Logo depois do surgimento do Parnaso de Além-Túmulo,
Chico colocou no papel um alerta sobre os riscos da
vaidade e da ambição. Desta vez, quem assinava o texto
era Maria João de Deus, sua mãe. Chico decorou cada
palavra. Muitas delas eram golpes secos contra sua
autoestima.
Para começo de conversa, ele não deveria encarar a própria
mediunidade como uma dádiva, porque, imperfeito como era, não
merecia favores de Deus.
Uma metáfora barroca marcou sua história:
"Seja tua mediunidade como harpa melodiosa; porém, no dia em que
receberes os favores do mundo como se estivesses vendendo os
seus acordes, ela se enferrujará para sempre".
Chico ficou atento às lições e passou a exercitar tanto o bom
humor como a humildade ao longo dos anos.
Do livro As vidas de Chico Xavier, de Marcel Souto Maior.
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