Auxílio a nós mesmos
Pedes conforto aos achaques
Do sentimento enfermiço;
Contudo o nosso remédio
É o coração no serviço.
Mostras largo desalento
Parado no olhar mortiço...
Isso, porém, muitas vezes,
É negação de serviço.
Carregas irritações
E espinhos de grande ouriço;
No entanto a tranquilidade
Mora, calma, no serviço.
Afirmas que a fé morreu,
Que todo o amor é postiço;
Entretanto, a fé e o amor
Vibram puros, no serviço.
Declaras-te ignorante,
De espírito agastadiço,
Mas o estudo aberto a todos
É perfeição no serviço.
Dizes que nada consegues,
Que teu chão é movediço...
Experimenta avançar,
De braço dado ao serviço.
Conservas desilusões,
Nascidas daquilo ou disso;
No entanto, a tristeza inútil
É deserção do serviço.
Lamentas-te em solidão,
Amigos deram sumiço.
Mas ninguém caminha a sós,
Na devoção do serviço.
Recorda as lições do mundo...
Quando a flor é luz e viço,
É que a planta não se esquece
De sustentar-se em serviço.
Se o carro estaca de pronto,
Motor inerte no enguiço,
O conserto surge logo
Se alguém procura o serviço.
Oficina em desgoverno,
Residência em rebuliço
Ajustam-se de repente,
Se há direção de serviço.
O Espiritismo que abraças,
Por divino compromisso,
É Jesus pedindo à Terra
Mais serviço e mais serviço.
Do livro Fulgor no Entardecer,
obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.