Infância e educação financeira
Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que
ensina.
Cora Coralina
Qualquer idade é boa para transmitir os princípios do
consumo responsável. No entanto, a infância é a etapa
mais recomendada para a educação financeira, porque é
nesta fase que se definem as bases de nossa
personalidade e de nosso caráter.
O consumo responsável é uma alternativa ao modelo do
consumo massivo que presenciamos dia a dia. Ele se
norteia em valores como a responsabilidade, a
solidariedade, o cuidado com os recursos e o meio
ambiente, o papel do cidadão, entre outros.
Se a atual sociedade de consumo incentiva as pessoas
constantemente a comprar, sejam adultos ou crianças,
educar os filhos segundo um uso racional do dinheiro,
para que sejam possuidores responsáveis, é questão vital
à segurança das famílias.
As crianças muitas vezes pedem aos pais que lhes comprem
coisas que veem na televisão, e o querem de forma
imediata. O filho (pequeno ou grande), no entanto,
precisa aprender que isso é ilógico, pois não faz
sentido realizar gastos desnecessários. A melhor maneira
de educar para o consumo racional é falar com os filhos
desde tenra idade sobre a incoerência das propostas
publicitárias e mostrar o exemplo – se os pais são
modelo de consumo irracional e compram coisas
desnecessárias, por exemplo, as crianças também o farão.
É fundamental que ensinemos as crianças que vivemos em
um mundo em que a publicidade tem um papel central e
para que elas aprendam a decodificar as mensagens
enganosas que, de maneira incessante, são transmitidas
pelas mídias.
De outro lado, a criança desde cedo precisa ser
incentivada a economizar luz, água, ter noção sobre os
recursos naturais (não desperdiçar comida, reciclar, por
exemplo). É valioso também a criança conhecer o
benefício da poupança, pois isso tem na vida importância
similar a aprender a somar, subtrair e dividir.
Especialistas na área financeira apontam que entre 3 e 5
anos as crianças devem aprender quatro princípios que
toda pessoa deve conhecer para ter uma vida financeira
inteligente: 1) necessitamos de dinheiro para comprar
coisas; 2) ganhamos dinheiro através do trabalho; 3)
devemos esperar antes de gastar; e 4) há uma diferença
entre o que eu quero e o que eu necessito.
No dia a dia, e conforme a idade, os pais podem envolver
a criança nas tarefas domésticas, incentivando-a para
que cuide de seu quarto, dos seus brinquedos, tenha
respeito por seu material escolar. Consertar o brinquedo
que quebra antes de comprar um novo. Cuidar das coisas
porque elas têm valor é custoso obtê-las.
Os pais, com persistência, podem ajudar as crianças a
desenvolver uma mentalidade resiliente para não se
submeterem na adolescência ao consumismo compulsivo.
Juntar moedas, na infância, faz portanto todo o sentido!
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