Tema: Educação e Gentileza
Palavras mágicas
Cíntia estava passando uns dias na casa de sua tia Ana.
Elas se davam muito bem, gostavam muito uma da outra.
Mas como moravam em cidades diferentes, nas férias
Cíntia pôde viajar e matar as saudades.
Tia Ana levou Cíntia a vários lugares. Passearam e
fizeram juntas as tarefas do dia a dia.
Porém, após poucos dias, tia Ana começou a ficar
preocupada com Cíntia. Ela era uma boa menina, mas não
usava bem as palavras, ou melhor, nem usava algumas
palavras, mesmo quando necessárias.
Quando foram a uma loja comprar sapatos, Cíntia, ao
invés de pedir com delicadeza a ajuda de que precisava,
parecia mais dar ordens à vendedora. Acabaram saindo de
lá sem comprar o que pretendiam.
Pararam para tomar sorvete e Tia Ana pediu:
– Por favor, dois sorvetes de chocolate.
Cíntia pegou o sorvete, não disse nada e foi-se sentar.
Depois, enquanto a Tia pagava, levantou-se, foi até o
balcão e disse:
– Quero outra colherinha!
Tia Ana notou, então, que a colherinha dela tinha caído
no chão. Notou também que a moça que atendia no balcão
deu a colher para Cíntia com cara fechada, sem dizer
nada. Estranhou, pois sabia que a moça costumava ser
gentil com as crianças, atendendo sempre com um sorriso.
No outro dia, Tia Ana apresentou à sobrinha algumas
crianças vizinhas. Elas brincaram juntas por algum
tempo, mas a amizade não durou muito. Duas meninas que
foram convidadas para brincar no dia seguinte não
voltaram e também não chamaram mais Cíntia para brincar.
A menina ficou muito chateada, pois tinha gostado muito
das novas amiguinhas.
Tia Ana, que vinha observando o comportamento da
sobrinha, logo desconfiou qual seria o problema e
resolveu ter uma conversa com a menina.
– Cíntia, minha querida, você já ouviu dizer que existem
algumas “palavras mágicas”?
– Sim, titia! Conheço de alguns livros.
– É mesmo? E quais são elas?
– Bem... Tenho um livro que ensina a fazer algumas
mágicas e a palavra mágica é “abracadabra”! Conheço
também a história do Ali Babá e os Quarenta Ladrões.
Eles falavam “abre-te, Sésamo!” para abrir a entrada do
esconderijo.
A Tia sorriu e explicou.
– Pois é, querida, mas não é sobre essas palavras das
histórias que eu queria falar com você. É sobre as que a
gente usa na vida real, no nosso dia a dia. Ela parecem
palavras comuns, mas têm um efeito forte e positivo
quando a gente as pronuncia. Por isso são chamadas de
“palavras mágicas”.
E começando assim a conversa, Tia Ana passou a falar
sobre as palavras que usamos para pedir, agradecer,
cumprimentar, e assim por diante... Cíntia prestou
bastante atenção. Ela conhecia as palavras “por favor”,
“obrigada”, “com licença”, “bom dia” e outras, mas se
esquecia de usá-las. Não percebia que eram assim tão
importantes!
Tia Ana ainda explicou que as pessoas se sentem
respeitadas, bem tratadas, quando os outros usam com
elas essas palavras gentis. E assim, sentem vontade de
retribuir com gentileza e atenção também. Tia Ana também
deu alguns exemplos das situações que ela tinha
presenciado e como a menina poderia ter falado com as
pessoas. E continuou:
– Cíntia, nossa religião espírita nos ensina que existe
uma Lei de Deus que se chama Lei de Ação e Reação.
Segundo essa Lei, o que nós fazemos volta para nós.
Assim, se nós tratamos bem as pessoas com gentileza e
respeito, teremos de volta gentileza e respeito também.
Assim é muito mais fácil de conviver, não é?
A menina sorriu e concordou.
Tia Ana já estava contente, confiante de que Cíntia
havia compreendido o que ela quis lhe ensinar. Mas ficou
ainda mais quando Cíntia se levantou, abraçou-a e disse:
– Obrigada, Tia!