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por Leda Maria Flaborea

 

Cartão de Natal

 
Quantos cartões de Natal virtuais já recebemos e a data festiva ainda está longe de acontecer... Ficamos alegres, é verdade, pela lembrança, pelo carinho de tantos que nos prezam a amizade, mas nada, absolutamente nada, se compara quando nos chega às mãos o cartão real, palpável, escrito de próprio punho.

É inevitável, a nós, pelo menos, fazer o caminho de volta ao tocarmos o papel, cheirá-lo, perceber que o excesso de cola, tantas vezes, dificulta sua abertura. Mas que importa? Alguém se lembrou de nós!

Foi atrás daquele cartão que mais se parecia conosco, que mais diria a nós, que ele nos conhece o suficiente, para que entendêssemos o que ele quis nos dizer. Isso dá trabalho, exige tempo, requer escolha cuidadosa e sobretudo amorosa.

E que dizer da mensagem que nos tocará o coração, sem dúvida, porque nos dirá do quanto somos lembrados, do apreço que tem por nós... E nada paga esse gesto de amizade.

O deslocar-se até um lugar onde possa postar o cartão...

O selo que tantas vezes nos remete a algo, a alguém, a algum fato...

Já perceberam o quanto olhamos para um envelope subscrito ao recebermos uma carta? O que será que tem lá dentro? Será que vamos entender a mensagem? Tudo isso nos passa pela mente nesse momento. Mas já nos demos conta disso?

Abrimos o envelope e lemos na letra miúda ou grande, bem desenhada ou não, o quanto somos queridos, importantes, lembrados. E como nosso coração se aquece... Como o sorriso se desenha na boca... Como a lágrima surge espontânea e fácil... Alguém pensa em nós. Ainda que seja uma única vez no ano, alguém pensa em nós! Não estamos sozinhos.

Temos ouvido de algumas pessoas que não mais enviam cartões de Natal porque o outro não responde. E daí? Você lembrou-se dele. Você tem apreço por ele. O sentimento é seu e é preciso exteriorizá-lo. O outro precisa saber disso. Fazer algo de bom para o outro e ficar aguardando retorno é mandar fatura para pagamento mais adiante. Quem recebe sabe disso e se entristece. Não subestime a capacidade de sentir do outro. Assim, é melhor fugir dessa armadilha.

A vontade de enviar um cartão de Natal real, palpável, a quem gostamos, é algo sublime, é um pouco de nós que caminha junto, chegando ao destino certo.

Desejamos a todos um Natal de harmonia e de boa vontade entre os homens.


 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita