Cartão de Natal
Quantos cartões de Natal virtuais já recebemos e a data
festiva ainda está longe de acontecer... Ficamos
alegres, é verdade, pela lembrança, pelo carinho de
tantos que nos prezam a amizade, mas nada, absolutamente
nada, se compara quando nos chega às mãos o cartão real,
palpável, escrito de próprio punho.
É inevitável, a nós, pelo menos, fazer o caminho de
volta ao tocarmos o papel, cheirá-lo, perceber que o
excesso de cola, tantas vezes, dificulta sua abertura.
Mas que importa? Alguém se lembrou de nós!
Foi atrás daquele cartão que mais se parecia conosco,
que mais diria a nós, que ele nos conhece o suficiente,
para que entendêssemos o que ele quis nos dizer. Isso dá
trabalho, exige tempo, requer escolha cuidadosa e
sobretudo amorosa.
E que dizer da mensagem que nos tocará o coração, sem
dúvida, porque nos dirá do quanto somos lembrados, do
apreço que tem por nós... E nada paga esse gesto de
amizade.
O deslocar-se até um lugar onde possa postar o cartão...
O selo que tantas vezes nos remete a algo, a alguém, a
algum fato...
Já perceberam o quanto olhamos para um envelope
subscrito ao recebermos uma carta? O que será que tem lá
dentro? Será que vamos entender a mensagem? Tudo isso
nos passa pela mente nesse momento. Mas já nos demos
conta disso?
Abrimos o envelope e lemos na letra miúda ou grande, bem
desenhada ou não, o quanto somos queridos, importantes,
lembrados. E como nosso coração se aquece... Como o
sorriso se desenha na boca... Como a lágrima surge
espontânea e fácil... Alguém pensa em nós. Ainda que
seja uma única vez no ano, alguém pensa em nós! Não
estamos sozinhos.
Temos ouvido de algumas pessoas que não mais enviam
cartões de Natal porque o outro não responde. E daí?
Você lembrou-se dele. Você tem apreço por ele. O
sentimento é seu e é preciso exteriorizá-lo. O outro
precisa saber disso. Fazer algo de bom para o outro e
ficar aguardando retorno é mandar fatura para pagamento
mais adiante. Quem recebe sabe disso e se entristece.
Não subestime a capacidade de sentir do outro. Assim, é
melhor fugir dessa armadilha.
A vontade de enviar um cartão de Natal real, palpável, a
quem gostamos, é algo sublime, é um pouco de nós que
caminha junto, chegando ao destino certo.
Desejamos a todos um Natal de harmonia e de boa vontade
entre os homens.
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