer
do
sofrimento,
como
prelúdio
de cura.
Também
podem
essas
palavras
serem
traduzidas
assim:
deveis
considerar-vos
felizes
por
sofrerdes,
visto
que as
dores
deste
mundo
são o
pagamento
da
dívida
que as
vossas
passadas
faltas
vos
fizeram
contrair;
suportadas
pacientemente
na
Terra,
essas
dores
vos
poupam
séculos
de
sofrimentos
na vida
futura.
Tal o
sentido
das
palavras: bem-aventurados
os
aflitos,
pois que
serão
consolados. São
ditosos,
porque
se
quitam e
porque
depois
de se
haverem
quitado,
estarão
livres.”
Afirma
Joanna
de
Ângelis ser, "o
êxito na
Terra,
miragem
enganosa
que
perseguimos
com
insensatez.
Semelhante
à névoa,
dilui-se
ante a
face
clara da
Alva
ensolarada..."
Alerta-nos,
então, a
Mentora
Amiga6:
"(...)
escutas
tantas
vozes a
exaltarem
os
favores
da
glória e
as
fortunas
do
êxito,
que te
não
passam
pela
tela
mental
outros
ideais
senão
aqueles
dos
triunfos
dourados,
da
fantasia
endinheirada
dos
homens.
As horas
tens-nas
divididas
entre
especulações
da
projeção
social,
quando
não para
ti
próprio,
para
aqueles
amados,
por
natural
processo
de
transferência,
e
caminhas
aos
sobressaltos
entre
angústias
e
inquietações.
O carro
aurifulgente
do êxito
roda
invariavelmente
sobre
desaires
sem
conto ou
é
constituído,
não raro,
com o
material
de
muitas
dores
injustificáveis.
Detém a
imaginação!...
As
paisagens
espirituais
do teu
domicílio
devem
chamar-te
a
atenção
e o zelo.
Os
sofrimentos
que te
chegam
de
outros
ninhos
domésticos,
onde a
felicidade
aparente
antes
triunfava,
são
sinais
de
advertência
que não
podes
ignorar.
Em
rebeldia,
conjecturas
que
estás
sitiado
por mil
desgostos.
Há, no
entanto,
mil
outras
concessões
que te
chegam e
que são
escassas
noutros
lugares.
Exercita
a
gratidão
aos Céus
e
proclama
tua
comunhão
com o
Alto,
mantendo
atitude
serena e
bendizendo
os
favores
que te
chegam.
Abaixo
da
posição
em que
te
encontras,
muitos
rastejam
famélicos,
vencidos,
pois,
desabrochando
sorrisos,
muitos
lábios
estão
com os
maxilares
em
trismos
de
angústias...
Rei
Solar,
Jesus
não
desdenhou
as
experiências
da dor
no
caminho
dos
homens.
Compreendendo,
sábio,
que a
escalada
do êxito
terreno
é
ingrata,
preferiu
aparecer
na
condição
de
Mensageiro
do Amor,
em vez
de se
apresentar
como
conquistador
glorioso
em sólio
esplêndido,
para
lecionar
com
segurança
a
ascensão
integral.
Bendize,
pois,
seareiro
da luz,
a tua
quota de
dor no
oceano
de
tantas
dores e
renova-te
para o
êxito
real e
intransferível:
a
vitória
sobre as
tuas
próprias
paixões”.
- KARDEC, Allan. O Evangelho seg. o Espiritismo. 125. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2006, cap. V, item 3.
- KARDEC, Allan. O Evangelho seg. o Espiritismo. 125. ed. Rio: FEB, 2006, cap. V, itens 6 e 7.
- KARDEC, Allan. O Evangelho seg. o Espiritismo.125. ed. Rio: FEB, 2006, cap. V, item 10.
- KARDEC, Allan. O Evangelho seg. o Espiritismo.125. ed. Rio: FEB, 2006, cap. V, item 12.
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