Joias da poesia
contemporânea

Espírito: Maria Dolores

 
 

Companheiro

 

Queixas-te, às vezes, da vida

No sonho em que te demoras

No itinerário das horas,

Chorando de inquietação.

Por mais luzes arrecades

O mundo lembra-te exílio,

Dores, tristezas, saudades

Quando surgem no caminho,

Cortando-te o coração.

 

Recusas sofrer na estrada

Feita de dor e alegria,

Sangrando o teu dia a dia

E estás na Terra afinal…

Fugindo ao dever, porém,

Vives mais no Grande Além,

Buscando o Amor Imortal.

Mas não nasceste na Terra

Para a inércia que te abraça,

Vieste à luta que passa

Para venceres a dor.

 

Fita o cimo das montanhas

Vasculha os vales floridos

E escutarás os zumbidos

Da abelha beijando a flor.

Ergue-te! A Terra te chama

À grandeza do trabalho

É a bigorna sob o malho,

O arado ferindo o chão.

E os homens desorientados

Surgem por todos os lados

Pedindo renovação.

 

Não esperes! Segue à frente.

As criaturas da Terra,

Cansadas de prova e guerra,

Virão buscar-te o calor

Do verbo que as esclareça,

De quem serve e quem ensina

A estrada da luz divina

Que as conduza ao Pai de Amor.

 

Sai de ti mesmo e semeia

A paz, o bem, a esperança.

Embora ferido avança

Em tua meta de luz.

Não temas! Segue adiante.

Alguém estará lá contigo:

Esse excelso e Doce Amigo,

É Jesus, sempre Jesus!…

 

Poema psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier na noite de 15/04/1987, em Uberaba, MG.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita