Processos edificantes de saúde espiritual
Há que forrar-se de amor e conhecimento a fim de ajudar
com proficiência
“(...) mas, dormindo os homens, veio seu inimigo, e
semeou o joio no meio do trigo.” Jesus.
(Mt., 13:25.)
Dentre as muitas e imperecíveis lições aplicadas pelo
Meigo Pegureiro, há dois milênios para esclarecimento da
humanidade, destaca-se, sem sombra de dúvida, de maneira
fulgurante, a Lei do Amor!
Os campos sáfaros das Almas somente serão renovados
transmudando-os em terra fértil, a partir do momento em
que nos decidirmos pela adoção incondicional e plena
dessa Lei Maior, que é a Lei da não violência, da
suavidade, da brandura, da serenidade, da mansuetude, da
docilidade...
Essa Lei - evidentemente - deve vigorar em todos os
departamentos da vida de relação, mas, na área da
desobsessão, torna-se fator imprescindível para o
desatamento dos grilhões que aprisionam verdugos e
vítimas entre si.
A Lei do Amor e seu caudal de corolários agirão sempre
não só como terapêutica eficiente no equacionamento dos
pungentes e intricados dramas obsessivos, mas também
como excelente profilaxia, como fator de higiene
espiritual.
Os Benfeitores Espirituais, através dos livros
especializados que constituem as obras subsidiárias da
Doutrina Espírita, já demonstraram amplamente a
necessidade do comedimento no tratamento e erradicação
dos liames obsessivos, onde não se pode cortar os
doloridos laços de ódio de maneira atabalhoada, mas,
sim, desatá-los com o algodão da misericórdia e do
amor...
Casos de obsessão existem que atravessam milênios de
interação psíquica perniciosa, extremamente danosa para
ambas as partes em regime de nefasto litígio. Não será
num golpe repentino e “miraculoso”que casos tais
serão sanados de forma satisfatória. Há que se ter
paciência, tirocínio, perspicácia, ciência e extremado
amor...
Com a “Parábola do
Trigo e do Joio”,entre outras coisas, Jesus estava
ensinando a maneira correta de lidar nas questões da
desobsessão. Ele aconselhou a “vigilância”, mas
os homens “dormiram,
então veio o inimigo, e semeou o joio no meio do trigo”.
Quando baixamos a vigilância, os obsessores nos alcançam
com seus psiquismos perturbados e envolvem-nos em suas
redes constritoras, porque, conforme ensinamento de
Áulus, toda obsessão tem alicerces na reciprocidade.
Como as raízes do trigo e do joio se entrelaçaram nas
profundezas do solo, também entrelaçados estão os liames
que “amarram” obsessores e obsidiados nas
profundezas perispirituais.
Erro lamentável cometeria quem desejasse trabalhar
atabalhoadamente nos processos de desobsessão porque um
desligamento rápido entre obsidiado e obsessor nos casos
de obsessões graves acarretaria sérios prejuízos para o
encarnado e possivelmente até mesmo sua desencarnação.
Ensina Manoel Philomeno
de Miranda: “(...)
na tecelagem dos destinos humanos, os fios que atam as
malhas das redes dos compromissos procedem sempre das
vidas transatas.
Nenhum acaso existe regendo ocorrências, nenhuma força
fortuita aparece acolhendo a esmo. Os atos geram efeitos
que rumam na direção de opções ao alcance das
circunstâncias para a eclosão das Leis Divinas, dentro
do equilíbrio cármico, através das causas e efeitos.
Em toda obsessão, simples ou subjugadora, como quer que
se apresente, a trama dos destinos se situa no passado
espiritual dos litigantes em forma de fatores causais.
Forrar-se de amor e conhecimento, a fim de ajudar com
proficiência, tal deve ser a atitude de quem se
candidata a esse ministério de terapia providencial”.
Ensina ainda o nobre
Espírito Manoel Philomeno de Miranda: “(...)
em quaisquer processos obsessivos, as diretivas
clarificantes da mensagem de Jesus são rotas e veículos
de luz libertadora para ensejar a uns e outros,
obsidiados e obsessores, os meios de superação.
Nesse sentido, a exortação de Allan Kardec em torno do
trabalho é de uma eficácia incomum, porque o trabalho
edificante é mecanismo de oração transcendental e a
mente que trabalha situa-se na defensiva. A
solidariedade é como uma usina que produz a força
positiva do amor e, como o amor é a causa motriz do
Universo, aquele que se afervora à mecânica da
solidariedade sintoniza com os Instrutores da ordem, que
dirigem o Orbe. E a tolerância, que é a manifestação
desse mesmo amor em forma de piedade edificante,
transforma-se em couraça de luz, vigorosa e maleável,
capaz de destruir os petardos do ódio ultriz ou os
projéteis do desejo desordenado, porquanto, na
tolerância fraternal, se anulam as vibrações negativas
desta ou daquela procedência.
Assim sendo, a tríade recomendada pelo Egrégio
Codificador reflete a ação, a oração e a vigilância
preconizadas por Jesus, que são processos edificantes de
saúde espiritual e ponte que alça o viandante sofredor
da Terra ao planalto redentor das Esferas Espirituais,
livre de toda a constrição e angústia”.
Continua o Mentor Amigo1: “(...)
muitos dos problemas graves, no contingente da saúde
física e mental que a Medicina depara a cada momento,
têm suas raízes no pretérito espiritual do paciente.
Seus erros e suas aquisições fazem-se os agentes da sua
paz ou da sua perturbação.
Reencarnando cada qual com a soma das próprias
experiências, diferentes são as situações pessoais,
conforme se observa no mundo. Vinculados aos desafetos
de que se desejaram livrar, mas de que não se
libertaram, padecem-lhes as injunções e influências
maléficas.
Auto-obsessões, obsessões e subjugações são capítulos
que merecem da patologia médica estudo simultâneo, à
base dos postulados do Espiritismo. A reencarnação é a
chave para a explicação de seus enigmas.
Ao lado das terapêuticas valiosas, ora aplicadas nos
obsessos de vário porte, impõem-se os recursos valiosos
e salutares da fluidoterapia e das expressivas
contribuições doutrinárias da Terceira Revelação, que
traz de volta os insuperáveis métodos evangélicos de que
Se fez expoente máximo Jesus, o Divino Médico de todos
nós.
O amor e a prece, o perdão e a caridade, a tolerância e
a confiança, a fé e a esperança não são apenas virtudes
vinculadas às religiões passadas, porém, insubstituíveis
valores de higiene mental, de psicoterapia, de
laborterapia, que se fazem de urgência para neutralizar
as ondas crescentes do ódio e da revolta, da vingança e
da mágoa, da intolerância e da suspeita, da descrença e
da desesperança, que irrompem e se instalam no homem,
tudo avassalando intempestivamente.
A Doutrina Espírita dispõe de valiosos tesouros para a
aquisição da felicidade na Terra e depois da
desencarnação. Conhecê-la e praticar-lhe os ensinos
representa uma ensancha ditosa para aqueles que aspiram
a melhores dias, anelam por paz e laboram pelo bem”.
Finaliza o Mentor:
“(...) a linha do equilíbrio psíquico é muito tênue e
delicada.
As interferências de qualquer natureza sobre a faixa de
movimentação da personalidade, quase sempre, produzem
distúrbio, por empurrarem o indivíduo a procedimentos
irregulares a princípio, que depois se fixam em
delineamentos neuróticos.
A ação fluídica dos desencarnados, em razão da
maleabilidade e da pertinácia destes, quando ignorantes,
invejosos ou perversos, pela sua insistência interfere
no mecanismo do hospedeiro, complicando o quadro com a
indução inteligente, em telepatia prejudicial, que
facilita a simbiose com o anfitrião.
Nessa fase, e antes que o paciente assuma a
interferência de que é vítima, a terapia espírita
torna-se de resultado positivo, liberador.
Ideal, no entanto, é a atitude nobre diante da vida, que
funciona como psicoterapia preventiva e que constitui
dieta para o otimismo e a paz”.