Artigos

por Claudio Viana Silveira

 

Tiara eletrônica


“Onde está escrita a lei de Deus?
 - Na consciência.” (O Livro dos Espíritos, Q. 621.)


“Desde que Mundo é Mundo”, desde o início da formação planetária, quando Nosso Senhor Jesus Cristo é designado pelo Pai: formador, organizador, disciplinador e seu desenvolvedor;

Desde que e através de seu sexto atributo (Soberanamente Justo e Bom), nosso Deus resolveu, através da Trindade Universal (Deus, Espírito e matéria), emprestar seu sagrado halo aos elementos gerais do Universo (espírito e matéria);

Desde que nossa Divindade desejou “intelectualizar a matéria (intellingenter la matière), a necessária união do espírito e da matéria” (Q. 25);

Desde que, como Princípios Inteligentes, começamos a nos movimentar pelo Orbe Terrestre, donos de uma razão, a princípio rudimentar, partindo, cada vez mais, para a complexidade;

Desde que nós, Humanidade, tomamos um caminho sem volta, a rota da evolução, começamos, como costuma acontecer em “Moradas do meu Pai”, onde o sistema ainda é penitenciário, a utilizar a tiara eletrônica.

Muito mais eficiente e nada comparável à tornozeleira eletrônica utilizada nos atuais dias de nosso terceiro milênio, que ainda ludibria a terceiros (ou a nossa insensatez?), a tiara eletrônica, insuspeita, não deixa dúvidas quanto às atitudes por nós tomadas.

Pois ela (a Lei de Deus) “é a única verdadeira para a felicidade do homem. Indica-lhe o que deve fazer ou deixar de fazer e ele só é infeliz quando dela se afasta”. (Q. 614).

Não somos mais a categoria de Planeta onde a ignorância da primitividade nos inocentava; onde corríamos soltos pelas veredas da instintividade: sobrevivendo, procriando, salvaguardando-nos. Ainda longínquos e sem a necessidade de um equipamento eletrônico.

Muito pelo contrário, “quando mais avançados, corrompidos e só com sensações” (ESE, XI, 8), já fora de nossa originalidade e para que “arrancando o joio, não fosse também ceifado o trigo” (Mateus, 13:29), condenamo-nos, todos, ao uso do mecanismo consciencial e de monitoramento individual.

E assim, peregrinamos por veredas escusas: das guerras “sagradas”, sob os auspícios da cruz; da “santa” inquisição; das disputas comandadas pela intolerância e desrespeitos... E a tiara da consciência sempre esteve sobre nossa cabeça, orientando a poucos de boa vontade, e a uma grande maioria de equivocados.


* * *


Eia, irmãos! Surge a hora da Liberdade; surge a hora de nos livrarmos do “dispositivo”, a hora do “ser religiosidade” em detrimento do “ser religioso”. A hora da “religião superior ou natural fundamentada na mais afetuosa fraternidade”. (As Alegrias da Alma, de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo Espírito Hammed, Pg. 53.)  

Eia, irmãos! A jornada evolutiva é longa; que não desejemos assimilar toda a doutrina, num só ano, numa década, numa só vivência, mas que, em meio à jornada, nos estimemos; depois nos afeiçoemos e, no final, nos amemos!

Então a “religião superior ou natural” do Benfeitor Hammed, a Fraternidade, estará começando a ser instalada!

Tiaras fora!
 


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita