Joias da poesia
contemporânea |
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Espírito: Antero de Quental |
Fatalidade
Crê-se na Morte o Nada, e, todavia,
A Morte é a própria Vida ativa e intensa,
Fim de toda a amargura da descrença,
Onde a grande certeza principia.
O meu erro, no mundo da Agonia,
Foi crer demais na angústia e na doença
Da alma que luta e sofre, chora e pensa,
Nos labirintos da Filosofia…
E no meio de todas as canseiras
Cheguei, enfim, às dores derradeiras
Que as tormentas de lágrimas desatam!…
Nunca, na Terra, a crença se realiza,
Porque em tudo, no mundo, o homem divisa
A figura das dúvidas que matam.
Do livro Parnaso de Além-Túmulo, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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