Companheiro
Queixas-te, às vezes, da vida
No sonho em que te demoras
No itinerário das horas,
Chorando de inquietação.
Por mais luzes arrecades
O mundo lembra-te exílio,
Dores, tristezas, saudades
Quando surgem no caminho,
Cortando-te o coração.
Recusas sofrer na estrada
Feita de dor e alegria,
Sangrando o teu dia a dia
E estás na Terra afinal…
Fugindo ao dever, porém,
Vives mais no Grande Além,
Buscando o Amor Imortal.
Mas não nasceste na Terra
Para a inércia que te abraça,
Vieste à luta que passa
Para venceres a dor.
Fita o cimo das montanhas
Vasculha os vales floridos
E escutarás os zumbidos
Da abelha beijando a flor.
Ergue-te! A Terra te chama
À grandeza do trabalho
É a bigorna sob o malho,
O arado ferindo o chão.
E os homens desorientados
Surgem por todos os lados
Pedindo renovação.
Não esperes! Segue à frente.
As criaturas da Terra,
Cansadas de prova e guerra,
Virão buscar-te o calor
Do verbo que as esclareça,
De quem serve e quem ensina
A estrada da luz divina
Que as conduza ao Pai de Amor.
Sai de ti mesmo e semeia
A paz, o bem, a esperança.
Embora ferido avança
Em tua meta de luz.
Não temas! Segue adiante.
Alguém estará lá contigo:
Esse excelso e Doce Amigo,
É Jesus, sempre Jesus!…
Poema psicografado pelo médium Francisco
Cândido Xavier na noite de 15/04/1987, em Uberaba, MG.