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por Gebaldo José de Sousa

 
Educação dos filhos


 

“O que se dá é que geralmente se imagina que o ser bom, justo e verdadeiro; o ser probo, sincero e amorável, não requer aprendizagem.” - Pedro de Camargo (O Mestre na Educação, p. 21.)

No cap. 33 dessa obra, o autor citado conta que Licurgo – célebre orador e legislador ateniense – aceitou falar sobre Educação, mas pediu três meses de prazo.
Por que um sábio pedir tanto tempopara compor simples exposição de ideias?
Exigência aceita, prazo cumprido, ei-lo frente à multidão ávida de ouvir-lhe os preciosos conceitos.
Trazia dois cães e duas lebres. Soltou um cão e uma lebre. Eminstantes o cão dilacerou a lebre.
Libertou a seguir os outros dois animais. O público estremeceu, antevendo nova cena de sangue.
Para surpresa geral, o cãoaproximou-se da lebre e brincou com ela. Esta correspondeu, semnenhum temor, às suas iniciativas.
“Eis aí o que é a educação. Os cães, da mesma raça, têm a mesma idade. Foram tratados e alimentados em idênticas condições. A diferença entre eles, é que um foi educado, e o outro não.”
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No livro Vereda Familiar, cap. 30 (edição Fráter, 1995), sob o título Carta aos Pais, Thereza de Brito, Espírito – médium J. Raul Teixeira – pede-nos:
“(...) não deponha sobre os ombros da companheira-mãe a responsabilidade de, sozinha,conduzir o lar, educar a prole,acompanhar os passos dos pequenos (...) fazendo-se presente onde se torne preciso. Você pode e necessita (...) conduzir ao Criador as almas que lhe foram (...)” confiadas.
E sugere ainda:
– Olhar os filhos nos olhos; sentir-lhes o íntimo, nas ‘janelasda alma’;
– Renunciar a lazer pessoal, para estar com eles;
– Acompanhá-los noscompromissos escolares: sentem-se seguros, apoiados;
– Dialogar; conversar sem gritar; orientar sem impor-se; corrigir, sem agressão, para que adquiram o senso de equilíbrio; ouvir-lhes as histórias do dia a dia; as opiniões sobre a vida; as pessoas; os fatos; esclarecendo-os e auxiliando-os a discernir;
– Conhecer e visitar os ambientes que frequentam; com quem estão e o que fazem;
– Chamar-lhes a atenção com carinho e energia, desviando-os de caminhos obscuros, de falsos líderes;
– Não trocar por presentes materiais a afeição que lhes deve (“Não se conquista simpatia realcom presentes, truques e fingimentos, mas, sim, com sentimentos verdadeiros, amizade e autoridade fraterna.”);
– Ofertar-se a eles; conviver com bondade e bom-humor; sorrir, ajudá-los em pequenos serviços;
– Viver, exemplificando, os ensinos que lhes ministrar.
Isso ficará, não só neles mas nas almas dos filhos que lhes forem confiados.
Quanto à educação moral e espiritual, o templo religioso e os professores têm sua parte; mas a responsabilidade maior é dos próprios pais.
Não lhes cabe apenas alimentá-los e vesti-los; propiciar-lhes a cultura do intelecto, mas ensiná-los na aquisição de virtudes.
Corrigir-lhes as más tendências, sem sermões: poucas palavras, com amor.
Que compreendam as lições, eis que aquele que compreende age corretamente na presença ou na ausência de superiores.
Ensiná-los a conquistar o hábito da bondade: “Aquele que é bom paraos outros é melhor para si mesmo.”
Para formar-lhes o caráter; tenham vida digna e um porvir espiritual seguro, evangelizá-los; apresentar-lhes os ensinos de Jesus, no estudo do Evangelho em família, na vivência e nos exemplos, pelos pais, desses ensinos. Esse o dever primeiro dos pais. A paternidade é a mais bela missão confiada por Deusao homem. E, no dizer de Platão (428-384? a.C.): “Não deveria gerarfilhos quem não quer dar-se ao trabalho de criá-los e educá-los.”

 

  

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita